26 de maio de 2008

Redução de jornada também beneficia empresa, diz especialista.

Redução de jornada também beneficia empresa, diz especialista, site: www.uol.com.br

16-05-2008 - Os trabalhadores químicos na indústria farmacêutica do Estado de São Paulo conseguiram a diminuição de quatro horas na jornada de trabalho. A convenção coletiva assinada por representantes da categoria e das empresas do setor farmacêutico garante, entre outras cláusulas, a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais a partir de 2009, sem redução dos salários, beneficiando 37 mil trabalhadores ligados a centrais sindicais.

“Ao contrário do que se pensa, essa redução não trará vantagens somente para os trabalhadores. As empresas também podem ser beneficiadas com o acordo”, diz a advogada de Direito Trabalhista empresarial Rachel Elisa Dourado Vaz Pereira, do escritório Correia da Silva Advogados.

“A nova jornada resultará em maior produtividade. Os empregados estarão mais satisfeitos, menos exaustos e mais concentrados para operarem as máquinas – o que reduz os riscos de danos a equipamentos e os índices de acidentes de trabalho, minimizando a ocorrência de passivos trabalhistas”, explica Rachel.

Ela lembra que o tempo a mais que os empregados terão fora do expediente poderá ser bem investido e trazer retorno, direta ou indiretamente, para a empresa. “O funcionário poderá se dedicar à melhoria de sua qualificação profissional ou mesmo ao seu lazer, ambos positivos para manter a qualidade de vida e a saúde física e mental.”

Para especialistas, a redução na carga horária deveria vir acompanhada de outras medidas, como o fim da hora extra e a regulamentação do banco de horas, para impedir as empresas de compensar os efeitos da medida de outra maneira que não com a contratação de trabalhadores.

Mas, segundo Rachel, não haverá necessidade de se estabelecer outro turno nem de contratação de mais pessoal, caso a empresa introduza novas tecnologias, otimizando o tempo e agilizando a produção. “Dessa forma, mesmo as horas extraordinárias, que pesam bastante nas folhas de pagamento, não serão necessárias”, comenta.

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