31 de maio de 2010

Hamilton vence na Turquia

A McLaren e Red Bull, duas equipes que incentivam a disputa entre seus próprios pilotos, contudo, ficou nítida uma diferença entre as duas parcerias no GP da Turquia: tranquilidade.
Mark Webber e Sebastian Vettel caminhavam para mais um sucesso da RBR neste domingo (30), mas os dois se exaltaram ao brigar pelo primeiro lugar e se tocaram. O australiano continuou, o alemão abandonou. A luta de Lewis Hamilton e Jenson Button não foi menos intensa, mas foi mais inteligente. No fim, vitória de Hamilton, a primeira dele do ano, e Button em segundo. Comemoração da McLaren, que se tornou a nova líder do Mundial de Construtores voltando a fazer uma dobradinha, como aconteceu na China, só que com as posições invertidas.
Para a Red Bull, só restou o alívio por Webber ter ficado na pista e terminado em terceiro, o que lhe manteve na liderança do campeonato. Só que um gesto de Vettel após o acidente, dizendo claramente que seu parceiro era louco, pode iniciar uma crise inimaginável em uma equipe que tinha tudo para dominar o Mundial de 2010, mas não consegue devido a seus próprios erros.
A quarta posição acabou com Michael Schumacher, cada vez mais perto do retorno aos pódios, igualando o melhor resultado que teve em 2010, na Espanha. Já que o assunto principal na Turquia foi parcerias, no caso da Mercedes, o heptacampeão mundial voltou a superar Nico Rosberg, que foi o quinto. Já na Ferrari, Felipe Massa passou toda a corrida atrás de Robert Kubica e terminou em sétimo – o polonês foi o sexto. Fernando Alonso também se viu empacado em alguns momentos da prova, seja atrás de Kamui Kobayashi ou de Vitaly Petrov. Após largar fora dos dez primeiros, conseguiu alguns pontos com o oitavo posto. Adrian Sutil cruzou a linha de chegada em nono. Kobayashi, em décimo, marcou, enfim, o primeiro ponto da BMW Sauber no ano. Rubens Barrichello foi o 14º, enquanto Lucas Di Grassi completou a corrida em 19º. Bruno Senna não teve a mesma sorte, abandonando faltando 12 voltas para o fim.
A prova: Como já vem acontecendo nas últimas etapas, mais uma vez a largada foi sem grandes incidentes e a ordem das posições da largada só foi alterada em duas disputas. Vettel partiu para cima de Hamilton, tentou roubar dele o segundo lugar, mas não conseguiu se manter à frente. O mesmo aconteceu com Schumacher ao superar Button, o piloto da Mercedes até que conseguiu ficar um bom tempo em quarto, mas foi ultrapassado pelo atual campeão mundial antes de completarem a primeira volta.
Por isso, após um giro, nada havia mudado entre os dez primeiros: Webber, Hamilton, Vettel, Button, Schumacher, Rosberg, Kubica, Massa, Petrov e Kobayashi. Até Alonso não conseguiu sair de onde estava na 12ª colocação. De prejudicados, mesmo, só Nico Hülkenberg, que teve de fazer uma parada extra, e Sébastien Buemi, com seu pneu traseiro direito furado.A partir da segunda volta, Hamilton colou para valer em Webber. Com seu arrojo habitual, o britânico tentou ultrapassar o líder do campeonato de todas as maneiras, mas não conseguia achar uma brecha para tomar a ponta em Istambul. Se não dava na pista, um bom pit-stop poderia ajudar Lewis. Mas a parada que o piloto fez o prejudicou mais ainda. Isso porque não passou Webber. E pior para o inglês: o trabalho de boxes da Red Bull fez com que Vettel pulasse para o segundo lugar. A janela de paradas também foi fundamental para que Alonso chegasse à zona de pontuação. Atrás de Kobayashi, o espanhol parou antes de todos e conquistou não só o 11º lugar do japonês, como também o décimo posto que era de Sutil.
Em mais uma pista travada projetada por Hermann Tilke, sem muitos pontos de ultrapassagens, a corrida na Turquia começava a ser mais uma procissão, e era questão de tempo para que a Red Bull garantisse mais uma dobradinha no ano. Havia previsão de chuva, que em nenhum momento apareceu. Mas o domínio da RBR foi por água abaixo de qualquer maneira graças ao excesso de ímpeto de Vettel.
No fim da 40ª volta, o germânico colocou o carro ao lado de Webber e forçou uma ultrapassagem. O australiano manteve a linha, mas não teve como evitar o choque. Sebastian rodou, e sua prova acabou ali. Mark saiu da pista, voltou, teve de ir para os boxes e saiu no lucro com um terceiro lugar.Para a Red Bull, além de ver uma corrida ganha escapar pelos dedos, pior foi ver Vettel fazer um gesto indicando que seu companheiro de equipe era louco. Antes de o alemão falar com a imprensa no paddock, houve uma rápida reunião interna. Ao falar com a imprensa, o germânico minimizou o que fez, de forma muito política. E bem arquitetada.
Com o erro dos representantes da RBR, a dobradinha mudava de time: era a vez da McLaren. E o trabalho dos ingleses era controlar seus pilotos, para que não repetissem a cena vista no circuito anteriormente. E faltou pouco para isso acontecer.Button partiu para cima de Hamilton na volta 48. Ultrapassou. Só que, como Vettel, o que não falta para Lewis é ambição. E o campeão mundial de 2008 foi à luta. Devolveu a manobra. Tomou xis. E devolveu o xis, segurando a primeira colocação. Houve alguns toques, mas ambos foram mais serenos do que a dupla da Red Bull. No box da McLaren, Martin Whitmarsh colocou a mão na cabeça, meio que dizendo: “O que eles estão fazendo?”. Coincidência ou não, a disputa parou por ali.Mais atrás, Alonso sofreu bastante para passar Petrov, ficou boas voltas atrás do russo. Forçou a passagem e conseguiu. O piloto da Renault se deu mal em tudo, porque além de perder o oitavo lugar, tocou no espanhol e furou um pneu de seu carro, caindo para 12º.Foi o último lance importante da corrida, vencida por Hamilton. Com o resultado na Turquia, Webber passou a ser o líder isolado do campeonato, com 93 pontos. Button pulou para o segundo lugar, com 88. Hamilton vem logo atrás, em terceiro, com 84.A próxima parada da F1 acontecerá no momento em que todos estarão de olho na Copa do Mundo. Enquanto a maior competição de futebol rola na África, a categoria volta ao Canadá após dois anos, no dia 13 de junho, resta saber como estarão os nervos de Vettel, Webber.

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