Concordo com praticamente tudo o que foi dito nesse artigo, e por isso resolvi publica-lo em meu blog. A situação descrita no mesmo é algo absurdo que as montadoras estão tentando impor aos consumidores brasileiros, e que só mudará com a resposta negativa destes últimos, que detém o poder de regular o mercado nas mãos, basta tomarem a consciência disto. por Marcello Muniz.
Não sou nenhum especialista no mercado automobilístico, mas como aficionado por carros como todo brasileiro, acompanho esse mercado há alguns anos. Ultimamente, como potencial consumidor, tenho acompanhado ainda mais de perto lançamentos e o movimento de preços entre as categorias de mercado.
Lembro-me de quando o primeiro carro 1.0, dito popular, fora lançado no início dos anos 90 com estimativa de preço entre 7 e 10 mil dólares. Essa categoria durante muito tempo, e provavelmente ainda hoje, responde por uma grande fatia do nosso mercado.
Com o aumento da renda da população e maior facilidade na obtenção de créditos para financiamento, o mercado automobilístico experimentou um grande crescimento na produção e vendas e novos investimentos foram introduzidos e maiores novidades foram apresentadas já visando a uma nova demanda de uma nova classe média, que agora já não estava disposta apenas a comprar um carro básico.
No final da década de 90, os carros populares foram agregando mais equipamentos de relativo conforto e, consequentemente, tiveram seus preços elevados. Essa elevação de preços impulsionou o que podemos considerar um movimento especulativo, mais evidente a partir dos anos 2000 com a solidificação da estabilidade econômica.
O mercado automobilístico nacional se renovou, ainda que investindo aquém de outros mercados mundiais, principalmente ignorando avanços em componentes de segurança, e anteciparam novos lançamentos. Só que esses lançamentos não substituiriam os similares ‘antigos’.
Temos como exemplo as gerações atuais da linha Palio e Gol convivendo com as gerações anteriores. Se havia essa convivência, era necessário definir uma faixa de preço dentro do mercado para que essa convivência fosse ‘pacífica’. Não havia redução significativa de preços das linhas anteriores nem tão pouco deixava-se de observar um aumento de preço da nova linha, impulsionado pelo fator ‘novidade’.
Modelos como Punto, Fit, C3 e Fox agora justificariam uma nova categoria denominada “Compacto Premium”. Mais uma vez, seria necessária uma nova faixa de preço pra evitar – ou tentar evitar – o efeito canibalismo no show room.
E foi a partir dos últimos lançamentos dentro dessa nova categoria, como New Fiesta, novo C3 e 208 que passaram a praticar preços de modelos maiores como Astra, Golf e Focus das gerações anteriores, que elevou a níveis astronômicos os preços dos hatches e sedans médios da atual geração. Tudo, obviamente, com a conivência de uma mercado consumidor cada vez mais ávido por adquirir essas novidades.
Somente esse movimento tendencioso explica as novas gerações de Golf, Focus, Corolla e outros atuarem entre os R$ 70 mil e R$ 100 mil. E como todo movimento especulativo, essa tendência de alta nos preços só vai acabar quando o consumidor deixar de comprar.
Por Augusto Lino em: http://www.noticiasautomotivas.com.br/
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