Fonte: http://globoesporte.globo.com
O silêncio da gestão Pedro Abad quanto à ideia de construção de um estádio para o Fluminense tem explicação: a direção tricolor decidiu mudar o rumo do projeto e escolheu o Parque Olímpico para erguer a casa própria.
Depois de 262 dias do anúncio da escolha de um terreno, em Jacarepaguá, próximo à Vila Pan-Americana, feito pelo então presidente Peter Siemsen, em meio à campanha eleitoral do ano passado, o Tricolor finalizou o documento que tem como sede o principal um palco da Rio 2016.
Tirá-lo do papel é difícil, demanda apoio político e dinheiro, mas é considerado possível. Uma reunião com o prefeito Marcelo Crivella, na próxima semana, dará o primeiro passo para oficializá-lo perante o poder público.
O site NetFlu, em reportagem publicada na manhã desta quinta-feira, noticiou a existência do projeto pela primeira vez. O GloboEsporte.com confirmou a informação e ainda apurou a existência do encontro com o prefeito, assim que ele voltar ao Brasil - Crivella está na Holanda, onde participa de conferência global sobre o uso de bicicletas em cidades. A audiência dele com o secretário Índio da Costa, titular da pasta de Urbanismo, Infraestrutura e Habitação, terá participação de Pedro Antonio Ribeiro da Silva, vice tricolor de Projetos Especiais. É ele o responsável pelo assunto no clube.
Mas por qual motivo o Flu mudou de ideia? Custo e facilidade de construção, basicamente. No local próximo à Vila do Pan, o qual o clube firmou memorando de entendimento com um fundo imobiliário, há a necessidade de modificar a legislação para seguir com o projeto. O índice de construção precisa ser alterado, o que depende da prefeitura. Além disso, por ser em área de mangue, exige aterramento, como feito nos moldes do CT. Não há ainda rede de abastecimento de água e energia elétrica. Situação totalmente diferente no Parque Olímpico.
Pedro Antonio, então, visa aproveitar uma dificuldade da prefeitura. No projeto inicial do governo municipal, a Arena do Futuro, que recebeu competições de handebol, seria desmontada para a construção de quatro escolas. A atual gestão alega não ter os R$ 70 milhões estimados para tal. O Flu entende que conseguiria baratear o valor para usar o material da instalação no erguimento da sua casa. Ainda não há um custo estimado para toda a obra, mas o estádio teria capacidade para 25 mil pessoas. Ele seria levantado com recursos de patrocinadores, de acordo com o esboçado no projeto. A localização exata do estádio seria na parte dos fundos do parque, próxima à Lagoa de Jacarepaguá.
O terreno do Parque Olímpico é administrado pela Rio Mais, concessionária formada pela Construtora Norberto Odebrecht, Andrade Gutierrez e Carvalho Hosken. Parceria Público-Privada (PPP), feita pela prefeitura do Rio de Janeiro, permitiu a construção e manutenção, por 15 anos, da infraestrutura do Parque. Ele tem 1,18 milhão de metros quadrados, e a construção das arenas custou R$ 7,23 bilhões. A Autoridade de Governança do Legado Olímpico (Aglo), vinculada ao Ministério do Esporte, administra as Arenas Carioca 1 e 2, o Velódromo e o Centro Olímpico de Tênis e busca parcerias para não deixar o local sem uso. A Arena do Futuro e o Estádio Aquático são responsabilidade do município.
Terreno próximo à Vila do Pan, ideia inicial da casa tricolor, deve ser deixado de lado (Foto: Reprodução / Google Maps)
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