Renato que era Portaluppi em Porto Alegre volta a ser Gaúcho no Rio de Janeiro e foi apresentado oficialmente nesta segunda-feira como treinador do Flamengo.
A programação do clube prevê dois treinamentos no Ninho do Urubu antes de seguir viagem a Buenos Aires, onde estreia diante do Defensa y Justifica, quarta-feira, pelas oitavas de final da Libertadores.
- É um prazer estar aqui nessa oportunidade de treinar um grande. Falei que tinha esse sonho e hoje estou realizando. Todo técnico tem que pensar grande e alto. Na minha opinião, o Flamengo é a mesma coisa do que a seleção brasileira - afirmou Renato.
Renato entrou em campo com a camisa do Flamengo pela última vez em 6 de maio de 1998, em uma vitória por 1 a 0 sobre a Friburguense, no Eduardo Guinle, quando substituiu Palhinha. Foram 211 jogos, 68 gols e o auge na conquista da Copa União de 1987, quando foi eleito o melhor jogador. Desde o adeus em Nova Friburgo, o atacante ainda faria algumas partidas pelo Bangu no Carioca do ano seguinte antes de se aposentar e iniciar a trajetória como treinador.
Campeão no Fluminense e no Grêmio na nova função, passou ainda por Madureira, Vasco, Bahia e Athletico-PR antes de voltar ao Flamengo. Estátua em Porto Alegre, Renato Gaúcho fez do Rio de Janeiro sua casa. Assinou contrato de bermuda e chinelo, depois de uma manhã de futevôlei em Ipanema. Era o início da nova velha história de amor.
- É emocionante. Título é sempre título. Hoje à frente do Flamengo é um título que eu ainda não tenho como treinador. Lembro até hoje de ter dado volta olímpica em 87 no Maracanã. Espero que com esse grupo, agora como treinador, eu possa realizar esse sonho.
- Dois ou três anos atrás falei que era meu sonho treinar o Flamengo, pela grandeza. É uma satisfação. Todo treinador sonha um dia treinar o Flamengo, e estou realizando esse sonho. Estou bastante emocionado, falei isso com o (Marcos) Braz e com o Bruno (Spindel). Poder voltar ao Flamengo, ao Maracanã, e estar ao lado desse grupo vencedor, acima de tudo. Tenho certeza de que o torcedor entende que sou um profissional. Espero que a torcida possa voltar ao Maracanã, eu sei da força dela de todas as vezes em que nos enfrentamos.
Não lembro de atritos com o clube ou com a torcida. Maior prova é que, no jogo beneficente que o Zico faz todo o ano, o Zico brincava: "Está vendo, você é ídolo, a torcida gosta de você. Tem o gol de barriga... mas isso faz parte".
- Nos últimos dias, eu estava na praia e tive que ir embora pelo excesso de carinho, de fotos. A torcida pode ficar tranquila que trabalho não vai faltar. Vamos trabalhar para que a gente possa continuar dando alegria ao torcedor.
- Quando eu jogava pelo Grêmio, eu tinha um sonho de um dia jogar no Flamengo, no Maracanã, ao lado de um grande ídolo que era o Zico. Em 87 pude realizar esse sonho. Quando se fala de Flamengo, todo mundo sonha jogar ou treinar o Flamengo. Como jogador realizei esse sonho. E como treinador vou dar continuidade a esse trabalho.
- O elenco é maravilhoso, muito forte. Se vai ganhar tudo, vamos trabalhar para isso. Palmeiras, Atlético-MG também querem. Todo mundo quer. Qual clube entra na competição e não quer ganhar? Mas o elenco do Flamengo é forte, sim. Perdeu algumas peças? Perdeu. Mas ainda é muito forte.
- Desafio do treinador é grande, como em qualquer clube. Mas treinar o Flamengo é diferente. Eu gosto de desafios. Eu estou aqui para trabalhar. Junto com esse elenco a gente vai fazer de tudo para dar continuidade às conquistas.
- Com segurança e seguindo os protocolos, eu sou a favor. Joguei com a camisa do Flamengo como jogador, eu sei a força da torcida. Enfrentei o Flamengo no Maracanã, com essa torcida maravilhosa. É o nosso 12º jogador. Muita gente já foi vacinada, já teve (Covid). Então, com segurança, eu sou a favor da volta do público aos estádios.
- O Flamengo sempre joga para vencer. Eu sempre tive essa opinião. Coloquei os clubes que trabalhei sempre para frente, em busca da vitória. O clube que busca a vitória está mais perto da vitória do que da derrota. O Flamengo, sem dúvida, vai jogar pra frente. Cada treinador tem uma maneira de trabalhar, vou trocar umas ideias com os jogadores. Vou procurar botar em prática aquilo que acho que é melhor para o clube.
- Pela manhã no sábado, falei com o Braz e com o Bruno. No fim da tarde, estávamos reunidos. Com o contrato assinado, falei pros dois: "Estou muito emocionado". Era um sonho treinar o Flamengo. Treinar o Flamengo é treinar a seleção brasileira.
- Vou tentar fazer o futebol ofensivo, até pelas características dos jogadores. O torcedor do Flamengo não consegue ver o time defensivamente. No momento em que tem jogadores desse nível, tem que jogar para vencer. Sem dúvidas não vou mudar isso.
- Reforços, todo treinador gosta de ter. Às vezes nem sempre é possível. Até porque hoje temos que entender o motivo financeiro que todos os clubes passam pela pandemia. Lógico que o clube vai sentir. Não só o Flamengo, mas no mundo todo. Eu vou trocar muitas ideias com esse grupo aqui. Lá na frente a gente vê tem essa necessidade, dentro da possibilidade que a diretoria vai dar.
- Quando saí do Grêmio, a primeira coisa que fiz foi entrar de férias. Foram cinco anos, precisava curtir um pouco minha família. Precisava respirar novos ares. Mas não saí do Grêmio pensando no Flamengo. Recusei convites de Santos e Corinthians porque eu precisava de férias. No momento em que descansei, apareceu o convite do Flamengo. Essa oportunidade eu peguei. Já descansei e estou realizando meu grande sonho.
Fonte: https://ge.globo.com/
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