5 de julho de 2021

Será que vivemos a era da imposição de uma ideologia? CBF responde por não utilizar o número 24!

Fonte: www.tjrj.jus.br

Nos parece que estamos vivendo numa época em que não se quer corrigir os erros, não se busca igualdade, mas sim, impor aos outros que pensam de modo diverso ao nosso, impor nossas crenças, nossas opiniões, nosso estilo de vida, nossa opção e nossa ideologia. Creio que não faremos um país melhor dessa forma, pois tais atitudes somente acirrarão as diferenças.

A Confederação Brasileira de Futebol teve 48 horas para responder à Justiça o porque de não usar o número 24 nas camisas dos jogadores na Copa América. A decisão liminar o juiz Ricardo Cyfer, da 10ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, atendeu pedido formulado em ação apresentada pelo Grupo Arco Íris de Cidadania LGBT. 

A CBF também terá de responder outras quatro perguntas formuladas pelo Grupo Arco-Íris: se a não inclusão do número 24 nos uniformes é uma política deliberada; qual departamento da instituição é responsável pela deliberação dos números; quais as pessoas e funcionários são responsáveis pela definição da numeração; e se existe alguma orientação da FIFA ou da Conmebol sobre o registro de atletas com a camisa 24.  

O grupo reclama que "o fato da numeração da seleção brasileira pular o número 24, considerando a conotação histórico cultural que envolta esse número de associação aos gays, deve ser entendido como uma clara ofensa a comunidade LGBTI+ e como uma atitude homofóbica.” 

"Além disso, o contexto fático em que se inseriu a questão na fundamentação da presente ação, qual seja, o intercurso da Copa América - competição de âmbito internacional com ampla veiculação e audiência no Brasil -, aliado ao fato de que esta competição se encerra, segundo previsto, no próximo dia 10 de julho, demonstra a urgência da medida pleiteada.", avaliou o magistrado na decisão.  

O juiz Ricardo Cyfer afirmou que medidas afirmativas e de respeito à comunidade LGBTQIA+ têm sido cada vez mais importantes na luta contra a discriminação e a violência às minorias, especialmente num esporte tradicionalmente ligado ao universo masculino. 

"A luta da comunidade LGBTQIA+ pelo fim da discriminação contra seus membros, com o reconhecimento do seu direito a uma convivência plena na sociedade, é amplamente conhecida, tendo suas causas e seu desenvolvimento sido sobejamente detalhados na narrativa dos fatos na inicial desta ação", ressaltou. 


São as principais respostas da CBF:

"1. A não inclusão do número 24 no uniforme oficial nas competições constitui uma política deliberada da interpelada?

Resposta: Não.

2. Em caso negativo, qual o motivo da não inclusão do número 24 no uniforme oficial da interpelada?

Resposta: O Regulamento inicial da Conmebol Copa América 2021 (“Competição”) determinava que apenas 23 jogadores poderiam ser inscritos (doc. 3). Essa quantidade de atletas é a tradicionalmente observada em competições internacionais da Conmebol e da FIFA. A numeração utilizada pelos atletas tem relação com questões desportivas apenas. No momento inicial, a organização da competição estabeleceu a utilização dos números 1 a 23 de forma sequencial, o que foi feito pela seleção brasileira ao inscrever 23 atletas. No entanto, posteriormente, o Regulamento da Competição foi alterado (doc. 4) e foram concedidas 5 (cinco) vagas adicionais, em razão da possibilidade de troca de jogadores por conta de eventual contaminação por Covid-19. Apesar de tal faculdade, que foi utilizada por outras seleções para convocar mais 5 (cinco) atletas, como a CBF vem cumprindo rigorosamente os protocolos sanitários e não apresentou casos de contaminação, a Comissão Técnica sentiu-se confortável em convocar apenas mais um jogador, além dos 23 (vinte e três) inicialmente inscritos, e, para esse jogador, em razão de sua posição (meio campo) e por mera liberalidade, optou-se pelo número 25. Como poderia ter sido 24, 26, 27 ou 28, a depender da posição desportiva do jogador convocado: em regra, numeração mais baixa para os defensores, mediana para volantes e meio campo, e mais alta para os atacantes.

(...)

5. Existe alguma orientação da FIFA ou da CONMEBOL sobre o registro de jogadores com o número 24 na camisa?

Resposta: Não é de conhecimento da CBF nenhuma orientação sobre o tema."

Foto meramente ilustrativa - Reprodução de internet

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