10 de dezembro de 2007

Um dia triste para o automobilismo nacional.

Quatro mortes em 28 anos, site: www.odia.com.br
Antes de Sperafico, acidentes mataram Zeca Gregoricinski, Laércio Justino e Raphael Lima SÃO PAULO - Os 28 anos de história da Stock Car foram marcados por quatro acidentes com morte, contando com o de Rafael Sperafico. No ano de 1985, também no autódromo de Interlagos, o piloto Zeca Gregoricinski ficou preso em seu carro, que pegou fogo, matando-o. O segundo piloto a perder a vida foi Laércio Justino. Em 2001, em Brasília, ele perdeu o controle do carro durante o treino classificatório, saiu da pista e se chocou com um guincho. Sofreu traumatismos craniano, encefálico, cervical, torácico e abdominal, morrendo ao chegar ao hospital. Dois anos mais tarde, a vítima foi o estudante de fotografia Raphael Lima Pereira. Posicionado fora da área de proteção, foi atingido pelo carro de Gualter Salles. Após a morte de Laércio Justino, os organizadores anunciaram mudanças, visando a dar segurança aos pilotos. O acidente com Rafael Sperafico fez retomar a discussão. “Os espelhos retrovisores são pequenos, não temos visão lateral. Precisa de uma célula de proteção para o piloto. Esses ferros dentro do carro também são complicados. Um novo carro precisa estrear o quanto antes. Aquele acidente com o Guater Salles, em 2006, foi um aviso. É que não era a hora dele. Vamos rezar pela família, para absorverem o que aconteceu”, disse Ricardo Maurício, piloto da A.Matteis.O projeto de mudanças no carro da categoria só deverá ser posto em prática em 2009. Mas Antonio Jorge Neto, da equipe RC, diz que os pilotos querem que algo seja feito logo. “Da forma que foi, nenhum carro conseguiria suportar o impacto. Mas os carros da Stock têm uma falha de segurança na lateral. É tudo muito frágil. A gente vem falando há algum tempo e chegou no limite. A categoria evoluiu, o espetáculo está bonito, mas é preciso pensar na segurança. Desde 2000 o carro é assim. Tudo evoluiu, mas a segurança, não”. Renato Russo teve trauma crânio-encefálicoO piloto Renato Russo, de 40 anos, que se envolveu no acidente que vitimou Rafael Sperafico, está internado no Hospital São Luiz, no Morumbi, mas não corre risco de morte, segundo o médico Dino Altmann. “Atendemos o Renato Russo com trauma crânio-encefálico, trauma torácico-abdominal do lado direito e perda momentânea de memória, mas ainda no centro médico do circuito ele demonstrou estar consciente e com todos os sinais vitais estáveis”, disse. Russo, que ficou alguns instantes preso nas ferragens, reclamava de dores nas pernas. Depois dos exames laboratoriais, radiológicos e tomográficos, foi evidenciada a necessidade de cirurgia abdominal, realizada ontem. Segundo o boletim médico, ele passa bem e segue clinicamente estável. O acidente ganhou destaque na imprensa européia. No site do espanhol ‘Marca’, os internautas falaram da questão de segurança, deixaram mensagens para a família Sperafico e de pronta recuperação para Russo.

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