24 de setembro de 2013

Vejam as 'caronas' mais famosas da Fórmula 1.

Um episódio ocorrido logo após a bandeirada do GP de Cingapura causou grande repercussão no paddock da F-1 neste domingo. Tudo porque Mark Webber, que havia abandonado a prova na volta final com problemas na RBR aproveitou que o amigo Fernando Alonso passava por perto e pegou uma carona para voltar aos boxes. Apesar de muito festejada pelos fãs na arquibancada, a cena inusitada quase provocou um acidente (uma Mercedes quase atropelou Webber) e ainda rendeu punições aos dois pilotos envolvidos.

O que nem todos lembram é que neste domingo, Fernando Alonso apenas retribuiu a gentileza de Mark Webber, amigo de longa data. No GP da Alemanha de 2011, o espanhol foi quem precisou de uma mãozinha após perceber que ficaria sem a quantidade mínima de combustível exigido pela FIA para análise do material.

Hoje polêmicas e passíveis de punição, as caronas após as corridas de Fórmula 1 já foram um expediente para lá de comum entre os pilotos da categoria. Imagens que se popularizaram especialmente na década de 1980, quando os motores turbo exigiam um alto consumo de combustível, invariavelmente provocando panes secas nas voltas finais de diversos GPs. Não era raro, ao fim de cada corrida, ver ao menos um piloto voltando aos boxes pendurado na carenagem de algum solícito concorrente.

O caso mais emblemático foi na década seguinte, no GP da Inglaterra de 1991. Brigando pelo título contra Nigel Mansell, Ayrton Senna parou sua McLaren a poucas curvas da bandeirada, com o motor falhando. Cercado pelos empolgados fãs ingleses, o brasileiro aceitou uma carona oferecida justamente pelo piloto britânico, vencedor da corrida de Silverstone, que na época pilotava uma Williams. A imagem virou até miniatura, hoje cobiçada por colecionadores. Anos antes Ayrton também já havia pego uma carona com um companheiro de equipe.


Mika Hakkinen também pegou uma carona com seu companheiro David Coulthard.

Promissor nas categorias de base, Jean Alesi parecia um piloto que faria sucesso quando estreou na Fórmula 1, em 1989. Porém, uma série de carros ruins da Ferrari, equipe na qual ingressou no ano seguinte, fez com que sua primeira vitória tardasse a acontecer. Ela só veio em 1995, seu último ano na escuderia. O francês contou com um problema no carro de Michael Schumacherpara tomar a liderança do GP do Canadá, mas parou pouco depois da bandeirada. A volta de consagração do único triunfo de sua carreira foi justamente a bordo da Benetton do alemão, quinto colocado na prova. Sem dúvida, um jeito no mínimo diferente de se comemorar uma vitória diante da torcida.

Outra carona dada por Shumacher, agora para Fisichella.

Porém, o recorde de pilotos pendurados em um mesmo carro pertence a Nelson Piquet. No GP do México de 1986, corrida muito exigente com os motores turbo devido à altitude do circuito Hermanos Rodriguez, o brasileiro foi o quarto colocado, a uma volta do vencedor, Gerhard Berger. Sem a obrigação de ir ao pódio, Nelson fez de sua Williams uma verdadeira “lotação”. E recolheu, durante sua volta de retorno aos boxes, os colegas Stefan Johansson, Philippe Alliot, e René Arnoux – que havia oferecido carona aos dois anteriores, mas também parou sem gasolina com sua Ligier.

Outra carona concedida por Piquet, agora para Alain Prost.


Mas se engana quem pensa que caronas começaram nesta época. Nos primórdios da Fórmula 1 também era comum que os pilotos “resgatassem” os colegas que ficavam pelo caminho. Principalmente porque os circuitos costumavam ser muito maiores (Nürburgring e Spa tinham 23 km e 14 km, respectivamente), e as equipes de apoio, bancadas pelos organizadores das provas, não dispunham de veículos para recolher os competidores. Porém, como os carros de F-1 não possuíam muitos apêndices aerodinâmicos, o jeito era se segurar como dava. Que o diga Jackie Stewart, que após uma quebra no GP de Mônaco de 1967, voltou de carona em uma posição nada confortável...

Rubens Barrichello também já pegou sua carona e foi com Damon Hill.


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