6 de abril de 2009

GP termina antes do previsto, e Button vence segunda etapa seguida

Direção da prova malaia decidiu terminar corrida antes do previsto por forte chuva; inglês levou metade dos pontos por isso, fonte: www.grandepremio.com.br
MARCUS LELLIS:
Não houve falta de avisos. Durante a semana, os pilotos falaram que era arriscado realizar o GP da Malásia às 17h locais pela grande possibilidade de a chuva aparecer com intensidade em Sepang. A visibilidade ficaria prejudicada, diziam eles. Dito e feito. O tempo fechou, ficou praticamente impossível de guiar, e a direção de prova foi obrigada a encerrar a corrida com 32 voltas completadas das 56 previstas. Melhor para Jenson Button, que liderava no momento da interrupção e conquistou a segunda vitória consecutiva na temporada 2009.
E não foi um triunfo fácil para o inglês. Antes de toda a confusão que se instalou no circuito malaio, o sol chegou a dar as caras na largada. Com visibilidade de sobra, Button, pole-position, não teve um bom início, perdendo a ponta para Nico Rosberg. Além disso, foi ultrapassado por Jarno Trulli e Fernando Alonso, com um começo espetacular, saltando da nona colocação para a terceira.Rubens Barrichello saiu do oitavo posto e teve uma prova de fogo antes mesmo de sair para a luta. Com um problema mecânico, Robert Kubica ficou parado à frente do brasileiro, que teve de se desdobrar para evitar a colisão. Após impedir o incidente, o piloto da Brawn ganhou três lugares e subiu para quinto.A primeira volta do GP mostrou muito bem o atual equilíbrio da F1, com diversas trocas de posições e muitas disputas. A primeira volta também mostrou que Heikki Kovalainen ainda não percebeu que a temporada já está a pleno vapor. Assim como na Austrália, abandonou sem dar um único giro. Dessa vez, rodou sozinho, sem poder dar qualquer desculpa para novo insucesso.Com tanta movimentação, era impossível saber exatamente a classificação correta da corrida. A cada passagem, havia uma modificação. Só Rosberg que parecia firme e forte na primeira colocação, sem ser incomodado por Trulli, Button e Barrichello.No pelotão do meio, o destaque era Alonso, que segurava a quinta colocação na marra, fechando a porta para Kimi Raikkonen e Mark Webber, que eram mais rápidos do que o espanhol. Foram algumas voltas de resistência, até que o motor e o melhor equilíbrio dos carros da Ferrari e da Red Bull fizeram a diferença.
O tempo passava, as nuvens ficavam mais negras, e a chuva se aproximava. As equipes começaram a pensar na melhor estratégia. Para a Ferrari, a coisa certa a se fazer seria colocar logo os pneus para pista molhada. Assim foi Raikkonen para os boxes da escuderia de Maranello, com tal tática.Mais uma vez, um furo n'água da equipe italiana. O time já tinha feito besteira no treino de classificação, deixando Felipe Massa largar na 16ª posição por um erro de análise. Na corrida, fez o nórdico andar duas voltas com os pneus errados, que ficaram destruídos após duas voltas.
Menção à parte, Massa fazia das tripas coração para realizar uma prova de recuperação. Chegou até o nono lugar, e, vez ou outra, beliscava um lugar na zona de pontuação, que, segundo o brasileiro, seria o melhor resultado que poderia ser conquistado.Depois de cerca de 25 voltas completadas, a chuva começou a apertar em Sepang. A troca de posições, que já era constante, aumentava a cada passagem. Os pilotos entravam e saíam dos boxes a toda hora. Só para ter uma noção, Button fez quatro paradas. E, ainda assim, conseguiu recuperar a ponta perdida na largada.Houve um momento em que Barrichello parecia ser o mais rápido na pista, após ultrapassar Trulli e Rosberg e chegar à segunda colocação. Depois, eram Timo Glock e Webber que apareceram voando, deixando qualquer um para trás. Tudo estava relacionado aos pneus. Por exemplo, o alemão da Toyota se deu bem andando com os intermediários.
Mas assim que a chuva aumentava, a visibilidade diminuía. Sebastian Vettel, que em nenhum momento conseguiu se afastar do pelotão intermediário, rodou e abandonou. Sébastien Bourdais dizia no rádio que não dava para guiar com aquelas condições. Uma imagem da câmera on-board de Barrichello mostrava muito bem que não era possível observar nada um palmo à frente.Às 18h03, horário de Sepang, a prova foi interrompida com bandeira vermelha. Muito diz-que-me-diz nos bastidores. Webber, diretor do GPDA (Associação de Pilotos de Grandes Prêmios), saiu em disparada colhendo as opiniões dos pilotos. No fim, trouxe o veredicto da maioria: não tinha como reiniciar o GP.A FIA ainda tentou forçar uma situação de relargada, mas a vontade dos pilotos falou mais alto depois de 48 minutos de apreensão: fim de prova. Apesar das 32 voltas completadas, valeu o resultado da 31ª, a última antes da parada.
Com isso, Button venceu, seguido de, por incrível que pareça, Nick Heidfeld, que fez uma prova muito discreta, chegando a ser ultrapassado sem qualquer resistência por Webber. Mas estava no lugar certo, na hora certa, e se aproveitou dos pit-stops dos rivais e do fato de que só fez uma parada. Glock completou o pódio. Na zona de pontuação, Trulli, Barrichello, Mark, Lewis Hamilton e Rosberg. Nem Massa, nem Raikkonen. A Ferrari completou duas corridas seguidas sem pontos em 2009.Como a prova não teve 75% de sua distância prevista cumprida, todos receberam metade dos pontos, o que não acontecia desde 1991, fazendo com que Jenson Button continuasse na liderança, mas com 15 pontos ao invés dos costumeiros 20 de duas vitórias. Barrichello é vice-líder, com dez.
A F1 descansará por duas semanas, até voltar no dia 19 de abril, na China. Em tempo: a próxima etapa está prevista para começar às 15h locais. Na pista de Xangai, visibilidade não deve faltar. Os pilotos agradecem.


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