A Indústria de Material Bélico do Brasil (Imbel), estatal vinculada ao Comando do Exército, projeta um crescimento de 10% nas vendas das armas que fabrica, no mercado brasileiro, em decorrência do novo decreto que regula a posse de armas de fogo.
A Imbel registrou faturamento recorde no ano passado (de R$ 175 milhões, 17% a mais do que em 2017), e aguarda novas medidas destinadas a incrementar os segmentos de defesa nacional e segurança pública para planejar aumento na produção. Atualmente, o mercado privado responde por 36% das vendas. Defesa e segurança correspondem a 32% cada.
"Nossa meta é conquistar sustentabilidade, gerar recursos para investimentos e sair da dependência do governo.", afirma Marcel Muniz, responsável pela comunicação da Imbel.
A empresa passou a ser dependente do Tesouro Nacional em 2008. Com finalidade principal de prover as Forças Armadas, a Imbel sofreu com o contingenciamento de verbas públicas e entrou em situação financeira crítica. Atualmente, é considerada de baixo grau de dependência. Agora, com a sinalização de valorizar as Forças Armadas dada pelo presidente, a estatal espera por aumento de encomendas, principalmente do Exército, da Força Nacional, e das secretarias de segurança dos estados.
No mercado de armas, a estatal é reconhecida pela fabricação de armas de alta precisão e resistência, destinadas a clientes institucionais.
Com cinco fábricas, a de armas fica em Itajubá, Minas Gerais, a empresa fabrica também explosivos e atende ao mercado de atiradores credenciados pelo Exército, conhecidos pela sigla CAC, que reúne colecionadores, atiradores e caçadores. O mercado privado de explosivos é formado por mineradoras, construtoras e empreiteiras de obras públicas.
A empresa atingiu em 2018 recorde na produção de explosivos, passando de 766 mil quilos para 1 milhão de quilos (o mercado não utiliza a medida de toneladas). O recorde foi batido na fábrica de Piquete, no Vale do Paraíba, em São Paulo, mas a empresa tem também uma unidade em Magé (RJ).
O carro-chefe para o mercado privado são as pistolas .380, mas a Imbel não informa a quantidade de armas comercializadas.
A estatal tem, desde 2015, um plano estratégico para deixar de ser dependente do Tesouro Nacional. A iniciativa implica na modernização das fábricas e desenvolvimento de projetos em convênio com outras empresas. Por meio do Centro Tecnológico do Exército Brasileiro (Cetex), a Ibel participou do convênio com a Gespi, que desde 2012 tem 40% de seu capital nas mãos da israelense Rafael, uma das maiores empresas de segurança de Israel. Na época, e Imbel fez o carregamento da munição para um tipo de armamento antitanque, destinado ao mercado externo. Segundo Muniz, a participação, na época, foi o carregamento de 150 granadas com explosivo.
A empresa também participa junto com o Cetex, por meio de convênio, para desenvolvimento de rádios de comunicação militares, em parceria com a Rohde & Schwarz, com sede na Alemanha, uma das maiores empresas do mundo de tecnologia da informação e comunicação.
A Imbel não exportou nos últimos anos, mas tem uma parceira com a empresa MacJee, do setor de defesa, cuja meta é intermediar vendas para o mercado internacional. Os negócios, porém, só poderão ser concretizados com a anuência dos Ministérios da Defesa e das Relações Exteriores.
Entre as 18 estatais dependentes do Tesouro Nacional, a Imbel emprega 2 mil funcionários, e tem a média de remuneração mais baixa, de R$ 2.200, a segunda mais baixa é a CPTU, com R$ 6,6 mil.
Fonte: https://extra.globo.com
Fotos: Reprodução de internet
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