A Supervia, empresa que opera os trens urbanos do Rio de Janeiro, transportando mais de 600 mil passageiros por dia, divulgou que firmou acordo de venda das quotas de suas ações, e após a conclusão da transação, a Odebrecht Transport vai reduzir sua participação indireta na empresa de 72,8% para 11,33% dos papéis, e a Mitsui, através de sua controlada Gumi, ficará com os 88,67% restantes.
A fatia da Mitsui na SuperVia se dava de forma indireta, pois o grupo japonês, ao lado de outras duas empresas do Japão, tem 40% da Odebrecht Mobilidade que, por sua vez, tinha 60% da SuperVia.
A Supervia possuí uma dívida de cerca de R$ 1,5 bilhão, portanto, o operação de venda deve ser aprovado pelos bancos credores, como Itaú e Bradesco, e o governo do Estado do Rio, por se tratar de uma concessão.
A expectativa com o novo dono é que a SuperVia consiga aumentar os investimentos, melhorar a qualidade de seus serviços e equacionar suas dívidas. Entre as queixas mais frequentes dos usuários estão vagões lotados em viagens mais longas e em horários de pico, enquanto nos fins de semana a frequência das saídas é reduzida.
Em parecer, o Cade disse que pode haver uma potencial integração entre a Mitsui e a Supervia com a compra de produtos. “Tal relação, porém, não seria capaz de gerar preocupação de ordem concorrencial. A participação da Mitsui nesse segmento no Brasil é insignificante”, disse o Cade. Segundo um especialista, a Mitsui pode dar novo impulso à SuperVia. Isso porque recentemente a Mitsui vendeu parte dos 40% de suas ações na Odebrecht Mobilidade para empresas japonesas que atuam no setor. Ou seja, indiretamente, segundo o Cade, a Mitsui já tem 24% das ações da SuperVia.
Uma dessas empresas é a West Japan Railway, que transporta mais de 5 milhões passageiros por dia no Japão. Além disso, a Mitsui também vendeu parte das ações da Odebrecht Mobilidade para a Empresa Japonesa de Investimento em Infraestrutura de Transporte e Desenvolvimento Urbano no Exterior, com foco em transporte. A expectativa é que a SuperVia passe a ter uma nova gestão com sócios especializados no setor - disse esse analista.
A SuperVia já estava à venda há pelos menos dois anos. Nesse período, chegaram a analisar a companhia o fundo soberano dos Emirados Árabes, Mubadala, um consórcio formado pela brasileira Starboard Restructuring Partners, que tem o fundo americano Apollo como acionista, e o grupo brasileiro RTM Brasil, composto por executivos do setor financeiro e de transporte.
Na área de transporte, a Mitsui já forneceu equipamentos e composições para o metrô de Salvador, e além disso tem projetos para o Metrô de São Paulo, já no setor automotivo, através de uma empresa chamada Veloce, a companhia forneces soluções para as montadoras, importando peças pelos escritórios no exterior, e serviços de logística.
Enfim, após um ano após negociações, finalmente mudará de mãos, e o Cade recomendou a aprovação da aquisição pelo conglomerado japonês Mitsui, em um negócio que é estimado em cerca de R$ 800 milhões.
Fonte: https://oglobo.globo.com
Fotos: Reprodução de internet
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