Fonte: www.odia.com.br , Christina Nascimento e Carol Medeiros.
Rio - A partir de hoje, a Zona Norte vira o centro do Rio. Região que engloba bairros com alguns dos mais baixos Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) da capital, ela será alvo de um mutirão para incentivar o crescimento econômico e a recuperação urbanística e do sistema educacional. Para a linha de frente das ações da prefeitura, foram escolhidos 22 bairros entre os mais carentes, como Acari, que tem a menor renda da cidade. É neste grupo que ficam 24 escolas das 150 localizadas em áreas de risco, segundo avaliação do Município. Professores que trabalham nessas unidades vão receber gratificação, como um ‘adicional de periculosidade’.Nestes colégios, os pais vão ser convidados a passar períodos do recreio com os filhos, o horário será integral, cada aluno vai ganhar um microscópio, haverá novas tecnologias para aulas de Ciências e cursos de mediadores de conflitos para diretores, além de atividades extracurriculares, como dança, teatro e oficina de música. O Ciep Zumbi dos Palmares, em Coelho Neto, onde sexta-feira vai ser lançado oficialmente o projeto ‘Escola do Amanhã’, foi escolhido por estar justamente situado num dos 22 bairros que vão receber o denominado ‘choque de resgate’ do potencial da Zona Norte.
GABINETE EM GUADALUPETambém constam nesta lista a Escola Municipal República Dominicana, em Madureira; o Ciep Rubens Gomes, em Barros Filho; e as escolas Rostham Pedro de Farias, em Cavalcanti, e Fernando Rodrigues da Silveira, em Costa Barros. “Esses colégios terão um tratamento especial da prefeitura para fazer com que eles se tornem cada vez mais atrativos para os moradores dessa região. A Zona Norte tem um papel muito importante neste contexto”, afirmou a secretária municipal de Educação, Cláudia Costin. A subprefeitura de Guadalupe, bairro que está na 80ª posição no IDH da cidade, vai ser o gabinete do prefeito e de seu secretariado nesta semana. “Basicamente, o que a gente vai fazer é ficar na rua ouvindo o que os moradores têm a dizer. Estamos na área mais degradada da Zona Norte”, disse Paes. Na avaliação dele, a estratégia de se movimentar para a região vai de encontro a uma política pública adotada há mais de uma década, que permitiu que a área “definhasse” com a falta de investimento, principalmente devido ao fechamento de várias empresas. A intenção é, se concretizados os planos, em quatro anos esses 22 bairros atingirem potencial econômico semelhante ao do Centro e da Zona Oeste.
NA PAVUNA, DENGUE PREOCUPAA primeira ação de Eduardo Paes na Zona Norte, dentro do projeto Prefeitura Itinerante, começa hoje, na Pavuna. Durante caminhada no bairro, ele vai acompanhar equipes que farão vistorias nas casas e vão orientar os moradores sobre o Aedes aegypti, causador da dengue. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, Pavuna tem áreas onde o índice de infestação do mosquito é dez vezes maior que o tolerado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O bairro é o segundo com maior número de casas com focos de Aedes aegypti. A Prefeitura Itinerante vai percorrer uma região do Rio a cada dois meses. A próxima localidade ainda não foi escolhida. ‘Professores se sentem inseguros’Com metade da vida dentro de salas de aulas da rede pública e privada de ensino, o professor de Geografia Nilson Vilaça, 51 anos, já viu alunos se transformarem em ameaça. Há seis anos, precisou pedir transferência de uma escola municipal na Penha, Zona Norte, depois de sofrer retaliações de um grupo de alunos insatisfeito com suas cobranças por disciplina e bom rendimento.O confronto culminou com o vidro de seu carro quebrado. “Temi pela minha segurança e vi que não tinha mais como cumprir o papel de educador. Não sei onde eles parariam”, conta ele, que, no ano passado, reviveu o drama com uma colega de uma unidade municipal, em Olaria, agredida por um aluno irritado por ter sido proibido de entrar em sala ao chegar atrasado. “Nós não tivemos nenhum respaldo da secretaria ou Conselho Tutelar. Não sabíamos como agir com o jovem, que continuou na escola até o final do ano. Muitos professores se sentem inseguros dentro do trabalho e isso tem que parar”.
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