Rio - A interrupção do tráfego dos cerca de 300 ônibus da frota levou o caos para a Zona Oeste. Alguns desistiram de ir trabalhar, porque vans, trens e veículos de outras viações ficaram superlotados. “Tivemos que faltar. Ficamos mais uma hora no ponto em vão”, lamentou a auxiliar de serviços gerais Marilene Motta, 54, que trabalha com a irmã, Rosemery Motta, 42. “Infelizmente, sempre sobra para nós, trabalhadores”, completou o estudante Douglas Nunes da Silva, 20.Ônibus da Viação Ocidental têm sido apreendidos com freqüência em Operações Choque de Ordem. Na Ouvidoria da Secretaria Municipal de Transportes, a empresa é a segunda no ranking de reclamações. De janeiro de 2008 a janeiro deste ano, foram 799 queixas contra desobediência nos pontos, escassez de veículos e mau estado de conservação. Nos últimos dois meses, pelo menos 80 ônibus da Ocidental foram apreendidos. A recordista de queixas é a Madureira-Candelária, com 863 reclamações. Depois da Ocidental vêm a Zona Oeste (652), Pégaso (638), Estrela e Oriental (572), cujos funcionários também pretendem cruzar os braços hoje por falta de pagamento e encargos.
Braços cruzados, todos a pé
Em protesto contra salários atrasados, a maior parte dos 1,3 mil funcionários da Viação Ocidental, em Santíssimo, cruzou os braços ontem, deixando mais de 100 mil passageiros a pé. No ato, que reuniu 650 motoristas, cobradores, fiscais e mecânicos na garagem da empresa, na Avenida Santa Cruz, houve conflito com policiais do Regimento de Cavalaria Coronel Enyr Cony dos Santos. Pelo menos seis manifestantes passaram mal com gás de pimenta; dois rodoviários foram detidos.Responsável por 17 linhas que saem de Campo Grande, Bangu e Santa Cruz para o Centro, a Ocidental é acusada pelos funcionários de não depositar FGTS, não pagar horas extras, obrigar motoristas e cobradores a dobrar as escalas de trabalho e a descontar dos vencimentos peças quebradas por falta de manutenção e até assaltos sofridos durante os trajetos.
TRÂNSITO E TUMULTO
A Avenida Santa Cruz foi bloqueada duas vezes, provocando longos engarrafamentos na região. Um dos conflitos com a PM ocorreu por volta do meio-dia, quando os rodoviários impediram a saída de ônibus. Um motorista que tentou sair com um 819 (Campo Grande-Jardim Bangu) foi agredido com tapas e obrigado a retornar.Um tenente usou gás de pimenta para dispersar os mais exaltados. A cobradora Dayse Lúcia desmaiou e foi levada para o hospital, assim como sua colega, Mariele Vieira. “Isso é covardia. Nosso protesto é pacífico!”, lamentou o cobrador Paulo Blanc, 47, que também passou mal com gás de pimenta. Às 15h15, a janela de outro ônibus foi quebrada, e o policiamento, reforçado. Pela manhã, o diretor da Ocidental, Daniel Daneluzzi, negou atrasos na folha de pagamento e garantiu que os salários de fevereiro já começaram a ser depositados. A empresa também assegurou que está em dia com o FGTS de todos e que nada é descontado dos cobradores em caso de assaltos. Um dos responsáveis pela Ocidental, Ancelmo Gonçalves, foi vaiado ao tentar propor o pagamento dos funcionários até sexta-feira. Depois, ele assinou documento prometendo pagar integralmente a todos ontem.
A Avenida Santa Cruz foi bloqueada duas vezes, provocando longos engarrafamentos na região. Um dos conflitos com a PM ocorreu por volta do meio-dia, quando os rodoviários impediram a saída de ônibus. Um motorista que tentou sair com um 819 (Campo Grande-Jardim Bangu) foi agredido com tapas e obrigado a retornar.Um tenente usou gás de pimenta para dispersar os mais exaltados. A cobradora Dayse Lúcia desmaiou e foi levada para o hospital, assim como sua colega, Mariele Vieira. “Isso é covardia. Nosso protesto é pacífico!”, lamentou o cobrador Paulo Blanc, 47, que também passou mal com gás de pimenta. Às 15h15, a janela de outro ônibus foi quebrada, e o policiamento, reforçado. Pela manhã, o diretor da Ocidental, Daniel Daneluzzi, negou atrasos na folha de pagamento e garantiu que os salários de fevereiro já começaram a ser depositados. A empresa também assegurou que está em dia com o FGTS de todos e que nada é descontado dos cobradores em caso de assaltos. Um dos responsáveis pela Ocidental, Ancelmo Gonçalves, foi vaiado ao tentar propor o pagamento dos funcionários até sexta-feira. Depois, ele assinou documento prometendo pagar integralmente a todos ontem.
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