12 de abril de 2014

Os carros que decepcionaram nos últimos anos.

Fonte: http://carros.ig.com.br/
A palavra fracasso talvez seja forte demais para ser usada, mas há produtos que deixam a desejar para seus clientes e os próprios fabricantes. O sucesso, o termo que todos gostam de ouvir, não é uma ciência perfeita e nem mesmo um planejamento bem feito está alheio a humores do mercado. Na indústria automobilística, esses "tiros nágua" se acumularam nos últimos anos, acompanhando a avalanche de lançamentos que tomou o mercado brasileiro.
iG levantou dados* e selecionou 11 modelos que, de certa forma, decepcionaram nas vendas. Alguns deram azar de chegar na hora errada, já outros ainda têm a chance de reverter essa situação. Não se trata de uma fórmula científica e, sim, da expectativa que esses carros deixaram ao serem lançados e que, por razões diversas, não se concretizaram.
11º Renault Symbol – vendas 28.513
Symbol nasceu em 2009 com uma resposta veloz da Renault para aproveitar o crescimento do mercado de sedãs compactos mais equipados. Ele era, na essência, um Clio Sedan todo equipado e com design revigorado. Apesar dos bons equipamentos, o espaço interno limitado e o preço um pouco alto empacaram suas vendas. Apenas 28,5 mil foram emplacados em quatro anos de carreira.
10º Chery QQ – vendas 20.763
QQ continua no mercado brasileiro, mas patina nas vendas. Mesmo barato e bem equipado, o chinês vende pouquíssimo. Chegou a custar menos de R$ 20 mil e nem assim encontrou compradores. Talvez o problema não seja do carro em si, mas da Chery, marca ainda com a imagem pouco conhecida e sem um público cativo.
9º Peugeot 408 – vendas 19.148
Eis a prova que nem mesmo que se faça a lição casa de forma correta o reconhecimento surge. O sedã 408 é uma evolução do 307 Sedan: tem mais espaço, bons itens de série, preço atraente e um visual agradável. O problema é que a Peugeot não tem tradição nesse segmento e as vendas são cada vez mais minguadas. Mesmo feito na Argentina, o carro perde espaço para modelos importados de lugares distantes e mais tributados.
8º Peugeot Hoggar – vendas 12.775
Outro Peugeot igualmente complicado. A picape Hoggar parecia uma jogada certeira ao mirar num segmento de veículos envelhecidos e com poucos concorrentes. A própria marca reconheceu tempos depois que o mercado de utilitários leves é muito conservador e que valoriza a confiança no produto. Para ganhar espaço, a Hoggar precisaria de muito tempo de estrada para ganhar fãs, mas dá a entender que sua carreira não irá muito longe.
7º Nissan Tiida Sedan – vendas 8.962
Tiida Sedan foi uma raridade que passou voando pelo mercado brasileiro. Com preço inferior ao hatch e um pacote de série respeitável, o sedã poderia ter vendido mais, porém, mal chegou a 9 mil carros, número que um Civic consegue em menos de dois meses. Talvez fosse culpa do design já que o Versa, seu sucessor natural, vende bem, mesmo com acabamento inferior.
6º Hyundai i30 CW – vendas 5.415
Se o hatch, mesmo importado da Coreia do Sul, é sucesso por onde passa por que não uma perua com visual mais esportivo? Talvez tenha sido a conclusão que chegou o grupo CAOA, representante da linha de importados da Hyundai, ao decidir vender no Brasil a perua i30 CW, derivada do hatch i30. Ao contrário deste, a versão familiar nunca agradou e vê-la pelas ruas é tão raro que ela acabou morrendo de inanição.
5º Smart ForTwo – vendas 4.833
Há alguns anos, houve uma onda minimalista no setor, que deu fôlego para que pequenos carros de luxo encontrassem um público endinheirado e ávido por modelos urbanos. A receita funcionou para o britânico Mini e para o italiano 500, da Fiat, menos para o Smart Fortwo. O braço francês daMercedes-Benz, que fabrica o pequeno modelo de dois lugares, tentou o quanto pôde dar um ar ‘premium’ ao carro da Smart, mas a verdade é que ele não funciona no Brasil: é duro de dirigir, barulhento e despojado em alguns aspectos. Isso sem falar no preço salgado.
4º Audi A1 – vendas 3.855
O pequeno A1 surgiu como uma espécie de sucessor para o primeiro A3, que era menos sofisticado do que o atual. Só que o tamanho reduzido e, digamos, a falta de um atributo emocional como o que traz um Mini Cooper, parece que reduziu as chances de sucesso do hatch. A Audi, mesmo cobrando até R$ 80 mil por ele, encontrou pouca gente disposta a levá-lo para casa. Hoje ele vende menos que o A3, A4 e o Q3, todos bem mais caros que ele.
3º Chevrolet Malibu – vendas 2.966
Demorou para a Chevrolet decidir ter um rival para o Fusion, da Ford. Mas ao decidir trazer o Malibu para essa tarefa, a montadora norte-americana se deparou com alguns problemas. O primeiro é que o Malibu é feito nos EUA e não no México, como o Ford. Por isso paga mais impostos. O outro detalhe é que a geração que veio ao País há alguns anos estava no fim da vida e não pegou. A nova ameaçou chegar, mas a GM desistiu, por enquanto.

2º Jeep Compass – vendas 2.135
Lançar um modelo urbano com a estirpe de um autêntico off-road é uma atitude arriscada, mas que geralmente dá bons frutos. No caso do Compass, a Jeep errou. Além de apagado e caro, o Compass não convence como "jipe". O reflexo disso é que até o final do ano passado pouco mais de 2 mil foram emplacados, menos do que a Hyundai vende de Tucson num único mês. Quem sabe o Renegade consiga essa proeza, a de ser um Jeep autêntico, mas com viés urbano.

1º Chery S18 – vendas 1.807
Design moderno, motor flex e um preço justo. Esse era o pacote do S18, hatch compacto que a Chery lançou no Brasil no início de 2012 e que durou apenas dois anos no mercado. A marca chinesa resolveu suspender as vendas dizendo que iria se concentrar nos futuros modelos nacionais. Com ele foi-se também o médio Cielo, que ganhou esse nome em um concurso cultural aberto ao público. Nesse caso não se deve culpar o produto e sim a empresa pela falta de planejamento. Ruim para quem comprou e agora dirige um carro novo, mas descontinuado no Brasil.

* Emplacamentos desde o lançamento até dezembro de 2013.

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