Fonte do belíssimo artigo: https://br.motorsport.com
Por: Jonathan Noble, Formula 1 Editor
Traduzido por: Gabriel Carvalho, Redator/Repórter
Parte dos esforços da FIA (Federação Internacional de Automobilismo) para reduzir a ajuda aos pilotos foca na diminuição da influência dos engenheiros nas largadas.
O que se iniciou com limitações na comunicação de rádio se expandiu, no ano passado, para a imposição de apenas uma borboleta para acionamento da embreagem. Neste ano, entretanto, a situação deve se complicar para os pilotos, com novos limites de controle da embreagem e do movimento e localidade das borboletas.
Tais mudanças foram encaminhadas para as equipes através das diretivas técnicas da FIA durante o inverno europeu, esclarecendo o que a federação entende como ajuda ilegal.
A maior mudança está em como a borboleta no volante controla a embreagem, pois agora é obrigatório que o torque seja linear. Antes, os engenheiros conseguiam mapear a configuração de forma a permitir que a maior parte do movimento da borboleta se encaixasse com o ponto ideal da embreagem.
"Você só precisava soltar a embreagem entre 10% e 80%. Neste espaço, havia um mapa que configurava a aderência, pneus e carga de combustível. Então a largada ficava 100% a cargo dos engenheiros antes. Agora, está completamente em nossas mãos", disse Kevin Magnussen, piloto da Haas.
No formato antigo, se os engenheiros mapeassem a situação corretamente, as largadas eram bastante tranquilas para os pilotos. Com as novas regras, para acertar o ponto ideal da embreagem o piloto precisará encontrar tal ponto na borboleta.
Uma pequena diferença na medida pode gerar falta de força ou a patinagem das rodas traseiras.
"Agora, temos uma situação como em um carro de rua. Precisamos encontrar o ponto ideal totalmente sozinhos. Antes, você podia discutir isso com os engenheiros", afirmou Pascal Wehrlein, da Sauber.
"Dependia mais do engenheiro configurar tudo corretamente. Agora, não há mais ajustes prévios e você precisa usar a mão para encontrar o ponto ideal", acrescentou.
As borboletas também sofreram alterações no design, o que também pode complicar a vida dos pilotos. Para impedir as equipes de colocar qualquer dispositivo atrás do volante que ajude o piloto a encontrar o ponto ideal da embreagem, a FIA implantou zonas de exclusão.
Neste ano, há a obrigatoriedade de um espaço de 50mm entre a borboleta de embreagem e qualquer outro controle no volante. A única exceção é um mecanismo de parada que restrinja a mão do piloto de contato com qualquer outra parte, algo que entende-se que Mercedes e Force India tenham feito.
Além disso, o limite máximo de movimento da borboleta está limitado em 80mm. Sem tal limitação, as equipes poderiam permitir um movimento excessivo da borboleta para facilitar o encontro do ponto ideal por parte dos pilotos.
As primeiras sensações após os testes de largada em Barcelona dão a entender que os pilotos terão muito mais responsabilidade e dificuldade para fazer uma largada eficiente em 2017.
"As largadas serão bastante complicadas para os pilotos. Você pode ter um pouco de sorte e conseguir uma boa largada, mas também pode ter azar e largar mal", disse Wehrlein.
Questionado sobre o quanto será difícil largar em 2017, Magnussen respondeu: "Muito. No ano passado era fácil, a janela do ponto ideal era muito grande."
"Você até poderia largar mal no ano passado, mas isso seria culpa do engenheiro que não configurou corretamente a embreagem. Além disso, reagir rapidamente ao apagar das luzes vermelhas fazia a diferença. Fora isso, não havia muito o que fazer", afirmou.
"Agora cabe a nós encontrar o ponto ideal da embreagem, para ficar no limite da patinagem. Mas é muito difícil", acrescentou.
Por fim, o dinamarquês acredita que largadas perfeitas se tornarão raras e prevê muitas mudanças de posição ao apagar das luzes vermelhas.
"Creio que veremos alguns rapazes ganhando muitas posições e outros perdendo vários lugares. Veremos muitas mudanças", completou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário