28 de abril de 2017

Fernando Alonso vai disputar as 500 milhas de Indianápolis.

Fonte: http://grandepremio.uol.com.br/

A F1 está sendo pródiga em notícias bombásticas nos últimos tempos. A venda em si da categoria no ano passado para um grupo norte-americano, que, mais tarde, tirou Bernie Ecclestone poder, já serviu para estremecer o paddock. Mas ainda não era suficiente: no fim de 2016, apenas cinco dias depois de conquistar o título mundial, Nico Rosberg anunciava a aposentadoria, chocando o mundo do esporte a motor. Afinal, o piloto, de apenas 32 anos, deixava o grid após a taça máxima e no auge da carreira. Como se não bastasse, o desenrolar desse episódio acabou por tirar Felipe Massa da breve aposentadoria e recolocá-lo no cockpit da Williams. Aí, quando não se esperava grandes novidades, eis que a McLaren divulga uma a bomba: a equipe estava voltando para Indianápolis para correr com a Andretti e a Honda, e com Alonso pilotando o carro.

Foi um choque. De começo, muitos acharam que havia sido alguma brincadeira ou um 1º de abril atrasado. Mas não. A coisa é séria, e a tradicional equipe da F1 vai mesmo alinhar com o seu bicampeão no mais sagrado dos grids, em 28 de maio. A decisão implica em apenas uma situação: Alonso terá de perder o GP de Mônaco, que já venceu duas vezes. As duas provas acontecem historicamente no mesmo dia. 

Mas qual motivo de Alonso, da McLaren e da própria F1 nisso? A busca pelo sucesso. Talvez isso explique uma parte do que impulsionou a movimentação de todos esses elementos. A verdade é que Fernando vem perdendo um tempo precioso de sua vitoriosa carreira enquanto essa McLaren Honda não se torna competitiva.

O espanhol deixou a Ferrari no fim de 2014 por não ver mais luz no fim do túnel, após anos tentando vencer o tricampeonato por Maranello. O relacionamento com os italianos azedou, e o asturiano não teve alternativa a não ser deixar a esquadra. Só que, naquele momento, o grid também vinha limitado e a única vaga razoavelmente competitiva estava em Woking, onde não havia sido muito feliz na primeira vez em que esteve. Mas, desta vez, o projeto envolvia a Honda em uma nova era da F1.

Só que a fabricante japonesa não conseguiu ainda colocar no carro da McLaren um motor potente o bastante para fazer frente com as demais equipes de ponta, o que faz Alonso ter de ‘matar um leão por dia’. Nos últimos tempos, o que vem deixando o espanhol feliz são posições intermediárias. É muito pouco para alguém que é considerado um dos melhores, ou melhor, de sua geração. Talvez aí more parte da decisão de correr a Indy 500.

Falando na própria Indy, a série de Indiana também teve muito a ver com a chegada de Alonso. Foi o chefão Mike Miles quem ajustou e encontrou um lugar para o espanhol – o executivo convenceu o jovem Stefan Wilson a desistir de sua vaga, o que viabilizou o motor que o bicampeão precisava. O movimento ajuda e muito a Indy, que também sofre com a perda de popularidade nos EUA, e tem na Indy 500 seu principal evento. 

Nos últimos anos, a categoria vem tentando se reinventar, apostando em novas regras e formato. Investindo em kits aerodinâmicos e na concorrência entre as marcas. A participação de Rubens Barrichello em 2012 serviu para movimentar um pouco as coisas, mas o brasileiro ficou apenas um ano. Mais tarde, Juan Pablo Montoya trocou a Nascar pela Indy, e emprestou um pouco de seu carisma ao ficar muito perto do título. Mas isso também durou apenas uma temporada. Agora, a Indy tem uma chance de ouro nas mãos. 

O fato de um bicampeão alinhar no grid no dia 28 de maio – e, eventualmente, vencer – vai colocar a categoria em um nível global de atenção. Algo que nem a centésima edição, disputada no ano passado, conseguiu.

O espanhol já se aventurou no simulador da Andretti. O primeiro teste em Indianápolis fica para 3 de maio, depois do GP da Rússia. Mas a real experiência só vai ser sentida na hora da corrida.

O chefe da McLaren, Zak Borwn, chamou Gil De Ferran para ser o “professor” de Alonso nessa empreitada, e o convite para fazer parte da equipe que auxiliar o bicampeão na Indy veio depois de uma notinha de parabéns, enviada pelo brasileiro após o anúncio da equipe inglesa.

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