Fonte: https://carros.uol.com.br
A Ford praticou nesta semana algo quase inacreditável de tão raro no Brasil: redução de preços. A fabricante anunciou nova tabela para o compacto "premium" New Fiesta, com etiquetas entre R$ 500 e R$ 3.900 mais baratas.
O reajuste mais vistoso foi aplicado à versão 1.6 SEL "AT" (guarde esta sigla): CAIU de R$ 67.090 para R$ 63.190. Também está com preço menor o Fiesta 1.6 Titanium "AT", que caiu R$ 1.200 para R$ 68.990. O Fiesta 1.0 EcoBoost Titanium Plus (turbo e automatizado), mais caro da gama, teve preço reduzido em meros R$ 500: custa agora R$ 73.990. Para o Fiesta manual, o reajuste foi aplicado às versões SEL: queda de R$ 2.200, para R$ 58.590; e SEL Style, menos R$ 1.500 mais em conta, para R$ 59.790.
Oficialmente a Ford afirma que tomou a medida para seguir as "tendências do mercado". "A proposta é repassar aos consumidores as variações de custos em decorrência dos novos rumos da economia e, especialmente, da cotação menor do dólar em relação ao real, que impacta componentes importados exigidos neste segmento", explicou a marca em comunicado. Só que nenhuma outra fabricante está baixando seus preços, no máximo mantém a etiqueta dos últimos períodos.
Na verdade a fabricante está tentando içar suas vendas e também do próprio Fiesta, que despencaram nos últimos três anos, período em que: o Fiesta Rocam (geração anterior, que servia de modelo de entrada) deixou de ser fabricado; o novo Ka surgiu e dividiu bola com o New Fiesta (quando deveria armar jogadas); o Ecosport perdeu sua coroa.
No último ano, foram 76.615 unidades do Ka, que conseguiu ao menos celebrar o pódio dos mais vendidos (atrás de Chevrolet Onix e Hyundai HB20); Ecosport entregou 28.105 unidades e Fiesta, 16.986.
É pouco para o Fiesta, modelo tão importante para a marca -- o carro chefe em todo o mundo (é sempre o modelo a inaugurar as novas filosofias de design e equipamentos da marca). De quebra, melhorar o ritmo de vendas aumentaria as chances da Ford de recuperar o quarto lugar em participação por marcas, perdido para a Hyundai, contudo, para isso, a redução deveria ser maior em quase todas as versões, pois o carro está muito caro e nesse faixa de preço há inegáveis opções melhores.
A Ford também precisa se recuperar do abalo provocado pelas críticas à configuração automatizada: reclamações de clientes sobre trepidações, ruídos e superaquecimento -- questão que chegou ao ponto de o Procon intimar a Ford a prestar esclarecimentos -- foram mais acentuadas com modelos equipados com motor 1.6, 100% caso do Fiesta, do que com motores 2.0.
Carro que não se renova deixa de ser interessante: lembramos que, na Europa, já existe uma nova geração para o Fiesta, mas ela está fora dos planos da filial brasileira -- "infelizmente", na opinião de UOL Carros; "por ora", no parecer da Ford. Para contornar a ausência, até o fim deste ano a fabricante deverá indicar planos planos do facelift do Fiesta atual, copiando traços da nova geração, mas sem precisar alterar plataforma, equipamentos e trem-de-força.
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