26 de setembro de 2012

JESUS E MAOMÉ


Autor: Guilherme V M de Lima Câmara - Academia de Letras da GLMERJ - Cadeira 45

"Recentemente o filmete amador americano “Inocência dos muçulmanos”,   fez referências ofensivas ao Profeta Maomé provocando a justificada ira dos seus seguidores, o que gerou revides violentos contra os Estados Unidos e tudo a eles vinculado: comércio, indústria e parceiros comerciais ou políticos. E, não bastasse por si só, a irreverência demonstrada foi complementada por caricaturas do Profeta publicadas por uma revista francesa.

Por formação religiosa e filosófica, somos espírita e maçom, não concordamos com o revide violento sem, contudo, condenar a atitude dos muçulmanos face a sua visão pessoal do problema, seus hábitos de vida e sua história de lutas.

Apesar dos autores, e defensores, da matéria ofensiva alegarem   “liberdade de expressão”, mister se impõe a que haja limites em nome do bom senso e do respeito  às crenças individuais e aos líderes espirituais,  para uma perfeita convivência entre todos. 

Ainda agora, no jornal O Globo deste domingo 23 de setembro,  início de primavera, nos deparamos com uma matéria  classificada como “humor”, assinada com o pseudônimo de Agamenon, cujo título é “Milagre: Jesus era casado”; e qual não foi nossa surpresa ao vermo-nos diante de  um texto altamente ofensivo, sacrílego mesmo, tamanhas as ofensas assacadas contra a religião cristã na pessoa de seu líder Jesus.

Para que tenham uma ideia  da brutalidade do texto e da grosseria das palavras, há frases como: “...uma espécie de certidão de casamento expedida num cartório da Gonorréia, quer dizer, da Galileia; ‘...Pobre Jesus! Teve que carregar duas cruzes: uma pela Via Dolorosa em Jerusalém e a outra em casa, aturando Maria Madalena, a sua patroa ‘; ‘ ...acreditava que a mãe era virgem, e sua “idishe mame” dizia para todo mundo que  a mulher dele era uma piranha’; ‘A vida sexual do casal também devia ser animada,  mesmo porque Jesus sabia como ressuscitar um morto muito antes do advento do Viagra”, e por aí vai, desnecessário sendo transcrever mais alguma ofensa.

Não há como classificar tal ignomínia e custa crer que o jornal O Globo, em  nome da “liberdade de expressão”, permita tal tipo de publicação em suas páginas, já que se reveste sempre com a aura de seriedade e respeito aos povos e às crenças espalhadas pelo mundo.

Há que ter uma reação  que sirva de alerta e de “já basta” !

Deve a sociedade brasileira, pelo seu mais lídimo representante: o povo, reagir contra mais essa iniquidade, seja boicotando a compra do jornal, seja protestando por todos os meios de comunicação, seja exigindo das autoridades da Igreja uma posição de dura advertência e censura às ofensas assacadas. Não é salutar a censura oficial; todavia, entre os editores de periódicos deve prevalecer sempre o bom senso na publicação das matérias.

Vivêssemos nós num país do Oriente e certamente, já no mesmo dia, teria havido a cobrança necessária a por termo às ofensas. Esperamos, pois, que esse episódio não passe em branco, não fique esquecido, para que tais fatos não se repitam e sejam sempre respeitados os líderes religiosos de todos os tempos: Maomé, Jesus, Moisés, Budha e tantos outros avatares que vieram ao mundo para, através da religião, tornar melhores os seres encarnados no planeta Terra, unindo-os em fraternal convivência.

E sob o lema maior de Liberdade, Igualdade e Fraternidade, herdado da Segunda República de França, unamo-nos todos em prol  de um mundo melhor.".

Nenhum comentário: