Autor: Guilherme V M de Lima Câmara - Academia de Letras da GLMERJ - Cadeira 45
"Recentemente o filmete amador americano
“Inocência dos muçulmanos”, fez referências
ofensivas ao Profeta Maomé provocando a justificada ira dos seus seguidores, o
que gerou revides violentos contra os Estados Unidos e tudo a eles vinculado: comércio, indústria e
parceiros comerciais ou políticos. E, não bastasse por si só, a irreverência
demonstrada foi complementada por caricaturas do Profeta publicadas por uma
revista francesa.
Por
formação religiosa e filosófica, somos espírita e maçom, não concordamos com o
revide violento sem, contudo, condenar a atitude dos muçulmanos face a sua
visão pessoal do problema, seus hábitos de vida e sua história de lutas.
Apesar dos autores, e defensores, da
matéria ofensiva alegarem “liberdade de expressão”, mister se impõe a
que haja limites em nome do bom senso e do respeito às crenças individuais e aos líderes
espirituais, para uma perfeita
convivência entre todos.
Ainda agora, no jornal O Globo deste
domingo 23 de setembro, início de
primavera, nos deparamos com uma matéria
classificada como “humor”, assinada com o pseudônimo de Agamenon, cujo
título é “Milagre: Jesus era casado”; e qual não foi nossa surpresa ao
vermo-nos diante de um texto altamente
ofensivo, sacrílego mesmo, tamanhas as ofensas assacadas contra a religião
cristã na pessoa de seu líder Jesus.
Para que tenham uma ideia da brutalidade do texto e da grosseria das
palavras, há frases como: “...uma espécie de certidão de casamento expedida num
cartório da Gonorréia, quer dizer, da Galileia; ‘...Pobre Jesus! Teve que
carregar duas cruzes: uma pela Via Dolorosa em Jerusalém e a outra em casa, aturando
Maria Madalena, a sua patroa ‘; ‘ ...acreditava que a mãe era virgem, e sua
“idishe mame” dizia para todo mundo que
a mulher dele era uma piranha’; ‘A vida sexual do casal também devia ser
animada, mesmo porque Jesus sabia como
ressuscitar um morto muito antes do advento do Viagra”, e por aí vai,
desnecessário sendo transcrever mais alguma ofensa.
Não há como classificar tal ignomínia e
custa crer que o jornal O Globo, em nome
da “liberdade de expressão”, permita tal tipo de publicação em suas páginas, já
que se reveste sempre com a aura de seriedade e respeito aos povos e às crenças
espalhadas pelo mundo.
Há que ter uma reação que sirva de alerta e de “já basta” !
Deve a sociedade brasileira, pelo seu mais
lídimo representante: o povo, reagir contra mais essa iniquidade, seja
boicotando a compra do jornal, seja protestando por todos os meios de
comunicação, seja exigindo das autoridades da Igreja uma posição de dura
advertência e censura às ofensas assacadas. Não é salutar a censura oficial;
todavia, entre os editores de periódicos deve prevalecer sempre o bom senso na
publicação das matérias.
Vivêssemos nós num país do Oriente e
certamente, já no mesmo dia, teria havido a cobrança necessária a por termo às
ofensas. Esperamos, pois, que esse episódio não passe em branco, não fique
esquecido, para que tais fatos não se repitam e sejam sempre respeitados os
líderes religiosos de todos os tempos: Maomé, Jesus, Moisés, Budha e tantos
outros avatares que vieram ao mundo para, através da religião, tornar melhores
os seres encarnados no planeta Terra, unindo-os em fraternal convivência.
E sob o
lema maior de Liberdade, Igualdade e Fraternidade, herdado da Segunda República
de França, unamo-nos todos em prol de um
mundo melhor.".
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