Do solo ao topo do pódio. Em uma competição marcada por histórias de quem ignorou as dificuldades para vencer na vida, Terezinha Guilhermina e Guilherme Santana usaram a velocidade para provar que não é preciso um passado trágico para bater no peito orgulhoso de uma volta por cima. Menos de 24 horas após viverem momentos de frustração com a queda do guia, que recebeu a solidariedade da velocista, nos 400m rasos T12, a dupla voltou ao Estádio Olímpico e pintou de dourado sua última imagem nas Paralimpíadas de Londres. Com 12s01, levaram a melhor nos 100m T11, quebraram o recorde mundial (12s04) e voltam para casa com dois ouros e a sensação de dever cumprido. Com “maria-chiquinha” no cabelo e a sua alegria de sempre, Terezinha fez a festa e vibrou muito com mais essa conquista.
O pódio da prova mais veloz para cegas dos Jogos foi todo brasileiro: Jerusa Santos, com o guia Luiz Henrique Barboza, cravou 12s75 e ficou com a prata, enquanto Jhulia Santos, com o guia, Fábio Dias de Oliveira, foi bronze, com 12s76. A chinesa Jia Juntingxia, com Donglin Xu, largou bem, mas ficou com a quarta colocação (12s79).
- Foi muito especial ter conquistado esse ouro depois de tudo que aconteceu ontem. Pude mostrar ao mundo que um dia podemos chorar, mas no outro temos a oportunidade de sorrir, de dançar… Essa medalha foi um presente, o sabor bem mais especial. Queria voltar para o Brasil sorrindo, e tenho um motivo enorme para isso agora – comemorou Terezinha.
Terezinha explicou ainda o visual especial para prova. Além da “maria-chiquinha”, a velocista apresentou prendedores de cabelo coloridos e acessórios extravagantes nas pernas e nos braços.
- Tenho muitos fãs que são crianças no Brasil e sei que para eles é importante me ver no pódio, me ver sorrindo. Por isso, vim vestida de criança – disse.
Parabéns às atletas e seus acompanhantes por seu magnífico feio.
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