Fonte: https://motor1.uol.com.br
Desde que a nova diretoria da Anfavea assumiu, ela tomou uma posição mais proativa para mudar a forma como o governo trata a indústria automotiva brasileira. Não faltam críticas sobre a quantidade de impostos que incidem sobre os carros e a burocracia. Para comprovar o que diz, a entidade encomendou uma pesquisa feita pela PwC Brasil, que revela que a diferença final de custo pode chegar a 44% dependendo do tipo de veículo.
A Anfavea argumenta que o México é um país com um mercado muito mais aberto do que o Brasil, e que fez acordos para isso. A indústria automotiva mexicana exporta 88% de sua manufatura, muito acima dos 22% da produção nacional. Como consequência, o México movimentou US$143 bilhões em 2017, enquanto o Brasil apenas US$26 bilhões.
E onde está a culpa?
Em vários lugares, pois o ambiente de negócios brasileiro sofre com a burocracia excessiva, limitações logísticas e altos custos operacionais. E, é claro, impostos. Segundo a Anfavea, um carro nacional com motor 1.0 tem uma carga tributária de 37,2%, enquanto os modelos acima de 1.0 e até 2.0 pagam 43,7% de impostos, estando toda a diferença concentrada no IPI, que é de 7% nos 1.0 e sobre para 13% após essa motorização até os 2.0. Na maioria dos países, este imposto é único e muito menor. No caso do México, a carga tributária é de 16%.
Para mostrar como é difícil trabalhar com a burocracia brasileira, a PwC ainda mostrou como é o fluxo de importação de airbags. Importar as bolsas infláveis leva entre 42 a 50 dias, sem atraso. Após gerar os documentos e fazer os pagamentos necessários, anda é preciso esperar até 30 dias para deferimento. A pesquisa mostra que o Brasil gasta 2.507 homens/hora por ano em recursos humanos para calcular impostos.
"Os resultados apresentados neste levantamento indicam a necessidade extrema de atacarmos pontos que reduzam o Custo Brasil e melhorem a nossa competitividade. Medidas que estimulem o comércio exterior, melhorem a logística de distribuição e reduzam a carga tributária são urgentes para conferir uma nova dinâmica para os negócios brasileiros em diversos segmentos da economia, não somente o automotivo”, afirma Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea.
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