Como todos os amantes do futebol já sabem, a elite do Brasileirão tem quatro novos integrantes, e dentre eles o Red Bull Bragantino, tradicional clube de Bragança Paulista (atual Campeão Brasileiro da série B, campeão paulista e vice do Brasileirão no início da década de 90).
Ocorre que o clube do interior paulista voltou repaginado à Série A, fruto de um excelente aporte financeiro da empresa austríaca de bebidas energéticas, e neste ano, a Red Bull alterou o nome e escudo do Bragantino, uma medida que pode ter chocado os tradicionalistas, mas minimizada pela torcida local, satisfeita em ver a recuperação do time que não disputava a primeira divisão desde 1998.
O nascimento da nova equipe reacendeu uma velha discussão envolvendo a Rede Globo, que insiste em ignorar o novo nome oficial do clube, como já faz na Fórmula 1, no vôlei e até em relação aos estádios de futebol. A escolha editorial vai muito além de semântica ou do número de caracteres.
Assim como já fazia com o Red Bull Brasil, time de futebol que jogou a primeira divisão do Paulista, e a Red Bull Racing, equipe de automobilismo, chamados pela Globo de RB Brasil e RBR, respectivamente, a emissora carioca segue boicotando o nome da marca de energéticos e trata o clube alvinegro apenas como Bragantino, em todas as suas plataformas.
Registre-se que apenas o novo escudo da equipe é respeitado, e a equivocada ideia por trás do boicote é de que a citação do nome completo da equipe se trataria de propaganda gratuita, ou seja, uma marca que não está entre seus anunciantes apareceria em uma das mais cobiçadas vitrines publicitárias do país, fato é que a marca aparecerá.
Pelo mesmo motivo, o Allianz Parque, na boca dos narradores e jornalistas esportivos do Grupo Globo, virou a “Arena do Palmeiras”, salvo alguns “deslizes”. A escolha provocou uma resposta equivalente de muitos torcedores alviverdes, que nas redes sociais tratam a emissora como “RGT” (sigla para Rede Globo de Televisão).
Outro exemplo a ser lembrado, bem similar, ocorreu na disputa das cinco primeiras partidas do Mundial de Clubes de 2011, pois as mesmas foram disputadas na cidade de Toyota, em estádio que leva o mesmo nome, incluindo a vitória do Santos sobre o Kashiwa Reysol por 3 a 1, mas na visão deturpada da Rede Globo, porém, o Santos disputou a semifinal do Mundial em Nagoya. Trata-se da capital da província de Aichi, distante aproximadamente 30 quilômetros de Toyota
A escolha da Globo é controversa, sobretudo no que diz respeito a seus critérios, pois as equipes de Fórmula 1, Ferrari, Mercedes, Renault, McLaren e Alfa Romeo, que são homônimas às marcas automóveis, tem seus nomes chamados nas transmissões, enquanto a Red Bull é anunciada com uma sigla inventada, o que ocorre até com a Toro Rosso (simples tradução do inglês para o Italiano), nome da equipe secundária da empresa de energéticos, mas que na verdade, nessa variante, não representaria nenhuma marca.
Procurada pela revista VEJA para explicar seus critérios, a Globo se limitou a dizer que “não está prevista qualquer mudança na maneira como são nominadas as equipes nas transmissões e coberturas.”
Procurada pela revista VEJA para explicar seus critérios, a Globo se limitou a dizer que “não está prevista qualquer mudança na maneira como são nominadas as equipes nas transmissões e coberturas.”
Existem situações em que a própria emissora acaba traída por esse tipo de imposição autoritária. Nas competições organizadas pela Fifa, por exemplo, a Globo passou a exibir nos últimos anos a vinheta original do torneio ao início e término de cada partida, algo que certamente é uma exigência contratual da entidade máxima do futebol ao vender os direitos de transmissão para a TV. O que passa quase despercebido é a exposição de uma marca anunciante da Fifa embutida no clipe de abertura e encerramento. E de uma marca que não necessariamente figura entre os anunciantes do canal.
Este inegável “boicote” tira dinheiro do esporte, pois a decisão da Globo, a principal plataforma esportiva do Brasil, afugenta possíveis investidores das mais diversas modalidades esportivas. O presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, já apontou no passado como esse comportamento foi o principal impeditivo para o clube paulista ainda não ter conseguido um acordo de naming rights para sua arena. Em esportes menos populares e economicamente sustentáveis, como vôlei e futsal, as reclamações são mais frequentes.
O consultor de gestão e marketing esportivo José Carlos Brunoro, que foi jogador de vôlei e executivo do Palmeiras e de diversos esportes, considera que as marcas deveriam buscar outras formas de exposição . “No futebol, o problema é menor, pois a exposição e audiência é muito superior. Em esportes olímpicos, há mais dificuldade, mas há como buscar um trabalho de marketing compensatório, com exposição na camisa, em placas de publicidade, entrevistas…”
Brunoro considera que “o jogo já está claro há muito tempo” e lembrou que, quando foi idealizador do projeto de futebol do Grupo Pão de Açúcar, no início dos anos 2000, decidiu mudar o nome da equipe para Audax por saber que a Globo não citaria a marca de supermercados, antes da mudança, o time era chamado de “Paec” (acrônimo do nome do time)”, explica.
Fonte: https://www.msn.com, inclusive da foto montagem.
Demais fotos: Reprodução de internet
Demais fotos: Reprodução de internet
Nenhum comentário:
Postar um comentário