24 de abril de 2008

O mapa do emprego.

O mapa do emprego , site: http://www.zap.com.br/

Empreendimentos de R$107 bi abrirão cem mil vagas até 2010 no Estado do Rio.
Flávia Rodrigues e Rodrigo March Fonte: O Globo.

O Estado do Rio deverá testemunhar, nestes dois anos, a criação de cerca de cem mil empregos diretos em empreendimentos de diferentes setores como petróleo e gás, energias elétrica e nuclear, siderurgia, indústria naval e turismo. Tal ampliação do mercado de trabalho vem sendo justificada por investimentos públicos e particulares — que totalizarão R$107,3 bilhões — como a construção do pólo petroquímico de Itaboraí e de uma nova unidade da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) em Itaguaí. Os projetos foram catalogados no estudo “Decisão Rio”, da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan).

Não é para menos que tantas vagas estejam surgindo. É o maior valor de investimentos já registrado desde que o estudo começou a ser produzido, em 1995, informa Cristiano Prado, gerente de Novos Negócios e Infra-estrutura da Firjan. Ele atribui o bom momento a um conjunto de fatores como a diversidade econômica das regiões do estado, a logística dos portos e a força da indústria do petróleo, além do potencial de recursos humanos:

— O Rio tem o maior percentual do país de trabalhadores com 15 anos ou mais de estudo, ou seja, com ensino superior.

A Petrobras terá peso significativo nesse aumento do número de empregos. A estatal vai concentrar 37% do total de investimentos no Rio — 10% a mais do que todo o potencial da indústria de transformação (27%). Só na construção do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), que funcionará em Itaboraí e São Gonçalo, serão abertas 30 mil vagas para trabalhadores.

Quando as 200 empresas instaladas no Comperj estiverem em funcionamento, haverá de quatro mil a seis mil outros empregos, diz Jacy Miranda, coordenador-executivo do Centro de Integração do Comperj e responsável pelo treinamento de mão-de-obra que vem sendo promovido na região.

— A idéia é capacitar pessoal no Estado do Rio para evitar fluxos migratórios. E conter, também, a contratação de profissionais de outras partes do país — diz Miranda, ressaltando que a expectativa é, como um todo, atingir 85% de contratação de mão-de-obra local.
Para o gerente de Projetos Especiais de Qualificação da Firjan, Luís Arruda, o setor de petróleo não só criará empregos como será responsável pela ampliação de vagas em outros setores — também listados no “Decisão Rio” — como naval e turístico:

— Pelo cenário que temos hoje, vai faltar mão-de-obra qualificada, em todos os níveis de escolaridade. Por exemplo, são necessários cinco anos de graduação mais dois de experiência para termos um bom engenheiro naval. Levará vantagem quem já estiver no mercado e puder se reciclar com cursos.

Trabalho concentrado no litoral do estado

Geograficamente, os empregos estarão espalhados, principalmente, pelo litoral do estado: vão da construção da usina nuclear de Angra 3, no Sul Fluminense, ao porto e à termelétrica do Açu, em São João da Barra, no Norte. Passando pela nova usina da CSN — que, sozinha, vai empregar 18 mil pessoas na fase de construção e 3,5 mil quando estiver em funcionamento. Ou, ainda, pelos estaleiros de Rio e Niterói. E pelo Leste Fluminense, que, além do Comperj, receberá resorts turísticos como o Superclubs Breezes e a Reserva do Peró.

Esse último setor, aliás, é o que a diretora de Relações de Mercado da Associação Brasileira de Empresas de Eventos (Abeoc) e gerente do Hotel Sofitel, Márcia Miranda, conhece melhor: ela aposta num crescimento de 5% ao ano. Por isso, também aconselha profissionais de hotelaria a buscarem aperfeiçoamento. É que, prevê, os salários subirão:

— Tem muita vaga vindo aí. E o profissional que souber idiomas ou tiver pós-graduação vai ganhar mais. Conforme a qualificação, o aumento pode chegar a 25%.

O headhunter Leonardo de Souza, que trabalha para a consultoria Michael Page, reforça a perspectiva de que as áreas citadas no estudo da Firjan são as que mais estarão em evidência nos próximos anos. Segundo ele, o mercado está, de fato, favorável.

— De todas as carreiras, a que mais está em alta é a de engenharia. Naval, mecânica, química ou de petróleo. Porém, no estágio atual, em que as empresas estão planejando suas iniciativas, sai na frente quem é especializado em gestão — explica Souza. — Mais à frente, serão requisitados profissionais de produção. Mas um engenheiro recém-formado já está ganhando cerca de R$4 mil.


As obras da CSA, em Santa Cruz: o empreendimento vai gerar 3,5 mil empregos diretos, quando estiver em funcionamento.

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