16 de abril de 2008

VW Logus, o Escort com roupa alemã.



VW Logus, o Escort com roupa alemã. Texto: Alexandre Ule Ramos, Fotos: Divulgação, site: http://www.webmotors.com.br/

(15-04-08) - Lançado em 1993, o Logus foi a versão da VW para a plataforma do então novo Escort. O Apollo e o Verona estavam na mesma situação, mas empregavam a plataforma do Escort fabricado até 1992 e apresentavam exatamente a mesma carroceria. Como ambos foram fracassos comerciais, na nova investida nessa simbiose Ford x VW, a Autolatina resolveu fazer carros diferentes.

Os primeiros desenhos foram feitos no estúdio da Ghia, na Itália, mas o design foi desenvolvido e finalizado pela equipe de Luiz Alberto Veiga, no Brasil.O carro apresentava um caráter totalmente diverso do modelo da Ford, pelo menos em termos visuais, mas era produzido na mesma fábrica da montadora americana em Taboão da Serra. Inicialmente as versões eram a CL com motor 1.6 CHT (de origem Ford), GL 1.8 ou GLS 1.8, todos carburados. O CL era bem "pelado" e vinha com calotas integrais, volante espumado, revestimentos internos de tecido, entre outras amenidades que hoje em dia são consideradas "luxos" mesmo em modelos mais caros (vide o revestimento de porta da Ecosport, por exemplo...). O GL trazia vidros verdes, relógio, revestimentos de melhor qualidade, além da motorização opcional 1.8. O GLS, top de linha, vinha com conta-giros, rodas de liga-leve, faróis de neblina, desembaçador traseiro, direção hidráulica e ar-condicionado.

Todos eles apresentavam o recurso do carburador eletrônico, além do câmbio HQ, com trambulador acionado por cabos. Logo em 1994 surge a versão GLS 2.0 e todos eles passam a contar com diferencial 14% mais curto em relação ao ano anterior, o que resultou em um ganho em baixos regimes, pois o carro ficou mais ágil. Em 1995 os Logus passam a ser equipados com injeção eletrônica de combustível, e surge a série especial Wolfsburg Edition, que vinha com acabamento mais aprimorado, faróis de Pointer e rodas de desenho exclusivo "Robot Crab", entre outros itens. Em 1996 as versões mudam de nome e passam a ser 1.6i e 1.8i, além do Wolfsburg.

Teoricamente o fim do Logus se deu em 1996, resultando num dos maiores fracassos comerciais da história da indústria automobilística brasileira, com Apollo, Verona e Pointer. Mas há quem diga que cerca de mil unidades foram fabricadas em 1997.

Comprar um Logus usado demanda muitos cuidados, pois, além da idade, há os defeitos inerentes ao projeto, como ruídos nas suspensões dianteira e traseira, problemas de infiltração de água, ruídos de acabamento, trambulador e desalinhamento de itens da carroceria, além de folga na caixa de direção. É bom que se diga que esses foram grandes motivadores do fim do Logus/Pointer, pois os proprietários não viam seus problemas serem resolvidos, a despeito das inúmeras visitas às concessionárias.
A idade traz outros problemas a esses carros, acentuando os que já existiam. Assim, veja se o carro que você vai comprar ainda está com a barra estabilizadora dianteira, pois muitos retiraram o componente, deixando o comportamento do carro muito instável em determinadas situações. A maior parte dos carros já sofreu retoques, mas veja se há remoções dos pára-lamas dianteiros, o que pode ser feito vendo se há vestígios de pintura e solda na região junto ao compartimento do motor. Os pára-lamas são soldados no carro e um trabalho de funilaria precisa ser muito bem feito para não apresentar sinais. Outro item que merece cuidados é a forração, principalmente dos carros que não têm vidros verdes (CL e 1.6i). Nos modelos equipados com motor AP, verifique se há queima de óleo, defeito causado por problemas nos retentores de válvulas ou nos anéis. Nos Logus equipados com motor AE (CHT, de origem Ford), o maior problema é o rajado de virabrequim (problemas de bronzinas, que demandam a desmontagem do motor) ou corrente do comando batendo (que pode ser confundido com o rajado, mas é na parte central do motor e é causado pelo desgaste da corrente e/ou tensor). Como a água sempre foi um problema para o Logus, cuidado com a presença de ferrugem no assoalho. A água ficava empoçada na parte dianteira dos bancos, tanto na dos dianteiros como na do traseiro. Boa sorte!

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