Fonte: http://www.r7.com/
Proximidade com pilotos e bom humor também chamaram a atenção no Anhembi
O primeiro evento da Fórmula Indy em São Paulo, no domingo (14), no circuito de rua montado no parque Anhembi, terminou com uma corrida cheia de contratempos por causa da forte chuva, que provocou poças e vários acidentes, mas também com muitas ultrapassagens e disputas de posição até o final. Fora da pista - que foi o principal problema do circuito desde o início dos treinos, no sábado (13) -, a categoria se destacou pelo ambiente descontraído entre pilotos e equipes e pela proximidade com os “normais” no paddock. O acesso aos carros, quando estes ainda estavam fora da área dos pits, era fácil, principalmente nos dias anteriores à corrida. Foi possível ver todo o trabalho dos mecânicos, que andavam para lá e para cá com ferramentas, pneus, peças de carros, computadores e até capacetes na mão, deixando no ar um certo clima “garagista”, sem a pompa da Fórmula 1, por exemplo. O fato de os carros terem os mesmos chassis e motor facilita, já que os engenheiros não precisavam “esconder” tantos dados das equipes rivais, bem diferente do que acontece na F-1, onde os boxes são bem isolados uns dos outros. No Anhembi, os carros ficaram todo o tempo no pavilhão de exposições, separados apenas por algumas grades baixas.
Grandes estrelas da competição, os pilotos, de uma maneira geral, também transitavam sem grandes preocupações no paddock, sempre dando atenção a fotos, autógrafos e entrevistas. Apenas dois foram observados com acompanhamento de seguranças pela reportagem do R7: Hélio Castro Neves e Danica Patrick. O brasileiro não se tornava menos acessível por conta da proteção. A americana, por sua vez, era a antítese, sempre passando com pressa e sem falar com ninguém. Única mulher a vencer na Indy, ela foi bem assediada no início. Ao longo dos dias, encontrou mais calma, já que todos perceberam sua falta de receptividade. Por sinal, Danica chegou ao Anhembi como uma das estrelas da categoria e saiu quase como se não tivesse desembarcado. Para isso, contribuíram a atitude reservada e também o seu fraco desempenho da piloto, que em momento nenhum andou na frente e terminou a corrida na 15ª posição. O estreante japonês Takuma Sato, pelo contrário, foi dos mais simpáticos. Com passado conhecido na Fórmula 1, o piloto deu atenção a todos que o abordavam tanto para entrevistar quanto para tietar. Piadistas No lado dos brasileiros, as piadas e brincadeiras entre eles nas entrevistas também deixaram o clima mais relaxado. Bia, por exemplo, apareceu de macacão na coletiva depois da prova e se espantou quando viu Tony Kanaan e Hélio Castro Neves já de camisa e calça jeans - esse último, conhecido pela vaidade, foi alvo de piadas da brasileira. - Como vocês estão de banho tomado já? Eu aqui, suja, suada e vocês de banho tomado? Helinho, você já está com gel no cabelo? Mas a corrida terminou agora! Kanaan, sempre o mais falante e brincalhão nas entrevistas, se juntava a Castro Neves para pegar no pé de Gil de Ferran, que correu contra os dois (e foi companheiro de Penske do segundo) no fim da década de 1990 e inicio dos anos 2000. Após dizer que estava cansado depois do fim de semana no Brasil, o atual dirigente da De Ferran Luczo Dragon, equipe de Raphael Matos, foi interrompido e sofreu gozações da dupla.
Kanaan não perdoou: - Cansado? Você está cansado do quê? Não fez nada!
Agora vamos ao resultado da prova: Com ultrapassagem no fim, australiano vence São Paulo Indy 300; Vitor Meira é 3º!
Os temores de uma prova caótica se confirmaram neste domingo (14) na São Paulo Indy 300. Após vários acidentes e um temporal que interrompeu a prova por mais de 30 minutos, o australiano Will Power (Penske) ultrapassou já no final o norte-americano Ryan Hunter-Reay (Andretti) para conquistar a vitória na corrida, depois de uma batalha emocionante, que também envolveu o australiano Ryan Briscoe (Penske).O melhor brasileiro foi Vitor Meira (AJ Foyt), que saiu da 16ª posição para subir ao pódio em terceiro. Ele tirou a terceira colocação do compatriota Raphael Matos (De Ferran Luczo Dragon) já no fim da corrida – Matos terminou em quarto. Foi o primeiro pódio de Meira desde as 500 Milhas de Indianápolis de 2008, quando foi segundo colocado.
Hélio Castro Neves (Penske) e Tony Kanaan (Andretti), que eram os brasileiros com mais chances de vitória, se envolveram em acidentes que comprometeram seu resultado final. Castro Neves foi nono, uma posição à frente de Kanaan.
Quem conseguiu uma boa estreia foi Bia Figueiredo (Dreyer & Reinbold). A primeira mulher do país a competir em uma categoria top do automobilismo largou lá atrás, em 23º, e evitou todos os contratempos para terminar em 13º. Agora, ela luta para conseguir estender seu contrato com a equipe – só acertou para correr no Brasil. O outro brasileiro estreante, Mario Romancini, vinha andando no pelotão intermediário até bater a 15 voltas do fim. A corrida Logo após a largada, um acidente envolvendo Hélio Castro Neves, Ryan Briscoe e Takuma Sato deixou o japonês, ex-piloto da Fórmula 1, fora da prova após completar apenas alguns metros em sua estreia na Indy. Pior foi a batida entre Mario Moraes e Marco Andretti. O brasileiro e o americano, um pouco atrás no grid, se chocaram na primeira curva, com o carro de Moraes ficando em cima do carro do rival. Curiosamente, ambos se envolveram em um acidente também nas 500 Milhas de Indianápolis de 2009 – Moraes criticou bastante Andretti por causa dessa batida. A prova ficou sob bandeira amarela, e os carros puderam acelerar depois de algumas voltas. Tony Kanaan, que estava em quarto e com boas chances de vencer, acabou “engavetado” por Dan Wheldon e Alex Tagliani, e teve sua corrida comprometida.
Após pouco mais de uma hora de prova, uma forte chuva caiu sobre o circuito do Anhembi, causou quatro acidentes seguidos e forçou a interrupção do evento por mais de 30 minutos. O sol retornou em seguida e ajudou a secar o traçado, embora muitas poças tenham permanecido até a bandeira quadriculada. Na segunda metade da corrida, finalmente o circuito do Anhembi começou a presenciar diversas ultrapassagens. Já nas últimas voltas, a briga pela vitória ficou entre Briscoe, Hunter-Reay e Power. O primeiro bateu sozinho e deixou a vitória nas mãos do segundo. Mas Will Power estragou a festa de Hunter-Reay e roubou a primeira posição na freada após a reta da marginal Tietê, a poucas voltas do fim, e venceu pela segunda vez na categoria. Na briga “caseira” pelo pódio, Vitor Meira superou Raphael Matos e ficou em terceiro.
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