Fonte: http://g1.globo.com/
O presidente da Caixa Econômica Federal, Gilberto Occhi, admitiu em entrevista ao Wall Street Journal que o banco precisa vender ativos e cortar dividendos obrigatórios pagos pelo banco ao governo federal para evitar um pedido de socorro em 2018. Sem essas medidas, Occhi admite que o banco deverá pedir um aporte de capital à União.
“Estamos tomando uma série de medidas para reduzir a probabilidade de precisar de capital do governo (em 2018)”, afirmou.
Occhi cita entre as alternativas a oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da Caixa Seguridade, a exemplo do que fez o Banco do Brasil com o BB Seguridade. Outra possibilidade é a venda do controle da Lotex, a divisão de loterias da Caixa, de acordo com a reportagem.
A venda das participações da Caixa no frigorífico JBS, de 5,82%, e no banco PAN (o antigo Panamericano), de 49%, também podem ser vendidas para reforçar as finanças da Caixa Econômica, disse Occhi. Ele ressaltou, no entanto, que não há negociações em andamento.
As medidas são necessárias pela deterioração da qualidade de crédito do banco e para enquadrar o banco em um conjunto de medidas exigidas dos bancos no chamado Acordo de Basileia III. Essas medidas obrigam os bancos a reforçar sua reserva de capital para enfrentar uma possível crise de liquidez.
Apesar de prever medidas para mitigar esse risco, Occhi não descartou a possibilidade de pedir ao governo um aporte na Caixa Econômica Federal em 2018. "Nós temos de avaliar o cenário, para ver se o governo irá concordar em reduzir o dividendo e também o avanço nos nossos planos de vender ativos", afirmou o presidente da Caixa ao jornal americano.
Uso político
A reportagem do Wall Street Journal lembra que a Caixa Econômica foi uma importante fonte de receitas para o governo federal. Entre 2009 e 2015, a Caixa transferiu ao Tesouro R$ 27 bilhões. Entre 2010 e 2014, a Caixa teve de repassar 100% do seu lucro ao Tesouro.
O banco foi usado como um instrumento de estímulo à economia durante o governo de Dilma Rousseff. A Caixa Econômica expandiu sua oferta de crédito para pessoas físicas, especialmente no segmento imobiliário. A qualidade da carteira de crédito do banco piorou e a inadimplência subiu.
De acordo com Occhi, o foco agora é reduzir a taxa de inadimplência do banco, que atingiu 3,2% no segundo trimestre de 2016. A meta é que o número seja inferior a 3% no ano que vem.
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