Jenson Button conquistou o título no GP do Brasil neste domingo (18) ao terminar em quinto e ver Rubens Barrichello ser apenas oitavo. Mark Webber foi o vencedor da prova, fonte: www.grandepremio.com.br
VICTOR MARTINSde InterlagosBem que tentaram fazer campanha para "secar" Jenson Button, mas de nada adiantou. Depois do início caótico, o inglês da Brawn adotou uma postura agressiva e terminou o GP do Brasil na quinta posição, o suficiente para garantir o título do Mundial de Pilotos de 2009 com uma etapa de antecedência — assim como o de Construtores para a sua equipe.Rubens Barrichello, que largara na pole-position, acabou perdendo duas posições na primeira troca de boxes e ainda foi ultrapassado por Lewis Hamilton a dez voltas do fim. Para completar, teve um pneu furado e precisou fazer uma parada extra, fechando a corrida em oitavo. Em meio à decisão do campeonato, a vitória ficou com Mark Webber, da Red Bull. Robert Kubica também se destacou, fechando na segunda posição com a BMW, enquanto Hamilton foi o terceiro.
A largada viu um Raikkonen impulsivo, superando Sutil, enquanto os demais mantinham suas posições. Mas logo os contratempos da primeira volta vieram, em várias cenas. O primeiro ato aconteceu na saída do S do Senna, com Heikki Kovalainen lá no fim do grid perdendo o controle do carro e rodando e com um astuto Giancarlo Fisichella desviando por fora para evitar o choque já na Curva do Sol.Já no fim da reta dos boxes, Kimi Raikkonen e seu KERS foram para cima de Mark Webber com tamanha empolgação que tocaram na traseira do australiano da Red Bull, danificando a parte dianteira esquerda da asa do finlandês e dando fim ao segundo ato.O terceiro começou quando o quarto colocado, Sutil, e o quinto, Trulli, entraram em embate na descida do Lago. Quase lado a lado, o italiano ficou espremido, pisou na zebra, na grama e, por estar molhada, perdeu o controle do carro, que galopou. Acertou o alemão da Force India e foi parar com violência no lado interno da pista, espatifando-se no muro. O desgovernado Sutil viajou pela grama úmida da região e, ao reencontrar o asfalto, encheu a traseira de Alonso, tirando o espanhol da corrida. Fez-se o safety-car.
A quarto cena foi ver Kovalainen deixar os pits com a mangueira pendurada, à Massa em Cingapura em 2008, e os respingos de combustível sobrarem para Raikkonen, que vinha logo atrás em sua parada para trocar o bico do carro. Ao caírem no carro da Ferrari, uma lambareda. Tenso.O safety-car entrou na volta 5, e Button, que já aparecia em nono, partiu para cima do fracote Romain Grosjean e logo jantou Kazuki Nakajima. Empacou no ótimo Kamui Kobayashi, formando uma fila com o ascendente Sebastian Vettel e mais atrás Lewis Hamilton.Aí a corrida partiu para aquele esquema esperado, com Barrichello partindo para voltas rápidas. Até que as encaixou, quatro ou ciinco, mas pouco conseguiu abrir. Foram só três segundos até que parasse nos boxes na volta 21. O problema é que voltou embolado no grupo justamente de Vettel e Hamilton. Com pneus frios, tomou ultrapassagem por fora no Laranjinha.Duas voltas depois, Kubica parou e voltou na frente de Barrichello.Enquanto isso, Kobayashi se tornava a grata atenção da prova. Foi ultrapassado por Button na volta 24, no fim da reta, mas o japa da Toyota deu o xis no S do Senna. Na volta seguinte, Button efetuou a ultrapassagem, ainda que com dificuldade.Depois foi Nakajima quem se assanhou para cima do compatriota, no mesmo setor da pista. Nakajima parecia ultrapassar por dentro, mas Kobayashi esticou a frenagem da curva, emparelhou e se manteve à frente.A volta 26 viu Webber parar e voltar tranquilo em primeiro. Três giros depois, Button ia aos pits para retornar em décimo. O segundo passou a ser o fenomenal Kobayashi, que parou na 31.Aí, ao sair dos pits, Kobayashi se pôs bem à frente de Nakajima, que embutiu para ultrapassá-lo. Kobayashi, envolto no manto do heroísmo de National Kid, fechou a porta e lá ia Nakajima encontrar a roda traseira esquerda, quebrar a asa dianteira e deslizar até a curva do Lago, dando na barreira de pneus.Button, então, passou ao nono lugar e logo foi oitavo ao superar agressivamente Sébastien Buemi na freada da reta principal. Aquele resultado momentâneo, com Barrichello em quarto — atrás de Webber, Vettel (que não havia parado) e Kubica — passava a dar o título ao inglês.
Barrichello passou a não ter bom rendimento. Começou a ser acossado por Hamilton, que não chegou a tentar ultrapassá-lo efetivamente. Isso durou até a volta 42, quando Lewis voltou aos pits. Rubens passou ao segundo posto com a parada de Kubica. Mas nada mostrava que o brasileiro pudesse brigar por coisa melhor. Sua segunda ida aos boxes se deu no giro 50.Com os pneus macios, Barrichello passou a ser o mais rápido da pista. Só que não adiantava mais; a diferença para Webber e Kubica superava os 15 segundos. Para piorar sua situação, começou uma vibração na roda traseira esquerda que diminuiu seu ritmo. Hamilton o passou na volta 61, tirando do pódio. A Brawn averiguou que o pneu estava furado. A troca extra se fez necessária. Acabava ali, definitivamente, o sonho do brasileiro, que despencou para oitavo. Na reta, aos poucos, o público começava a deixar as arquibancadas.Por fim, as paradas nos boxes nos demais, e mais uma aparição de Kobayashi, desta vez superando Fisichella, na freada da. Pena que o japonês, após tudo que fez, terminou em nono. Webber cruzou sem sustos em primeiro, garantido sua segunda vitória na temporada. Kubica e Hamilton foram ao pódio. Button, o quinto, entoou via rádio "We Are The Champions".
Agora, resta a Barrichello lutar pelo vice. Que já perdeu momentaneamente. Vettel, com o quarto lugar, tomou o segundo lugar na classificação geral, 74 a 72. E a tarde de domingo em Interlagos terminou totalmente diferente do dia anterior. Com o eco do silêncio.
Brawn GP comemora feito inédito com título de construtores em ano de estreia, fonte: www.r7.com
Equipe foi formada às pressas para ocupar o lugar da Honda
A conquista do Mundial de Construtores, com os resultados do GP do Brasil, neste domingo (18), assegurou à Brawn GP um feito inédito: é a primeira vez que uma equipe consegue esse título em sua temporada de estreia.
Menos cotado entre os torcedores do que a disputa de pilotos, o Mundial de Construtores é importante para as equipes especialmente por razoes financeiras: além de facilitar a negociação de contratos publicitários, a posição rende verba maior na divisão das verbas cedidas pela FIA (Federação Internacional de Automobilismo).
A Brawn foi a grande surpresa do início da temporada, depois de confirmar sua participação às pressas, aproveitando o espólio da Honda, que anunciou em novembro do ano passado o fim de sua participação na categoria. Logo na primeira prova do ano, o GP da Austrália, a equipe conseguiu uma dobradinha, com Jenson Button em primeiro e Rubens Barrichello em segundo.
O domínio continuou até a metade da temporada, permitindo a Button vencer seis das sete primeiras provas da temporada. Depois, o britânico caiu de rendimento, ao mesmo tempo em que outras equipes desenvolveram melhor seus carros e alcançaram o desempenho da Brawn.
A vantagem, no entanto, era tão grande que a equipe continuou bem à frente no Mundial de Construtores. Ajudada pelas vitórias de Rubens Barrichello, a equipe se manteve na frente e confirmou a histórica conquista neste domingo, muito comemorada por Ross Brawn.
- Jenson é um piloto fantástico, e Rubens deu uma contribuição fantástica, sem a qual não teríamos vencido o Mundial de Construtores. O espírito que ambos mostraram durante a temporada me deixa muito orgulhoso. Ainda não consegui assimilar tudo o que aconteceu neste ano.
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