Fonte: http://www.grandepremio.com.br
Fernando Alonso conseguiu neste domingo o que parecia ser muito improvável, vencer o GP da Malásia de 2012. A conquista, com a mal nascida F2012, deve-se a três fatores: a chuva, a habilidade do espanhol e a inexperiência de Sergio Pérez, que esteve perto de se consagrar, mas rateou quando estava perto do espanhol para efetuar a mundialmente tão esperada ultrapassagem.
Pérez estava tão perto da glória, tão mais rápido que Alonso a seis voltas para o fim, e uma escapada o afastou da briga, mas mesmo assim, de longe, nos últimos tempos, este é o melhor desempenho de um piloto de equipe média. Este resultado para a história da Sauber como seu melhor resultado, sem contar os tempos que a equipe era BMW e mantinha o nome Sauber apenas pró-forma.
Sinceramente, o resto virou resto em Sepang, e o terceiro lugar coube a Lewis Hamilton, que chegou bem atrás da dupla latina. E o circuito malaio também viu a melhor performance de Bruno Senna na F1. Andando no ritmo dos líderes depois que a corrida foi paralisada por uma tempestade tropical típica, o brasileiro foi passando um a um até chegar em sexto. Na direção oposta esteve Felipe Massa, em um péssimo 15º lugar — ainda mais pelo desempenho fantástico de Pérez, que é visto como seu provável substituto.
Com a pista levemente molhada, as equipes optaram por pneus intermediários para iniciar a corrida em Sepang. Alguns trechos estavam mais molhados que outros, fato que justificou a escolha por parte dos times.
A largada foi relativamente tranquila, levando em conta as condições críticas do asfalto malaio. Hamilton manteve a ponta, seguido por Button. Quem largou muito bem foi Grosjean, que pulou para terceiro, ganhando um duelo com Schumacher. Mas tanto o franco-suíço da Lotus tocou no carro o heptacampeão do mundo e ambos rodaram, perderam muitas posições, e caíram para o fim do pelotão, permitindo que Webber e Vettel subissem para terceiro e quarto, respectivamente.
O volume de água seguiu aumentando gradativamente, o que obrigou os pilotos a mudarem os pneus intermediários para compostos para chuva forte, identificados pela cor azul. O primeiro a fazer o pit-stop foi Pérez, ainda na segunda volta, e logo o mexicano foi seguido por Senna, Pic, Glock e Massa, já na terceira volta.
Na abertura do quarto giro, um verdadeiro congestionamento foi visto no pit-lane. Button, Alonso, Hülkenberg, Ricciardo, Petrov e Kovalainen fizeram suas paradas. Alguns resistiam com os intermediários, como Schumacher, Vettel, Webber e Hamilton.
Após ter reclamado de aquaplanagem, o então líder da prova finalmente fez sua troca de pneus, assim como Webber, Vettel, Rosberg, Maldonado, Räikkönen, Kobayashi e Schumacher. Hamilton conseguiu voltar à frente de Button e manteve a liderança em Sepang. Quem se deu muito bem foi Pérez, o primeiro a arriscar com os pneus para chuva forte, que assumiu a terceira posição, seguido por Webber e Alonso.
Até que, no fim da quinta volta, a direção de prova acionou o safety-car, já que a pista não apresentava condições de segurança suficientes. A bandeira amarela ocasionou uma das situações mais inusitadas dos últimos anos: Narain Karthikeyan, da nanica HRT, figurava na décima colocação, à frente dos campeões mundiais Schumacher e Räikkönen. Depois de três giros, Charlie Whiting, delegado da FIA (Federação Internacional de Automobilismo), decidiu suspender a corrida com bandeira vermelha. Depois de 55 minutos, a corrida foi retomada, ainda sob a intervenção do safety-car e em bandeira amarela.
Pouco depois que o safety-car recolheu rumo ao pit-lane na 13ª volta, Button, Rosberg, Räikkönen e Kobayashi recolheram de imediato para os boxes, todos para trocar pneus, compostos de chuva forte para os intermediários. Na mesma volta, Alonso conseguiu passar Webber e assumiu a terceira colocação. O australiano também perdeu uma posição para Vettel, mas travou bom duelo com o colega de Red Bull e conseguiu retomar a quarta posição.
Uma volta depois, Alonso, Massa, Hamilton e Webber foram para os boxes, situação que permitiu a Pérez subir à primeira posição. O mexicano fez sua parada na 15ª volta, assim como Vettel, Vergne e Hülkenberg. Após seu pit-stop, ‘Checo’ voltou imediatamente atrás de Alonso, que assumiu a liderança. Quem teve a corrida comprometida foi Button. O britânico se envolveu em um incidente com Karthikeyan e danificou a asa dianteira de seu MP4-27. Após efetuar a troca do aerofólio, o vencedor do GP da Austrália voltou na 20ª posição.
Passada a movimentação dos boxes com as trocas de pneus, Alonso figurava na ponta, com o surpreendente Pérez em segundo, e Hamilton fechando o top-3. Massa era o oitavo, enquanto Senna aparecia em 15º após 20 voltas completadas em um total previsto de 56. Ambos figuravam como os grandes destaques da corrida naquele momento: Fernando, por tirar ‘no braço’ o melhor de uma Ferrari claramente inferior em comparação com as outras grandes equipes do grid, e Pérez, por conseguir andar bem mais rápido que Hamilton e Vettel.
Enquanto Alonso e Pérez destoavam dos adversários na corrida, a Mercedes se arrastava em Sepang. Rosberg e Schumacher tinham ritmo de corrida bastante ruim, graças à perda repentina de rendimento dos pneus intermediários, e ambos eram seguidamente ultrapassados pelos seus oponentes e sem qualquer resistência. Outro piloto que fazia boa corrida era Bruno Senna, que conseguiu se recuperar depois de um começo de prova bastante complicado, e após 28 voltas, conseguiu entrar na zona de pontuação.
Sobre Massa, em momento algum o brasileiro esteve sequer perto do ritmo de Alonso, então líder da corrida. A princípio, tudo indicava que o problema do piloto da Ferrari estava no rendimento dos pneus, tanto que Felipe foi alvo fácil para os ataques de Vergne e Senna. Mas mesmo depois de ter efetuado sua troca de pneus, colocando um novo jogo de intermediários, Massa apresentou rendimento muito ruim, a ponto de sequer conseguir passar a Caterham de Petrov. Resultado: o paulista foi superado por Button e até mesmo por Ricciardo, caindo para 18º na 35ª volta.
Voltando ao grande duelo da prova, entre Alonso e Pérez, o mexicano diminuía volta após volta a diferença em relação ao bicampeão do mundo ao registrar voltas mais rápidas em seguida.
Enquanto a dupla protagonista da corrida permanecia em evidência, muitos pilotos, começando por Ricciardo, optaram por mudar de pneus intermediários para os médios. O bom ritmo do jovem da Toro Rosso encorajou a todos, que optaram pela troca. Alonso fez o pit-stop antes de Pérez, e o piloto da Sauber voltou à liderança na 40ª volta. Detalhe é que ‘Checo’ optou por pneus duros, uma vez que o C31 enfrentou muitos problemas com os médios ao longo de todo o fim de semana.
Mas mesmo com pneus para pista seca, era claro que o desempenho de Pérez era muito melhor que o de Alonso. A ultrapassagem era simplesmente questão de tempo, ainda mais com o recurso da asa móvel traseira. Era inevitável, era… mas um alerta da Sauber, por meio do rádio, pedindo para que o jovem de Guadalajara aliviasse o pé, parecia pressentir o pior. Quando a diferença em relação a Fernando era de apenas 0s5, Sergio cometeu um erro faltando seis voltas para o fim da corrida. Foi o que faltava para que Pérez segurasse o ritmo para garantir o melhor resultado em sua curta carreira na F1.
O feito de Pérez foi tão grande quanto a vitória épica de Alonso. Fernando alcançou um resultado improvável, e se não fosse pela chuva e pelas várias variáveis ocorridas em Sepang, jamais viriam, levando em conta seu carro mal-nascido. Mas o asturiano apenas provou que talvez seja atualmente o melhor piloto em atividade na F1, fez história e após quase uma volta de vantagem sobre Massa, cruzou a linha de chegada na ponta na Malásia. Conquista mágica, como bem disse a Ferrari, levando o corpo técnico da equipe de Maranello às lágrimas no pit-wall do circuito malaio. Alonso deixa Sepang simplesmente como líder do Mundial, com 35 pontos, cinco a mais em relação a Hamilton, enquanto Button ocupa a terceira colocação, com 25. Menção também à corrida de Senna. Sexto lugar, o brasileiro conquistou em uma só corrida mais que os cinco pontos que a Williams marcou em toda a temporada passada.
Resultado da prova:
POSIÇÃO | PILOTO | EQUIPE | TEMPO/MOTIVO | PONTOS |
---|---|---|---|---|
1º | Fernando Alonso | Ferrari | 2h44'51"812 | 25 |
2º | Sergio Perez | Sauber | 2"2 | 18 |
3º | Lewis Hamilton | McLaren | a 14"5 | 15 |
4º | Mark Webber | Red Bull | a 17"6 | 12 |
5º | Kimi Raikkonen | Lotus Renault | a 29"4 | 10 |
6º | Bruno Senna | Williams | a 37"6 | 8 |
7º | Paul di Resta | Force India | a 44"4 | 6 |
8º | Jean-Eric Vergne | Toro Rosso | a 46"9 | 4 |
9º | Nico Hulkenberg | Force India | a 47"8 | 2 |
10º | Michael Schumacher | Mercedes GP | a 49"9 | 1 |
11º | Sebastian Vettel | Red Bull | a 1'15"5 | 0 |
12º | Daniel Ricciardo | Toro Rosso | a 1'16"8 | 0 |
13º | Nico Rosberg | Mercedes GP | a 1'18"5 | 0 |
14º | Jenson Button | McLaren | a 1'19"7 | 0 |
15º | Felipe Massa | Ferrari | a 1'37"3 | 0 |
Classificação F1 2012 – Pilotos
Pos | Piloto | Equipe | Pts |
---|---|---|---|
1 | Fernando Alonso | Ferrari | 35 |
2 | Lewis Hamilton | McLaren | 30 |
3 | Jenson Button | McLaren | 25 |
4 | Mark Webber | Red Bull | 24 |
5 | Sergio Pérez | Sauber | 22 |
6 | Sebastian Vettel | Red Bull | 18 |
7 | Kimi Raikkonen | Lotus | 16 |
8 | Bruno Senna | Williams | 8 |
9 | Kamui Kobayashi | Sauber | 8 |
10 | Paul di Resta | Force India | 7 |
11 | Jean–Eric Vergne | Toro Rosso | 4 |
12 | Daniel Ricciardo | Toro Rosso | 2 |
13 | Nico Hülkenberg | Force India | 2 |
14 | Michael Schumacher | Mercedes | 1 |
15 | Nico Rosberg | Mercedes | 0 |
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