11 de outubro de 2013

Carros para sempre: Chevrolet Omega e Suprema.

Com o nada modesto (mas verdadeiro) slogan “Absoluto”, a Chevrolet lançava o Omega no Brasil em 1992. A missão de substituir o clássico Opala no coração dos brasileiros não parecia tarefa fácil, mas o novo sedã grande da GM foi bem aceito pela imprensa e consumidores, agradando logo de início pelo estilo, conforto, equipamentos e desempenho.
O Omega chegava ao Brasil seis anos após a estreia na Europa. O período de adaptação para o mercado nacional levou pouco mais de dois anos, um recorde para a época. A GM não queria perder tempo, pois o país estava novamente aberto às importações e o Omega era a resposta da marca às recém-chegadas estrangeiras. Por aqui, o modelo chegou nas versões GLS e CD, equipadas com motores 2.0 de quatro cilindros e 3.0 de seis cilindros, respectivamente. Medindo 4,74 metros de comprimento e 2,73 m de distância entre-eixos, ele oferecia amplos cinco lugares e um porta-malas de 520 litros.
O motor 2.0 era herdado do Monza, mas usava injeção eletrônica digital multiponto para entregar 116 cv de potência (110 cv no Monza). Porém, o destaque da linha ficava para o 3.0 seis cilindros importado da Alemanha, que rendia 165 cv e 23,4 kgfm de torque máximo. A Chevrolet anunciava máxima de 195 km/h no 2.0 e 210 km/h no 3.0, que acelerava de 0 a 100 km/h em apenas 9,5 segundos.
Aerodinâmica era um dos pontos forte do modelo, com Cx de somente 0,30. A preocupação com a passagem do ar era evidente, com a frente em cunha, palhetas do limpador de para-brisa escondidas, vidros laterais rentes à carroceria e maçanetas embutidas. Outro destaque era a tração traseira, que aliada à suspensão independente garantia excelente dirigibilidade e ótimo diâmetro de giro. Internamente, a grande atração era o quadro de instrumentos digital (opcional para o CD), que oferecia boa visualização e uma modernidade evidente. O painel tinha desenho moderno, arredondado e com formato “cockpit”, enquanto o sistema de som abrigava dois aparelhos: um CD player e um toca-fitas.

O reconhecimento da mídia veio rápido: o Omega foi eleito “Carro do Ano” pela revista Autoesporte em 1993 e o “Eleito do Ano” de 1993 pela revista Quatro Rodas. Antes, ele já havia sido escolhido “Car of the Year” em 1987 e conquistado outras premiações mundo afora.
A versão perua estreava em 1993. Com base no sedã, a Omega Suprema tinha características próprias e se destaca pelo porta-malas com 540 litros de capacidade. Um dos diferenciais da Suprema era o sistema de nivelamento pneumático que mantinha a altura da traseira, independente de estar vazia ou carregada. No mesmo ano chegava a versão a álcool. O escolhido era o motor 2.0, que passava a 130 cv, se tornando o mais potente do mercado com esta cilindrada. Mesmo assim não emplacou, durando pouco tempo em produção.

Para o ano seguinte, a GM tentava emplacar uma versão mais simples: o Omega GL adotava a mesma mecânica do GLS, porém com lista reduzida de itens de conveniência. Ainda em 1994, a marca lançava a rara edição Diamond, baseada na GLS, mas com motor 3.0.
Nesta mesma época, uma nova geração do Omega era lançada na Alemanha. O visual mudava bastante, e o sedã passava a contar com um motor mais moderno, 3.0 V6 de 211 cv. Este modelo não chegou a ser vendido no Brasil de forma oficial. Em 1999, ganhou um facelift até encerrar sua produção de forma definitiva em 2003.
Apesar da boa potência disponível em ambas as versões, a falta de torque em baixa do Omega nacional era alvo de críticas. Para sanar o problema, a GM passou a oferecer a partir de 1995 o motor 2.2 no lugar do 2.0. Com as alterações, o torque subiu de 17,3 kgfm para 20,1 kgfm. Enquanto isso, o 3.0 era aposentado e substituído pelo antigo 4.1 do Opala, que recebeu diversas atualizações, como alívio de peso e injeção eletrônica. Graças às mudanças, ele passou a oferecer 168 cv e 29,1 kgfm de torque máximo, mas a troca do 3.0 pelo 4.1 não deixou de ser vista como um retrocesso.
Em 1996, devido às baixas vendas e medo de canibalização pela Blazer pelos concessionários, a GM encerrava a produção da perua Suprema. No ano seguinte, poucas mudanças: volante menor, diminuição dos itens de série da versão GLS e acabamento mais simples prenunciavam que o fim estava próximo.
Dessa forma, em 1998, o Chevrolet Omega, que representou um marco da industria automotiva nacional foi descontinuado pela marca. Em seu lugar a GM trouxe o australiano Holden Commodore, importado com o nome de Omega CD. Apesar da vida curta, o Omega brasileiro será sempre lembrado como um dos melhores e mais completos automóveis já produzidos no país. Depois dele, a Chevrolet nunca mais voltou a produzir um carro do mesmo segmento no Brasil.

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