18 de janeiro de 2021

Os sete carros que marcaram a história da Ford no Brasil.

Presente há 102 anos no país, a Ford foi a primeira marca a chegar ao Brasil, em 1919, com o histórico Modelo T, que era montado em São Paulo com peças importadas dos Estados Unidos. Com mais de 50 anos de produção local, a Ford fabricou modelos que fizeram parte da vida de muitos brasileiros.


A publicação original selecionou "os cinco carros mais quentes da história da Ford no Brasil", seguindo as dicas do especialista Gabriel Marazzi, colaborador do Guia do Carro e um dos jornalistas com maior cultura automotiva do país. 

Contudo, em nossa postagem, decidimos majora o número de cinco para sete, os carros que marcaram a história da montadora americana em terras tupiniquins, e os modelos no são os seguintes: Galaxie, Corcel, Maverick, Escort e EcoSport, além da F1000, e do Ka, esses dois últimos incluídos por nós. 

Veja a seguir os motivos que fizeram desses os sete carros fabricados pela Ford no Brasil que deixaram sua marca no país.

Galaxie 

O Ford Galaxie foi o primeiro carro fabricado pela Ford no Brasil. Lançado em 1967, o sedã grande era o carro mais luxuoso feito localmente. Com 5,33 metros de comprimento e 2 metros de largura, o Galaxie acomodava até seis passageiros. Sob o capô, ele trazia um motor V8 de 166 cv, que era associado a um câmbio de três marchas. 

Anos depois, ele também foi um dos primeiros carros brasileiros a ter equipamentos como ar-condicionado e câmbio automático. Em 1976, o Galaxie foi reestilizado, e ganhou faróis horizontais e lanternas com três barras verticais. Nesse ano, ele era oferecido nas versões Galaxie 500, de entrada, Galaxie LTD, intermediária, e Landau, topo de linha. 

Em 1979, a versão de entrada deixou de ser oferecida, e em 1982, com a crise do petróleo, a versão LTD foi aposentada. Famoso pelo derradeiro modelo Landau, que trazia revestimentos de jacarandá no console e nas portas, além de bancos de veludo, o Galaxie foi produzido até 1983, e vendeu mais de 77 mil unidades. Ele foi substituído pelo Del Rey, modelo menor, mas que também tinha proposta sofisticada para a época.


Corcel 

Um compacto Ford com origem francesa. O Ford Corcel teve como base o chamado projeto “M”, que a Willys-Overland do Brasil desenvolvia em parceria com a Renault para substituir o Gordini, quando foi adquirida pela Ford em 1967. A Ford se interessou pelo projeto, que tinha como objetivo ser o carro de volume da marca, e lançou o Corcel em 1968, posteriormente dando origem à perua Belina, a picape Pampa, o sedã de luxo Del Rey e a perua Del Rey Scala.

Projeto de origem Renault, o Corcel foi um sucesso de vendas, com mais de 1,4 milhão de unidades produzidas.

Com nome inspirado no Mustang, o Corcel trazia uma carroceria sedã de quatro portas, tração dianteira, e um motor 1.3 de 68 cv. Um ano após o lançamento, o Corcel ganhou a opção de duas portas e a versão esportiva GT, que fez sucesso em corridas de turismo nos anos 70.


Já em 1977, o Corcel passou por uma grande remodelação, ganhando o sobrenome II. Ele trazia carroceria mais larga, que fazia o carro aparentar ter um porte maior. Nos anos 80, o Corcel II passou a ter como opção um motor 1.6 a álcool, e deu origem ao sedã de luxo Del Rey e a picape Pampa. Finalmente, depois de 18 anos de produção e mais de 1,4 milhão de unidades vendidas, o Corcel finalmente saiu de linha em 1986, dando lugar ao Escort.


Maverick 

O Ford Maverick foi para os brasileiros o que o Mustang é para os americanos. Posicionado entre o Corcel e o Galaxie, o Maverick foi produzido entre 1973 e 1979 no Brasil. O modelo foi uma tentativa da Ford de fazer frente ao Chevrolet Opala, e inicialmente teve duas opções de motor bem distintas: um deles era o 3.0 de seis cilindros em linha, que entregava 112 cv de potência e o outro era o até hoje cultuado V8 5.0 de 197 cv.  Essa versão do Maverick, inclusive, é bastante cobiçada entre os colecionadores.

No entanto, dois anos depois do lançamento, o motor 3.0 deu lugar a um 2.3 litros de quatro cilindros, de 99 cv de potência. Era uma opção mais econômica em plena crise do petróleo. Por outro lado, o V8 seguiu como uma opção para a versão GT. Sempre com tração traseira, o Maverick podia ser equipado com um câmbio manual de quatro marchas ou um automático de três marchas, que trazia comando na coluna de direção. 

Oferecido em versões de duas (cupê) ou quatro portas (sedã), o Maverick era originalmente uma opção mais barata do que o Mustang nos EUA. Por aqui, ele não conseguiu atingir o sucesso comercial do Opala, que vendeu mais de 1 milhão de unidades. Em seis anos de produção, o Maverick vendeu pouco mais de 108 mil unidades.   


Ford F-1000

Com capacidade de 1 tonelada e motor diesel MWM 3.9 de 86 cv, a Ford, em 1979, reforçava sua imagem de robustez com a F-1000. Se tornou uma das picapes mais famosas e desejadas do Brasil e da marca por aqui, ainda mais pela sua valentia garantida pela base mecânica herdada dos caminhões F-4000.

Nos anos 1980, teve uma das edições mais incríveis de sua trajetória, hoje disputada a tapa entre usados: a SSS, sigla para Super Serie Special e limitada em 2 mil unidades. Ao longo daquela década também passou a ter uma versão com motor a álcool, um 3.6 de seis cilindros e 115 cv

Muitas reestilizações depois, a F-1000 chegou aos anos 1990 com motor turbodiesel de 119 cv, que mais tarde, geraria 122 cv. Em 1992, ainda estreou uma configuração cabine estendida em 56 cm, chamada de Supercab e capacidade para cinco passageiros. Antes de ter a produção encerrada (e deixar saudades), em 1998, ainda teve tempo de receber um motor 4.9 de seis cilindros com injeção eletrônica e 148 cv.

Escort

O Ford Escort foi o primeiro automóvel mundial feito pela Ford no Brasil. Em uma época na qual o mercado automotivo era extremamente fechado, e as importações eram proibidas, as opções mais populares eram carros como o Volkswagen Fusca, Chevrolet Chevette e o Fiat 147, que já tinham muitos anos de mercado. Em 1983, a Ford começou a produzir a terceira geração do Escort no Brasil. 

Lançada três anos antes na Europa, a terceira geração do Escort foi o primeiro carro mundial feito pela marca localmente, e chegou nas versões L e GL, que traziam o motor 1.3 CHT de 63 cv de potência, além da topo de linha Ghia, que trazia o 1.6 CHT movido a etanol, com 73 cv. Um ano depois, a versão esportiva XR-3 chegou ao mercado, com o mesmo motor da versão Ghia.


Ainda nos anos 80, o Escort ganhou a versão Cabriolet, primeiro conversível produzido pela Ford no Brasil, além de uma reestilização em 1987. Em 1989, durante a Autolatina (parceria entre Ford e Volkswagen), o Escort ainda passou a oferecer o motor 1.8 AP de 90 cv da marca alemã na versão XR-3.


Nos anos 90, o Escort ganhou a segunda geração produzida localmente, de 1992 a 1996. Maior e mais moderno, além da versão Guarujá, de 4 portas, manteve a versão conversível e chegou a ter 122 cv na versão XR-3, que agora era equipada com o motor 2.0 AP, movido a etanol.


Tivemos ainda o “Escort europeu” (como passou a ser conhecido no Brasil), o qual passou a ter uma versão genuinamente sedã, chamada Escort Verona.



Com a chegada da quarta e última geração do Escort no Brasil, a produção foi transferida para a Argentina, onde o modelo foi produzido até 2003, em versões hatch, sedan e perua.  


Ecosport 

O primeiro SUV compacto do Brasil foi um verdadeiro divisor de águas para a Ford. Com crescentes dívidas com o fim da Autolatina, a marca americana pensava em sair do mercado brasileiro, quando decidiu apostar em um projeto inovador para a época. Com base na plataforma do Fiesta, a Ford desenvolveu uma carroceria nova, elevou a suspensão e atraiu sobretudo o interesse do público jovem. 

Ford Ecosport inaugurou o segmento de SUVs compactos no Brasil e reinou sem concorrentes até 2011.


Com aspecto aventureiro, o Ecosport foi lançado em 2003 e trouxe como opções de motor o 1.0 Supercharger de 95 cv -- que era equipado com um compressor mecânico e logo saiu de linha -- além do 1.6 Rocam de 98 cv e o 2.0 Duratec que oferecia 143 cv. Sempre equipado com câmbio manual de 5 marchas, o Ecosport ganhou um ano depois uma versão com tração nas quatro rodas (4WD).

O Ecosport recebeu a primeira reestilização em 2007, e reinou praticamente sem concorrentes diretos até a chegada do Renault Duster, em 2011. Buscando manter a liderança no segmento, o Ecosport ganhou uma nova geração em 2012, que se tornou global, sendo vendida na Europa e posteriormente nos Estados Unidos. 


A segunda e atual geração também pegou emprestada a plataforma do Fiesta e ganhou o motor 1.6 Sigma nas versões de entrada, mantendo o 2.0 Duratec nas versões topo de linha. Ele também podia ser equipado com o câmbio automatizado de dupla embreagem Powershift. No entanto, depois da chegada de concorrentes como o Jeep Renegade e o Honda HR-V em 2015, o Ford Ecosport perdeu a liderança que tinha desde 2003. 


E a última tentativa da Ford de reanimar as vendas do modelo foi uma reestilização feita em 2017. Ela corrigiu o criticado acabamento interno e trouxe novas linhas para a dianteira. O modelo também ganhou um câmbio automático convencional no lugar do problemático Powershift e um novo motor 1.5 de três cilindros com 137 cv. Além disso, o 2.0 passou a ter injeção direta, oferecendo 176 cv de potência. Após 18 anos de produção e mais de 1,2 milhões de unidades produzidas, o Ecosport dá adeus como um dos maiores sucessos da indústria nacional. 


Ford Ka

Ele nasceu subcompacto e muito mais do que inovador, realmente ousado, e terminou um pouco maior e com versão sedã. Em 1997, a marca começou a produção do Ka no ABC paulista. Foi o primeiro subcompacto produzido no Brasil, com plataforma moderna e desenho controverso, pois uns amavam, outros torciam o nariz. Começou com motores 1.0 e 1.3 e depois adotou o 1.0 Zetec RoCam.


Em 2001, surgiu um dos carros mais divertidos e bacanas que a Ford já fez no mundo: o Ka XR. Tinha acerto de suspensão esportivo, detalhes diferentes no design e motor Zetec de 95 cv, isso para um carro de 930 kg e com entre-eixos curto de 2,44 m. O 0 a 100 km/h era feito em 10,8 segundos. Já em 2002 a montadora deu um tapa na traseira do modelo, que o deixou mais palatável no que diz respeito ao seu designe. 

Em 2008, porém, com a segunda geração, a Ford resolveu por tirar um pouco da ousadia da verão anterior do Ka, com uma remodelação profunda, mas nesse ano passou a usar motorização flex.


A terceira e atual (finada) geração, contudo, mudou os parâmetros que tínhamos do carrinho. O modelo cresceu, passou a ser um compacto e teve direito até à configuração sedã, inicialmente chamada Ka+, que agora é um modelo realmente bonito, muito embora, digam alguns, ser defasado em relação aos concorrentes.



Fonte parcial: https://www.terra.com.br, por: João Henrique de Oliveira.
https://autopapo.uol.com.br/

Fotos: Reprodução de internet

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