20 de novembro de 2012

CARROS PARA SEMPRE: CHEVROLET CHEVETTE

Fontes: http://carplace.virgula.uol.com.br e http://velocidademaxima.wordpress.com

Lançado em 1973, o primeiro compacto mundial da GM chegava para mudar conceitos em uma época em que o mercado nacional estava se transformando. Idêntico ao europeu Opel Kadett C e lançado aqui seis meses antes da Europa (algo raro até hoje), o moderno Chevette chegava no mesmo ano em que a VW Brasília e o Dodge 1800.




Rompendo as tradições da GM ao oferecer um carro compacto, o Chevette chegava ao mercado nacional na configuração sedan duas portas com 4,12 metros de comprimento, tração traseira e motor refrigerado a água acionado por correia dentada (inovação na época). O propulsor era um 1.4 litro de 68 cv de potência bruta e torque máximo de 9,8 kgf/m (bruto) acoplado ao câmbio manual de quatro velocidades com alavanca em posição mais elevada.
Ele alcançava velocidade máxima de 140 km/h e acelerava de 0 a 100 km/h em 19,1 segundos. E a GM ainda alardeava modernidade em sua propaganda “A GM não faria apenas mais um carrinho”.
Foi inovador em itens de segurança, como pisca-alerta e coluna de direção não-penetrante, ainda não exigidos pelo Contran na época, e trazia duplo circuito de freios (um para a frente, outro para a traseira). A suspensão era bem calibrada e não sofreria grandes modificações ao longo do tempo. O carro era estável, difícil de desgarrar, mas o eixo rígido traseiro sacolejava em curvas com piso irregular, transmitindo certa sensação de insegurança, além das molas muito duras afetarem o conforto. Levou tempo para a GM adotar molas mais macias.
Em 1975, já com mais de 100.000 unidades produzidas, era lançada a versão esportiva GP (Grand Prix) em comemoração ao Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1. Foi o carro oficial do evento e oferecido aos pilotos para que rodassem em São Paulo naqueles dias. Conta-se que um deles deixou um modelo no meio da rua, ou seja, não devolveu como previsto.
A primeira reestilização veio em 1978 com a frente redesenhada ao estilo dos Pontiacs americanos. No ano seguinte chega o Chevette Hatch, verão nacional do Opel Kadett City. Nesse mesmo ano chega também a versão quatro portas, que ainda não era valorizada no mercado brasileiro e acabou se destinando em grande parte à exportação.




Em 1980 novas mudanças, desta na traseira que passou a contar com lanternas maiores e para-choques redesenhados com aspecto mais robusto. Em fevereiro o Chevette atingia 500.000 unidades produzidas. Esse foi, aliás, o melhor ano para o modelo em vendas internas: nada menos que 94.816 exemplares.Ainda nesse ano de 1980, chega a perua Marajó que permaneceu em produção até 1989 sendo substituída pela Ipanema.



No ano seguinte era lançada a versão S/R, que trazia motor mais forte com 80 cv e visual que contava com pintura externa exclusiva com faixa degradê, spoiler dianteiro e traseiro, faróis de neblina além do interior com novo padrão de acabamento.
Em 1983 ele passa por uma ampla reestilização com visual inspirado no recém lançado Monza que definitivamente caiu no gosto do público e tornou o Chevette pela primeira vez o carro mais vendido do ano. Ainda em 1983 todas as versões passam a contar com motores 1.6 a álcool ou gasolina.

Na linha 1984 aparecia o pequeno picape Chevy 500, em alusão à capacidade para meia tonelada de carga (motorista incluído). Concorria com Fiat Fiorino/City, VW Saveiro e Ford Pampa. Mas era o único com tração traseira, uma vantagem por permitir maior eficiência quando carregado. No ano seguinte o Chevette atingia a marca de 100.000 unidades exportadas e ganhava a opção do câmbio automático de três marchas. Não teve sucesso — a procura era muito pequena, mas foi produzida até 1990.



Ao longo da década de 80 ele ainda continuaria recebendo aprimoramentos na parte mecânica e mais uma renovação visual em 1987 com novos para-choques envolventes com grade integrada, novos faróis e acabamento interno.


Em 1992 é lançado o Chevette Júnior, com um fraco motor 1.0 de 50 cv que não agradou e acabou saindo de linha meses depois. 



Em 12 de novembro de 1993, após duas décadas de sucesso, o último Chevette deixava as linhas de montagem, totalizando 1,6 milhão de unidades vendidas. O Corsa, mais moderno, assumia a posição de caçula da marca. Restaria em produção apenas o picape Chevy 500 DL, descontinuado em 1995.

A GM ainda mantém, na unidade de Mogi das Cruzes, SP, a produção de peças de estamparia para Chevette, Opala e outros modelos fora de linha, pois são muitos ainda no Brasil, atitude louvável num país que raramente preserva sua memória. A última versão produzida teve uma unidade guardada para o futuro museu da marca. Duráveis e robustos, diversos exemplares do Chevette resistem ao tempo, e ainda vão rodar muito.


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