Fonte: tazio.uol.com.b
Boa parte dos brasileiros não poderá assistir ao GP dos Estados Unidos neste domingo, em Austin, já que a Rede Globo priorizou a transmissão da 36ª e antepenúltima rodada do Brasileirão, passando a prova para seu canal por assinatura SporTV, não acessível a todos.
Enquanto a F1 pode ver seu terceiro tricampeão consecutivo da história, Sebastian Vettel, a partida entre Flamengo e Palmeiras, uma das três que serão exibidas em canal aberto, deve definir o segundo rebaixamento do clube paulista à Série B em dez anos.
A decisão a favor do futebol já era esperada. No início do ano passado, com o desmembramento do Clube dos 13, as equipes passaram a negociar seus contratos de transmissão diretamente com a Rede Globo. E o Flamengo, um dos envolvidos no jogo domingo, ao lado do Corinthians, são os que recebem a maior quantia da emissora carioca: R$ 84 milhões.
Mesmo à beira da queda para a Segundona, o Palmeiras integra um segundo grupo, que é composto também por São Paulo, Santos e Vasco, e recebe da emissora R$ 75 milhões por ano. Cruzeiro, Grêmio, Internacional, Atlético-MG, Fluminense e Botafogo integram a última parte do bolo, recebendo R$ 55 mi por temporada. Nunca se pagou tanto por direitos de transmissão no futebol brasileiro.
A F1, por sua vez, vive uma época de decadência na TV Globo. Embora a emissora carioca tenha vendido todas as cotas de patrocínio para a temporada 2013, a audiência do esporte despencou 55% nos últimos anos. Em 2002, a média de ibope das transmissões em São Paulo era de 19,4 pontos. Dez anos depois, segundo o colunista Ricardo Feltrin, da “Folha”, este valor caiu para 8,6.
Os números, entretanto, pouco traduzem a arredia postura da Globo em relação à F1. Mesmo no heyday do esporte no Brasil, a emissora deixou de transmitir GPs em detrimento do futebol ou qualquer coisa – curiosamente esquecendo-se das vitórias de Ayrton Senna em Detroit, em 1986, e Felipe Massa na Espanha, em 2007.
A Globo passou a transmitir com exclusividade a categoria a partir de 1976, e mesmo nesta época, relegava as provas disputadas com horário à tarde no Brasil – geralmente na América do Norte – a flashes depois do “Fantástico”.
A situação só começou a mudar no fim de 1981, quando Nelson Piquet lutava pelo título mundial com Carlos Reutemann, da Williams, e a emissora exibiu os GPs do Canadá e de Las Vegas ao vivo.
No ano seguinte, porém, voltou ao normal: apenas o último GP na América do Norte, em Las Vegas, que decidiu a briga pelo título entre Keke Rosberg, da Williams, e John Watson, da McLaren, foi transmitido ao vivo. Dos outros três, Long Beach e Detroit foram excluídos da programação.
Já o do Canadá, que teve Nelson Piquet no degrau mais alto do pódio, passou por uma interrupção de duas horas por conta do acidente fatal de Riccardo Paletti. Com isso, a etapa foi reiniciada já no período noturno brasileiro e, depois de ter sua primeira parte transmitida ao vivo, foi interrompida para dar lugar ao “Fantástico”, só retornando nas voltas finais.
Ayrton Senna, GP dos Estados Unidos de 1986: vitória marcante, mas não vista ao vivo no Brasil
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