6 de agosto de 2013

2014 será um ano de mudanças na Fórmula 1, no regulamento, nos carros e nas equipes.


No time em que se está ganhando, vai ter de se mexer, pois Mark Webber se encheu dos mimos dados ao tricampeão prodígio e de todo o circo da Fórmula 1 e pediu seu boné.

Aliadas à todas as mudanças técnicas e de motor previstas para o próximo ano, essa vaga está mexendo com todos o mundo da Fórmula 1, e não é por menos. 

Pela equipe dos energéticos Webber alcançou todas as suas 09 vitórias e 11 poles, já Vettel conseguiu impressionantes 29 vitórias, além de 38 poles, 01 vice-campeonato e três títulos, em apenas 04 temporadas e meia,  rumando, a passos largos, para o quarto título nessa quinta temporada pelo time dos touros.

Com tudo isso, as férias da F1 começam tão quentes como ha muito não ocorria, e os boatos e as consequências que brotam aos montes surgem, como a reunião do empresário de Fernando Alonso com Christian Horner no motorhome da Red Bull em Hungaroring. Seja qual for a opinião de cada um, não há como negar o simbologismo do ato: o de que o espanhol não está nada contente com o trabalho da Ferrari, também expresso em suas incisivas e cutucantes palavras após a corrida. 

Alonso tem 32 anos e, contando com este, está num vácuo de sete sem ganhar um título. Em 2010 chegou à Ferrari, onde esperava começar, com cinco temporadas de atraso, a nova era Schumacher, mas justamente a dupla Vettel e Red Bull riscaram estes planos desde então. No braço, Alonso conseguiu se equiparar à falta de equipamento da Ferrari, que nunca conseguiu manter um equilíbrio de desenvolvimento. 

Por mais que se aprenda a e ter paciência, para quem tem tanta sede de vitória, uma hora o saco enche, pois nesses anos de Ferrari só conseguiu 11 vitórias e 04 poles, mas sejamos justos, teve uma real chance de ser campeão em 2010, mas não conseguiu superar o sempre inconstante Webber nos Gp´s do Japão e do Brasil, e principalmente, o fraquíssimo Russo Vitaly Petrov na corrida de Abu-Dabi, aí perdeu o título, e talvez a sua única verdadeira chance de ser campeão pela Ferrari.

Além disso o tempo passa para todos, e é implacável, nesse contexto, o amor eterno à Maranello já acabou, como qualquer casamento de hoje em dia, e o encontro na casa taurina dá, sim, algum indício de que um contrato pode ser quebrado para o ano que vem, histórico não falta. O puxão de orelha dado por Montezemolo não é só pela língua solta.

Do lado da Red Bull já surgem as declarações de que pretendem ter a dupla mais forte possível e de que não há a necessidade de ter alguém da Toro Rosso. Assim, aquela anterior de que a disputa estava provavelmente entre Räikkönen e Ricciardo cai por terra. O australiano passa a ser, na realidade, a última opção da equipe e torce para que seus oponentes simplesmente fiquem onde estão, o que, na prática, é quase impossível.

É bem provável que Christian Horner, Adrian Newey e Dietrich Mateschitz não contassem, pelo menos num futuro tão próximo, com a possibilidade de Alonso se juntar ao time. O passado da Ferrari, que se descartou de Räikkönen, e as palavras que já surgem de sua cúpula e que também resgatam um passado ainda mais antigo, o da demissão de Prost após as críticas, já tornam sua saída algo plausível. E Alonso é esperto o suficiente para, se necessário, ocasionar um celeuma e provocar a quebra de contrato para mudar de casa.

Os taurinos hão de analisar as duas cartas das quais têm disponibilidade. Ali há um Räikkönen que tem uma personalidade absolutamente intrínseca e que nunca paga pela língua, no máximo, só pelo que bebe, e iria para agregar ao lado de Vettel completando a amizade. Lá há um Alonso com um gênio forte e explosivo, que certamente chacoalha e tentaria arrebatar para si a equipe, e como bom amigo de Webber, honraria o posto do australiano e ampliaria a rivalidade, como fez na McLaren em 2007, algo que certamente não seria nada bom para equipe, e para o "tetracampeão" Vettel, que a Red Bull fará sempre o impossível para que não mude de casa.

Há de se considerar que Räikkönen e Alonso são pilotos acima da média, mas se não estão no mesmo patamar, Fernando ganha em algum detalhe, talvez pelo lado do marketing, que também pesa para uma empresa multifacetada, o espanhol também ganha mais pontos: rende mais manchetes, é do país das touradas e representaria melhor a marca mundo afora. Já Kimi, ressalte-se, tem algum vínculo com a Red Bull desde que a época em que correu de rali.

Em termos financeiros, não deve haver tanta diferença tanto para os valores pedidos pelos pilotos quanto para os cofres da equipe, pois ambos são caros, mas Kimi vai ser alguém livre no fim desta temporada, enquanto Alonso pode empurrar para a Red Bull alguma multa por rescisão com a Ferrari, mas nada que um bom acerto não resolva. Neste momento da carreira, La Chiliquenta (eu adorei isso) está mais preocupada em ganhar títulos do que engordar o bolso.

O ambiente de trabalho mais sossegado e harmonioso se choca com o tremular da bandeira vermelha na arena de dois touros. No time em que se está ganhando, vai ter que se mexer, e se apenas as questões humanas fossem consideradas na questão, muito pelo tratamento que foi dado ao choque entre Vettel e Webber no GP da Malásia deste ano, seria Räikkönen o escolhido por Horner e cia.

Já Alonso teria de engolir a seco a Ferrari por mais um tempo, se a equipe assim o ainda quiser, e numa situação em que seria visto ou posto como inimigo da nação de Maranello, ou em última instância, com a ida de Raikkonen para Red Bull, e o clima azedo na Ferrari, acabar ido para a Lotus, onde certamente teria sua vida facilitada pelo longo passado de ligação com a Renault 

Antes, o grande passo do mercado era o de Räikkönen. Agora, divide com Alonso em seu movimento friamente calculado. 

Da Alemanha e da Itália pintaram os primeiros rumores que colocam Räikkönen na Ferrari, e seria para o lugar de Massa, algo que é muito distante de verossímil, pois Kimi sabe como toca a banda naquela casa e que foi nela que perdeu totalmente o gosto pela F1.

Para completar, um segundo fato: Anthony Hamilton esteve em Maranello. Hamilton lá? Algo dificíl, mas não impossível, pois com dinheiro se resolve quase tudo, e no caso deste britânico, é claro que ele dá grande valor a quem pagar mais, sendo a possibilidade de vitórias e título, algo que beire o segundo plano, caso contrário não teria ido para a Mercedes-Benz, pois quem apostaria em sua força nessa temporada.

E já que 2014 vai apresentar uma série de mudanças técnicas nos carros, o quadro entre os pilotos começa a apontar a mesma interessante direção.

Felipe Massa, que infelizmente perdeu o bonde da história ao não ganhar o campeonato de 2007 ou o de 2008, anos em que o carro da Ferrari foi competitivo, é que pode ter a sua situação facilitada na Ferrari, não por seus resultados, mas por esse possível problema entre a equipe e "La Chiliquenta" (eu adorei isso), pois com a possível saída de Alonso, o brasileiro certamente ficaria, o que pode vir a ocorrer até mesmo se aquele permanecer, mas com a desconfiança do time italiano, que historicamente gosta de manter sempre um piloto mais antigo na casa. 

Agora se todas as coisas se acertarem entre o espanhol e a Ferrari, provavelmente Massa será substituído, no intuito de fortalecer os resultados gerais do time e por Fernando estar indo para a quinta temporada o que lhe daria certa antiguidade no time, fazendo com que fosse iminente a necessidade de renovação de pelo o menos um dos nomes, já que Massa está na sua oitava temporada pela equipe.

Acho que de qualquer forma não seria o fim de Massa na categoria, pois por sua experiência e conhecimento da equipe italiana, acho que poderia vir a ter chance na Lotus e até na McLaren, pois tenho comigo que a equipe inglesa não está nada satisfeita com Sérgio Perez, e além disso, não sei se Jeson Button não poderia aparecer na Ferrari, surpreendendo a todos.

Não sei o tempo de contrato, mas outro que acho que poderia aparecer pelas bandas italianas é Nico Rosberg, que já mostrou ser veloz e errar pouco, além de ter posto nada menos do que o velho Shumacher no bolso, pois a Ferrari sempre dá preferência em contratar pilotos mais experientes, por isso, não acredito em Hulkenberg na equipe.

Por fim, além de Hulkenberg e Di Resta, que podem ter alguma chance em equipes melhores, acho que Pastor Maldonado também pode ser um que ganhe uma oportunidade em um time maior, principalmente dependendo do que será feito por Kimi, Fernando e Jeson. 

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