28 de agosto de 2013

Origem do nome de alguns bairros cariocas. Parte 2 - Zona Sul.

BOTAFOGO: O primeiro a ocupar a área foi Antônio Francisco Velho, companheiro de Estácio de Sá na fundação da cidade, em 1565. O nome de batismo do lugar, no entanto, data de 1580, quando Velho vendeu suas terras para o sertanista português João Pereira de Sousa Botafogo. O curioso é que o sobrenome era possivelmente um apelido, muito comumente dado em Portugal aos homens especialistas em armas de fogo manuais.

CATETE: Catete ou cateté significa, em tupi, “mato fechado”, e correspondia a um braço do Rio Carioca que contornava o outeiro da Glória e desembocava no mar. Nele passou o primeiro caminho de acesso à Zona Sul da cidade, o Caminho ou Estrada do Catete. Para cruzar o rio foi erguida a Ponte do Salema, onde foi cobrado pedágio até 1866 (local onde hoje está a Praça José de Alencar).

COPACABANA: A antiga Praia de Socopenapan era um areal deserto quando pescadores ergueram uma capelinha no extremo sul da praia. Nela foi colocada a cópia de uma imagem de Nossa Senhora de Copacabana, trazida por mercadores de prata bolivianos. A imagem acabou dando o nome à praia e ao bairro. Mais tarde, com a construção do Forte de Copacabana, a histórica igrejinha foi demolida. Curiosidade: existe, na Bolívia, uma cidade chamada Copacabana.

FLAMENGO: São duas versões: a primeira é que o nome viria de prisioneiros holandeses (ou 'flamengos') da região. A segunda é que estaria relacionado aos flamingos ou flamengos, pássaros pernaltas cor-de-rosa que frequentavam as praias daquela área.

GÁVEA: Refere-se à monumental Pedra da Gávea, assim chamada pelos portugueses por lembrar, vista do oceano, a gávea de um veleiro. Com seus 844 metros de altura, é o maior monólito à beira-mar do planeta. Situa-se no bairro vizinho de São Conrado, mas acabou emprestando seu nome ao vale voltado para a Lagoa Rodrigo de Freitas.

GLÓRIA: O bairro teve início no alto de um outeiro à beira-mar, onde, em 1671, o Capitão Antônio Caminha ergueu uma ermida rústica em louvor a Nossa Senhora da Glória. No mesmo lugar, em 1714, surgiu uma igreja de pedra e cal, em forma poligonal, projeto do arquiteto José Cardoso Ramalho, a bela Igreja de Nossa Senhora da Glória do Outeiro. Esta joia do barroco brasileiro ficou pronta em 1740, em terras doadas por Cláudio Gurgel do Amaral.

HUMAITÁ: Os índios chamavam a região de Itaóca, devido à gruta que existia naquela área. A Rua Humaitá, prolongamento da São Clemente que deu origem ao bairro, recebeu esse nome homenageando os brasileiros que, na Guerra do Paraguai, atravessaram bravamente a passagem de Humaitá.

IPANEMA: A região pertencia à Fazenda Copacabana que, em 1857, foi comprada pelo empresário Francisco José Fialho. Ele a dividiu em dois grandes lotes, um deles adquirido pelo Comendador José Antonio Moreira Filho, o segundo Barão de Ipanema. Embora Ypanema queira dizer, em língua indígena, “água ruim”, o nome não se referia ao bairro, mas a um rio paulista, em Iperó. O nome, portanto, foi uma homenagem feita ao Barão e Conde de Ipanema pelo seu filho, o segundo Barão de Ipanema. Em 1883, ele criou uma empresa de urbanização para erguer o novo bairro através do Loteamento Villa Ipanema. Seu sócio era Antonio José Silva e o autor do projeto, o engenheiro Luís Raphael Vieira Souto.

LEBLON: O nome do bairro vem de Charles Leblon, francês dono de um grande lote que passou a ser chamado de Campo do Leblon. Em 1845, instalou ali uma fazenda de gado.

LEME: Praia do Leme era o nome dado ao trecho arenoso que ia do antigo Morro do Inhangá até o Morro ou Pedra do Leme. O nome foi dado devido ao formato dessa elevação, que lembra o leme de um navio.

ROCINHA: Sitiantes passaram a ocupar as terras da antiga fazenda Quebra-Cangalha por volta de 1930. Elas foram divididas em pequenas chácaras em que cultivavam hortaliças vendidas na feira do Largo das Três Vendas (atual Praça Santos Dumont, na Gávea). Os comerciantes diziam para os fregueses que seus produtos vinham de suas “rocinhas” no Alto da Gávea e, a partir daí, o nome Rocinha se popularizou. A casa número 1 da Estrada da Gávea é considerada o primeiro imóvel da Rocinha e chegou a ter suas obras embargadas pelo Prefeito Pedro Ernesto, em 1932.

SÃO CONRADO: No início do século 20, o Comendador Conrado Jacob Niemeyer possuía grande fazenda na região e nela ergueu uma pequena igreja, em 1916, em devoção a São Conrado. Daí o nome do bairro. Niemeyer também concluiu a belíssima Avenida Niemeyer, doada à prefeitura em 1916, e melhorou a Estrada da Gávea, que ganhou esse nome em 1917 após incorporar parte da Rua Marquês de São Vicente.

URCA: O nome Urca tem origem no morro rochoso que lembra um tipo de embarcação antiga usada pelos holandeses para transporte de carga. A área como hoje conhecemos foi criada entre 1910 e 1922 por meio de aterros ao longo da orla voltada para a Enseada de Botafogo.

VIDIGAL: O major de milícias e intendente da polícia Miguel Nunes Vidigal, de grande influência no Primeiro Império, recebeu dos monges beneditinos, em 1820, extensas terras que iam das encostas da Pedra Dois Irmãos até o mar, onde construiu a Chácara do Vidigal. Em 1886, seus herdeiros venderam a propriedade ao engenheiro João Dantas.  Os primeiros barracos da comunidade local, então conhecida como Favela da Rampa da Niemeyer, surgiram na década de 40. Entre 1965 e 1985, a comunidade do Vidigal se expandiu ao longo da Estrada do Tambá.


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