O HSBC incluiu o Brasil entre os principais países onde o banco inglês avalia se desfazer de suas operações, afirmou na segunda-feira o diretor executivo Stuart Gulliver, em teleconferência. A instituição enfrenta uma investigação global sem precedentes sobre o escândalo de sonegação fiscal — o chamado “SwissLeaks”, que Gulliver admitiu ser uma “vergonha” — e anunciou ontem lucro abaixo do esperado por analistas.
Ao comentar o decepcionante balanço financeiro do quarto trimestre de 2014, Gulliver disse que a rentabilidade do banco será menor e que partes do banco de investimento e de subsidiárias nacionais não oferecem retorno suficiente e podem ter de enfrentar “soluções extremas”. Entre os alvos em potencial dessa estratégia, Gulliver citou mercados emergentes como Brasil, México, Turquia e também os Estados Unidos.
— Não há vacas sagradas — afirmou Gulliver na teleconferência. — Ainda estamos na jornada de simplificar a empresa. Não descarto novos desinvestimentos.
O HSBC opera em 74 países e tem mais de 250 mil funcionários. Nos quatro anos em que é comandado por Gulliver, o banco já cortou 50 mil postos de trabalho e se desfez de 77 negócios. No Brasil, o afirma estar em presente em 545 municípios, com 866 agências e mais de 5.200 caixas automáticos.
No quarto trimestre de 2014, o lucro antes do pagamento de juros, impostos, depreciação e amortização caiu 56%, para US$ 1,7 bilhão. Os analistas do mercado financeiro esperavam uma cifra de US$ 3,7 bilhões. O lucro anual de 2014 recuou 17%, para US$ 18,7 bilhões, também abaixo das expectativas. Com o anúncio, as ações registraram ontem a maior queda desde 2011.
Fonte: http://oglobo.globo.com