21 de julho de 2015

AquaRio - Aquário Marinho do Rio - começa a receber peixes em agosto/2015.

Ainda não está para peixe, mas falta pouco. O Aquário Marinho do Rio (AquaRio, que será o maior da América do Sul) está com mais de 90% das obras estruturais prontas, na Zona Portuária. Em meio ao movimento de betoneiras e máquinas de soldar, os tanques e o circuito a ser percorrido pelos visitantes já ganharam forma. Agora chegou a vez de acelerar outra fase da construção: a implementação de detalhes técnicos, testes e montagem de instalações.

A previsão é de que, até 31 de julho, esteja concluída a área de quarentena, onde os animais serão observados e tratados antes de serem expostos. Pelo cronograma, os primeiros peixes chegarão no mês que vem. Já a abertura do aquário ao público é esperada para março de 2016.

Esse será o único empreendimento cultural do Porto Maravilha viabilizado com recursos integralmente privados: são R$ 90 milhões. O projeto é do Instituto Museu Aquário Marinho do Rio, uma entidade criada para a implantação da nova atração. Quando aberto, o AquaRio deve receber de quatro a cinco mil visitantes por dia. A estimativa é de que os ingressos custem de R$ 40 a R$ 50.

Ao todo, serão 28 tanques com painéis de acrílico, com uma capacidade somada de 4,5 milhões de litros de água. Só o maior deles, o Recinto Oceânico, terá 3,5 milhões de litros e sete metros de profundidade. Um túnel transparente o cruzará de ponta a ponta, e os visitantes poderão viver a sensação de se estar dentro do mar.

— Cerca de 80% dos animais ficarão nesse tanque. No túnel, a coluna d’água acima dos visitantes chegará a cinco metros — diz o biólogo marinho Marcelo Szpilman, diretor-presidente do AquaRio.

O Recinto Oceânico será um dos seis tanques de paredes de concreto. Os demais serão de uma mistura de fibra e plástico pet, que conserva melhor a temperatura (onze destes já chegaram e estão prontos para ocuparem seus espaços).

— Um provérbio chinês resume bem a característica que queremos dar ao aquário: “diga-me e eu esquecerei; mostre-me e talvez eu lembre, envolve-me e entenderei”. E o aquário produzirá esse envolvimento. A mensagem será de respeito e preservação do meio ambiente — afirma Szpilman.

Nos chamados tanques de toque, os visitantes poderão interagir com alguns dos animais. No futuro, serão promovidos mergulhos com cilindro e snorkel no Recinto Oceânico, em meio a arraias e tubarões.

Haverá, no total, oito mil animais, de 350 espécies. Aproximadamente 90% deles serão peixes normalmente pescados para a alimentação humana, como a garoupa e o badejo. Mas as grandes atrações serão tubarões como o lambaru, o mangona e o galhudo. Virão ainda peixes do Oceano Pacífico.

Um sistema permitirá captar os ovos gerados pelos animais em cativeiro. Depois que os alevinos nascerem, poderão ir para os tanques ou, eventualmente, introduzidos na natureza.

A área de visitação ficará no antigo prédio da Companhia Brasileira de Armazenamento (Cibrazem), que teve sua estrutura metálica, de mais de cem anos, reaproveitada. Haverá captação de água da chuva no telhado, e os tanques terão a água continuamente filtrada e reutilizada.

Diretor da Kreimer Engenharia, empresa que realiza as obras, Roberto Kreimer conta que, ao contrário de muitos aquários do mundo, o do Rio não fabricará água salgada. Em vez disso, utilizará água do mar (recolhida por barcaças fora da Baía de Guanabara e levada até o Porto).

Para garantir a transparência e as propriedades adequadas para a vida marinha, está sendo instalado um grande aparato para tratar a água: são 74 bombas e 69 filtros.

— Além disso, duas universidades já aderiram ao projeto: o departamento de Biologia Marinha da UFRJ e o Instituto de Energia da PUC-Rio — diz Kreimer, lembrando que o espaço também abrigará um Centro de Pesquisas Científicas.

Autor: Rafael Galdo, Fonte: G1 e https://www.aquaflux.com.br.


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