Fonte: http://globoesporte.globo.com/
2015 marca a 30ª edição do GP da Hungria, no travado circuito de Hungaroring. E os organizadores da prova resolveram fazer uma homenagem a personalidades que marcaram a história da corrida. Entre eles, Bernie Ecclestone, Tamas Rohonyi, primeiro promotor do GP da Hungria e organizador do GP do Brasil; e o tricampeão Nelson Piquet, que venceu a primeira corrida no Hungaroring, em 1986. Aliás, ele fez também a maior ultrapassagem da história da categoria naquela corrida, a primeira em um país do leste europeu.
Nelson Piquet na Williams Honda, Ayrton Senna na Lotus Renault. A rivalidade entre os compatriotas ganhou um de seus mais antológicos capítulos em 1986, na Hungria. Era a primeira vez da F-1 em Hungaroring, circuito localizado nos arredores de Budapeste. A pista, travada e com retas curtas, dificultava as disputas por posições. Na época, Piquet era uma estrela consolidada. Bicampeão mundial pela Brabham (1981 e 1983), o carioca, aos 33 anos, estava em seu primeiro ano na equipe de Sir Frank Williams. Já o paulista Senna era oito anos mais jovem. Ainda sem títulos, mas com três vitórias no currículo, estava em sua terceira temporada na F-1 e era considerado um potencial campeão no futuro.
Senna e Piquet começaram a corrida nas duas primeiras posições. Nelson chegou a perder o segundo lugar para Mansell, mas superou o companheiro de Williams na oitava volta. No pit stop, a Lotus trabalhou melhor que a Williams e fez a vantagem de Senna sobre Piquet aumentar para nove segundos. A essa altura, o ritmo dos dois era tão forte que na volta 47, ambos deram uma volta em Mansell, o terceiro. Foi então que Piquet começou a imprimir um ritmo ainda mais impressionante. Tirando em média dois segundos por volta, colou de vez em Senna na volta 53. A primeira tentativa, por dentro na antiga curva 1 do Hungaroring, não deu certo. O carioca freou muito tarde e levou o troco de Senna.
A decisão veio na abertura da volta 56. Se por dentro não funcionou, Piquet apelou para o improvável. Tomou o lado de fora. Sem espaço, chegou a beliscar a grama com as rodas. Novamente freou tarde, muito tarde. O carro derrapou com as quatro rodas. Viraria facilmente um passageiro, mas apenas se fosse um piloto qualquer. Não era o caso. Desafiando as leis da física, segurou o carro no braço, como se estivesse pilotando um kart, sem chances para Senna. História escrita com borracha queimada. Dali em diante, rumou para a vitória, a 16ª de suas 23 na F-1.
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