Fonte: http://www.blogauto.com.br/
Assim que surgiram as primeiras rejeições aos carros chineses, a ‘salvação’ para elas foi anunciar uma fábrica no Brasil, medida ainda mais estimulada após a chegada do Inovar Auto. Com produção nacional, elas resolveriam parte da rejeição, mostrariam que estavam comprometidas com o consumidor e, de quebra, passariam a impressão de que seus produtos estariam sendo feitos com mais cuidado e ajustados para o paladar brasileiro.
Mas a primeira experiência nesse sentido até agora provou apenas uma dessas teorias, a de que a produção nacional melhora a qualidade do produto. Estamos falando do Celer, primeiro ‘chinês nacional’ do Brasil. De fato, o compacto melhorou quilômetros em relação à versão chinesa: está mais bem construído, silencioso, ágil, além de perder aquele cheiro de cola que caracteriza a maior parte dos veículos produzidos na China.
Só que isso ainda não foi suficiente para fazer do Celer o carro de origem chinesa mais vendido do país. Lançado há dois meses, o carro simplesmente vende pouquíssimo. E não estamos comparando a outros rivais diretos, mas a produtos chineses como o QQ, da própria Chery. Importado, o QQ vendeu mais no segundo semestre que o Celer: 862 unidades contra 848 da versão hatch do Celer.
Hoje o chinês mais vendido no Brasil é o SUV Lifan X60, que monta os carros no Uruguai. Ele emplacou quase 1.500 unidades mesmo custando bem mais que um Celer. Mas, afinal ,que lições tirar dessa situação?
O que fica mais evidente é que a rejeição aos chineses não vem dos produtos em si apenas, mas da aparente falta de compromisso com qualidade, pós-venda e mesmo do custo-benefício, hoje pouco vantajoso. Se antes o risco de levar um modelo chinês para a garagem era até viável já que você teria um carro com vários equipamentos de série, hoje essa vantagem desapareceu para não dizer que se inverteu.
O fato é que, se quiserem vingar no Brasil, as marcas chinesas precisarão se reinventar, seja trazendo modelos bem mais equipados, seja vendendo a preços significativamente mais acessíveis. Afinal, é preciso pagar para ver nesse mercado, algo que a Hyundai, por exemplo, fez com sucesso. Quem não se lembra da rejeição que seus carros tinham há uma década, mas que foi superada com produtos bons e baratos como o primeiro i30 e o sedã Azera?
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