Principal cartão-postal do Brasil e sede dos Jogos Olímpicos de 2016, o Rio de Janeiro ganhou, em abril, outro título: a da primeira cidade brasileira a ultrapassar a marca de R$ 9 mil no preço médio do metro quadrado. O índice FipeZap, feito em parceria pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE) e a Zap Imóveis mostra que a capital fluminense teve preço médio de R$ 9.052 no período, um crescimento de 1,2% em relação ao mês anterior. É no Rio, também, que se encontra o bairro com o metro quadrado mais caro do país, o Leblon, com preço médio de R$ 21,41 mil. Ipanema, com R$ 18,05 mil, e os bairros da Gávea e Lagoa, com R$ 15 mil aparecem em seguida.
O índice revela o preço médio de apartamentos prontos anunciados na Internet. "A explicação para o preço médio do metro quadrado no Leblon está relacionada com o tamanho reduzido de sua área. De qualquer forma, não é indicativo da cidade. Seria como pegar a 5ª Avenida em Nova York como termômetro para o mercado imobiliário dos Estados Unidos", compara o coordenador da pesquisa, Eduardo Zylberstajn.
A pesquisa, que abrange um total de 16 cidades, coloca Brasília como o segundo mercado mais caro para se adquirir um imóvel. Na média, era preciso desembolsar, em março, R$ 8.332 por metro quadrado. A mais populosa das metrópoles, São Paulo, é a terceira da lista, com um preço médio de metro quadrado de R$ 7.118. Em alguns bairros da capital paulistana, entretanto, os valores estão bem acima da média, caso da Vila Nova Conceição, com R$ 12.546 o m2 e do Jardim Paulistano, R$ 6.682 o m2.
"Esses bairros são pontos fora da curva. Se compararmos São Paulo com as 10 maiores cidades do mundo, veremos que o preço médio da capital paulista está abaixo de muitas localidades. Os preços de São Paulo e Lisboa, por exemplo, são semelhantes. Mas Portugal passa por uma crise imobiliária muito grande e, dentro dessa lógica, a tendência é que os preços fossem muito inferiores a São Paulo. Não são e isso é uma maneira de mostrar que os preços em São Paulo não estão fora do contexto mundial", compara o presidente do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP), Flávio Prando.
Na média nacional, o preço do metro quadrado ficou em R$ 6.682, de acordo com o índice FipeZap. Em termos de preços médios os imóveis brasileiros ainda estão atrás de muitos países, como França, Japão e Alemanha. Quando o assunto é a valorização de preços, nos últimos anos o Brasil conquista espaço entre os líderes mundiais. Um levantamento de 2012 da consultoria britânica Knight Frank mostra que o país registrou, na comparação do último quadrimestre de 2012 até o mesmo período do ano passado, uma valorização de 13,7%, abaixo apenas de Hong Kong, que teve alta de 23,6%, e dos Emirados Árabes Unidos, com crescimento de 19%, puxado, sobretudo por Dubai.
Em termos de valorização, o Brasil ficou à frente de todas as outras 52 nações da pesquisa "Global House Price Index", que abrange do Reino Unido à Indonésia. Por regiões, a América do Sul é que a verificou a maior alta no preço dos imóveis em 2012, ante o ano anterior: 15%, quase o dobro dos 7,5% do Oriente Médio e os 7,4% do continente africano. Além do Brasil, contribuíram para essa escalada os preços mais altos em casas e apartamentos da Colômbia, a décima no ranking, com valorização de 8,3%. Globalmente, os preços cresceram 4,3% no período, segundo a consultoria.
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