A história do carro que se tornou o sonho da classe média brasileira nos anos 90 começou ainda nos anos 80. Criado pela alemã Opel em 1988, o Vectra chegou à Europa com a missão de ocupar o lugar do bem sucedido Ascona (nosso Monza). Moderno em sua época, ele prezava pela excelente aerodinâmica, linhas modernas e muitas inovações mecânicas, entre elas ser o primeiro Opel a oferecer tração integral.
No Brasil, o Vectra chegaria apenas em 1993. Mas, mesmo cinco anos após seu lançamento, ele foi inovador para o segmento médio em nosso mercado. A GM do Brasil pretendia lançá-lo como o sucessor do Monza, assim como na Europa, mas as coisas por aqui eram bem diferentes. Como o Monza ainda gozava de alto prestígio e um grupo fiel de compradores, a marca se viu obrigada a posicionar o Vectra para substituir apenas a versão de topo Classic.
Além do belo visual, o espaço interno e o porta-malas de 510 litros eram destaques. Primeiro ele chegou nas versões GLS e CD, equipadas com o motor 2.0 de 116 cv (o mesmo usado no Monza e Omega), porém com sistema de injeção eletrônica mais moderno. Na versão CD havia opção pelo câmbio automático de quatro marchas.
A lista de itens era farta: ele contava com equipamentos inéditos no segmento, como porta-luvas refrigerado, computador de bordo mais completo, destravamento automático em caso de colisão e retrovisores com aquecimento, entre outros itens. Seguro, o sedã trazia barra de proteção nas portas, freios a disco nas quatro rodas em todas as versões e podia contar com freios ABS.
Mas a grande surpresa viria logo depois: o esportivo Vectra GSi. A GM surpreendeu ao trazer o modelo com configuração praticamente igual ao da versão europeia, ou seja, um ótimo motor 2.0 16V de 150 cv de potência e 20 kgfm de torque importado da Alemanha. Entre as inovações estavam um novo sistema de injeção sequencial, resfriador de óleo e pistões forjados.
Em desempenho ele fazia bonito: acelerava de 0 a 100 km/h em 8,5 segundos, alcançava velocidade máxima de 210 km/h, e fazia frente até a alguns importados. O único porém era uma certa apatia abaixo das 3.000 rpm. Acima disso ele despertava e entregava desempenho totalmente condizente com a sigla esportiva.
O visual esportivo era agradável, sem exageros. O GSi contava com rodas exclusivas aro 15″, saias laterais, spoiler traseiro e volante emprestado do Calibra – versão cupê do Vectra que seria importado logo depois. No restante, o esportivo permanecia igual às demais versões.
Mas como este Vectra era de primeira geração, e já com alguns anos nas costas na Europa, o GSi durou pouco por aqui. Uma nova geração do sedã chegaria ao mercados europeus no final de 1995, e no Brasil apenas seis meses depois, em março de 1996. Só que a versão GSi era substituída pela CD com o mesmo motor, porém em versão amansada e sem a mesma proposta de desempenho.
Graças à versão GSi, o Vectra foi o segundo carro nacional com motor 16 válvulas (o primeiro havia sido o Fiat Tempra 16V) e, devido às inovações e desempenho, deixou saudades como um dos melhores carros já produzidos pela GM do Brasil.
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