Fonte: http://grandepremio.com.br/
Como ocorreu a mais de 100 anos atrás, quando foi disputada a primeira 500 milhas de Indyanapolis e a mais de 60 anos quando a primeira baratinha de Fórmula 1 cruzou a linha de chegada, podemos estar testemunhando a criação de mais uma categoria história do automobilismo, que tem tudo para ser a categoria do futuro, e de um futuro não muito distante, quase do presente!
E o brasileiro Lucas Di Grassi, um dos preteridos pela Fórmula 1, será sempre lembrando como o primeiro a ter vencido na inovadora categoria. Nicolas Prost também o será, por ter feito a primeira pole e por ter perdido a vitória na última curva.
Quatro pilotos tiveram de trocar o câmbio e perderam posições no grid: Sébastien Buemi e Michela Cerruti e Ho-Pin Tung. Quando foi dada permissão para saída à volta de apresentação, houve problemas com os carros de Jarno Trulli e Stéphane Sarrazin.
Prost largou na frente, com Di Grassi e Daniel Abt atrás. Na disputa da sétima posição, as Andretti dividiram curva, e Franck Montagny espremeu Charles Pic no muro. O ex-piloto da Caterham na F1 ficou reclamando do companheiro; uma levantada de mão característica, e nada além.
Nick Heidfeld saltou para o quarto lugar e, lá atrás, Bruno Senna atacou a zebra na chicane e acabou tendo a suspensão dianteira esquerda da Mahindra #21 quebrada. Fim de prova para o brasileiro, que chegou a se ver num dia promissor após a liderança no TL2. O safety-car entrou na pista.
Os problemas seguiram para Trulli, que não conseguiu fazer o #10 funcionar e sequer largou. Outro problemático foi Tung, que demorou a sair dos boxes e já começou sua corrida como retardatário, duas voltas atrasado.
Na relargada, Heidfeld tentou atacar Abt pela terceira posição. Assim, Prost abria e Di Grassi tentava ir atrás. E Buemi, num dia longe do que era esperado, acabou tendo um pedaço de sua asa soltando da e.dams, obrigando-o a ir aos boxes e perder não apenas posições, mas três voltas.
Na beira da zona de pontuação, Piquet foi ultrapassado por Oriol Servià e brigou com Takuma Sato por duas voltas, mas logo se recuperou e voltou a passar o espanhol pela décima colocação.
Andando rápido, Montagny fez linda ultrapassagem por Chandhok e assumiu a quinta colocação, atrás de Heidfeld. O francês da Andretti era o mais rápido e agressivo da pista no momento, marcando 1min47s393, melhor volta da prova até então.
Sato apareceu parado na pista no giro 11, ocasionando uma bandeira amarela local. Duas voltas depois, o mundo acompanhou a primeira vez da mudança de um carro em monopostos — a bateria dos carros tem vida limitada. Prost seguiu aos boxes para a primeira versão do pit-stop da F-E, trazendo junto os primeiros colocados. O líder foi rápido, bateu o cinto, levantou, sentou no outro #8 e saiu na frente.
Mas atrás, Heidfeld foi mais rápido que Di Grassi e Abt, ganhando duas posições. Montagny, voando na pista, voltou em quarto. Com tudo já normalizado e todos de carro novo, Abt, Bird, Chandhok, Pic, Piquet e Servià completavam o top-10.
A via crucis de Buemi seguiu com uma punição, um drive-through, imposto por ter cruzado a linha do pit-lane. Pouco tempo depois, o suíço desistiu da corrida.
Com cinco voltas para o fim, Chandhok atacou Bird, passou com estilo, assumiu a sexta colocação e mostrou que seus dias de F-E devem ser muito diferentes daqueles que viveu na F1.
Na frente, Heidfeld pareceu ter decidido que era a hora de atacar o líder. Se na saída dos boxes, na volta 14, mais de 4s separavam os dois, na volta 21, eram apenas 0s6.
Pela décima colocação, Piquet brigava com Sarrazin e D'Ambrosio para se manter nos pontos, só que algo em seu carro pareceu ter problemas de funcionamento, e o piloto da China perdeu as duas posições sem chances de evitar.
Nas primeiras colocações, Di Grassi segurava o ímpeto de Montagny. Já na última volta, o piloto da Audi se afastara o suficiente para ter o terceiro posto garantido.
No entanto, se aproximando da quadriculada, Heidfeld tomou a linha de dentro para tentar passar Prost e vencer a corrida. O francês, contudo, colocou seu carro para dentro para fazer a curva, provocando um acidente horrendo entre os dois. Heidfeld levou a pior, viu seu carro seguir sem controle em direção a zebra, e praticamente levantar voo. O #23, então, bateu no muro e capotou no alto, aterrissando de cabeça para baixo.
O alemão conseguiu sair sem lesões, indo direto até Prost, seu companheiro no WEC, reclamar pela manobra.
Di Grassi viu a vitória cair em suas mãos nos últimos metros. Ele cruzou a quadriculada na frente, com Montagny em segundo e Abt na terceira posição. Só que o companheiro de Di Grassi foi punido e acabou perdendo o lugar no pódio, que ficou com Bird.
No fim das contas, além dos três primeiros, ficam na zona de pontuação Pic, Chandhok, D'Ambrosio, Servià, Piquet, Sarrazin e Abt. Os dois pontos da volta mais rápida ficam com Sato, que anotou 1min45s101.
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