Pior do que começar a sua campanha na Série B com menos seis pontos, por causa da punição imposta pela FIFA, o Cruzeiro ainda pode ver a sua situação piorar a níveis impressionantes. Além da chance de ter mais pontos subtraídos de sua participação na segunda divisão de 2020, ainda há a possibilidade de rebaixamento direto para a Série C.
Segundo matéria publicada pelo site Super FC, do jornal O Tempo, a dívida do clube mineiro na FIFA supera os R$ 100 milhões. Entenda, abaixo, o quanto este drama financeiro pode levar um dos maiores clubes do Brasil diretamente para a terceira divisão e os motivos.
A dívida envolvendo a contratação por empréstimo do volante Denílson, que já motivou a punição de menos seis pontos em sua campanha na Série B de 2020, pode ter desdobramentos mais graves para a Raposa.
Caso não pague os 850 mil euros (cerca de R$5,3 milhões na cotação atual) que deve ao Al Wahda, dos Emirados Árabes, um novo processo será aberto na FIFA e se o Cruzeiro não quitar o débito em seis meses poderá ser rebaixado para a terceira divisão.
Em contato com o Super FC, o presidente do conselho gestor cruzeirense, Saulo Fróes, disse que o clube não tem recursos para pagar a dívida com o Al Wahda. Ou seja: as chances de queda para a terceira divisão são bem reais.
E se o torcedor celeste foi pego de surpresa com mais uma notícia ruim, meses depois do rebaixamento inédito do clube para a Série B do Brasileirão, dirigentes do Cruzeiro já sabiam que uma punição de tamanha magnitude poderia acontecer.
“Estamos negociando com os bancos, quase todos conseguimos, mas o maior problema hoje é a dívida da Fifa”, disse, em janeiro de 2020, Saulo Fróes, em entrevista para a Rádio Itatiaia.
“Estamos focando para resolver. (Se não pagar) vai para Terceira Divisão e ainda perde seis pontos. Isso pode acontecer", completou.
Na época, a dívida total do Cruzeiro na FIFA chegava a R$60 milhões. Entretanto, a desvalorização do Real fez com que os valores quase dobrassem em poucos meses.
Quitar a dívida com o Al Wahda é a prioridade para evitar a queda para a Série C, mas depois o Cruzeiro tem outros desafios orçamentários para cumprir se quiser evitar novas sanções.
A equipe mineira precisa pagar 1,46 milhões de euros (R$9 milhões) pela contratação de Willian Bigode (hoje no Palmeiras) junto ao Zorya, da Ucrânia. O prazo final para o pagamento é 29 de maio de 2020 e, se não pagar, o clube perde mais seis pontos na Série B (totalizando -12 na soma).
O Cruzeiro também pode ficar impossibilitado de registrar atletas se não quitar a dívida de 1,8 milhão de dólares (R$10,2 milhões) junto ao Independiente del Valle, do Equador, pela compra de Caicedo.
Para o segundo semestre de 2020, ainda há as seguintes dívidas:
1,15 milhão de euros (R$7,19 milhões) ao Defensor-URU pela contratação de Arrascaeta
1,15 milhão de dólares (R$6,54 milhões) ao Morelia-MEX pela contratação de Riascos
3 milhões de dólares (R$17 mi) ao Tigres-MEX pela contratação de Rafael Sóbis
R$ 1,1 milhão para o técnico português Paulo Bento e sua comissão técnica por valores não recebidos do Cruzeiro
Outras dívidas futuras:
750 mil euros (R$ 4,6 milhões) ao Spartak de Moscou pelo empréstimo de Pedro Rocha
7 milhões de dólares (R$ 39,83 milhões) ao Pyramids pela contratação de Rodriguinho
300 mil euros (R$ 1,8 milhão) à Sampdoria pelo empréstimo de Dodô
No total, o clube mineiro precisa quitar um débito de R$ 102,26 milhões junto à máxima entidade do futebol, um valor maior do que o orçamento de R$ 80 milhões planejados para tocar o futebol em 2020, sendo que R$56,03 milhões devem ser pagos neste ano para evitar outras punições. Atualmente, o Cruzeiro já deve dois meses de salários para os atuais profissionais do futebol.
Fonte: https://www.goal.com/
Foto meramente ilustrativa - reprodução de internet
Nenhum comentário:
Postar um comentário