Um atraso não explicado na produção adiou a estreia das novas cédulas de R$ 10 e R$ 20 para o ano que vem. Previsto para ser lançado em 2011, o dinheiro novo ainda está em fase de testes de impressão na Casa da Moeda e só chegará às ruas em 2012, ainda sem mês definido. O Banco Central (BC) nega que os problemas de falsificação das novas notas de R$ 50 e R$ 100 tenham determinado o adiamento.
Desde o lançamento das primeiras novas cédulas no fim do ano passado, a área técnica do BC passou a trabalhar em conjunto com a Casa da Moeda para ampliar a nova família do real para as notas de R$ 10 e R$ 20. Inicialmente, o cronograma previa lançamento em algum momento de 2011, provavelmente no fim do ano.
Mas o trabalho tem demorado mais do que o previsto. Com a lembrança de que “dinheiro não tem recall”, discretamente o Banco Central decidiu adiar a estreia das novas cédulas com o mico-leão dourado e a arara para algum momento de 2012.
Por consequência, a decisão também atrasa a repaginação da tartaruga e da garça, impressas nas notas de R$ 2 e R$ 5.
Inicialmente previsto para 2012, o lançamento das notas de menor valor também foi postergado em um ano e ficará apenas para 2013. Mesmo com a mudança das datas, segue a expectativa de que 100% do dinheiro em circulação seja da nova família na Copa do Mundo programada para junho de 2014.
Atualmente, a Casa da Moeda trabalha em provas de impressão das cédulas de R$ 10 e R$ 20. Na fábrica na zona oeste do Rio de Janeiro, estão sendo avaliados a qualidade de impressão - como cores e nitidez - e o funcionamento dos elementos de segurança, como a formação das imagens na contra luz e a impressão fluorescente que aparece em luz ultravioleta. O recente incêndio no local não afetou a produção de cédulas, e sim a área responsável por moedas e medalhas.
Procurado, o BC explica que “não há um motivo específico” para o atraso e afirma que o adiamento foi decidido porque as cédulas só sairão da Casa da Moeda dentro dos padrões necessários para garantir a segurança do novo dinheiro.
Falsificações. O Banco Central não reconhece, mas as novas cédulas têm dado mais dor de cabeça que o imaginado. Dados do próprio BC mostram que, em 2011, foram recolhidas 219 notas falsas a cada milhão de cédulas novas de R$ 100 em circulação. O número revela que é mais arriscado ter uma garoupa das novas no bolso que das antigas, já que a taxa de falsificação da nota velha é de 205 a cada milhão. Quando o dinheiro novo foi apresentado, o plano era aproximar a taxa de falsificação do País para um padrão europeu, onde há pouco mais de 50 copiadas para cada milhão em circulação.
O tema preocupa tanto que o Banco Central recentemente colocou na rua nova campanha publicitária para explicar como identificar as cédulas boas das ruins. Além de comerciais na televisão, o esforço chegou aos anúncios em jornais e revistas e até na forma de um jogo no Facebook.
Em agosto, o Estado apontou o problema da falsificação das cédulas novas de R$ 50 e R$ 100 que, proporcionalmente, eram mais copiadas do que as antigas. Na ocasião, o responsável pelo dinheiro em circulação no Brasil, o chefe do departamento do meio circulante do BC, João Sidney de Figueiredo, disse que os números não surpreendiam porque geralmente as falsificações aumentam quando as cédulas começam a circular.
“Sem saber como é a verdadeira, algumas pessoas acabam recebendo a falsa. Normalmente, após um ano, os casos caem bastante porque muitas pessoas já conhecem o dinheiro”, disse na ocasião, ao comentar a expectativa de queda das falsificações das cédulas que fizeram o primeiro aniversário há no último dia 13 de dezembro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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