Fonte: http://grandepremio.ig.com.br
A Red Bull apresentou ao mundo, nesta segunda-feira (6), o RB8, modelo com o qual Sebastian Vettel e Mark Webber vão disputar o Mundial de F1 em 2012. A escuderia bicampeã mundial de Pilotos e Construtores seguiu a tendência apresentada por outras equipes do grid e fez uso do degrau no bico para se adequar ao novo regulamento da categoria. Entretanto, o degrau adotado por Adrian Newey tem desenho diferente e mais inclinado em relação aos carros das rivais.
Pelo menos aparentemente, o RB8 se parece muito com o modelo antecessor, o RB7, carro que ganhou praticamente tudo em 2011 e fez de Vettel o mais jovem bicampeão da história da F1. A diferença mais relevante em relação ao carro do ano passado fica mesmo com a dianteira. Dentre as equipes que apresentaram seus bólidos para a nova temporada, apenas a McLaren adotou o bico sem degrau.
Empolgado com o novo carro, Vettel espera repetir a grande performance obtida em 2011, quando venceu 11 corridas e foi pole em 15 oportunidades, quebrando o recorde histórico de Nigel Mansell de maior número de vezes largando na ponta em uma mesma temporada.
Questionado sobre a meta para 2012, o jovem alemão foi claro: ”Esperamos fazer o mesmo novamente. Tivemos um grande ano e acho que nós sempre vamos olhar para 2011 e pensar no quão especial esse ano foi”, comentou o bicampeão, sem deixar de lado a cautela.
“Mas, para ser sincero, você não começa uma temporada esperando ter uma temporada semelhante novamente. Nós sabemos o quanto especial e o quanto nós curtimos [2011], mas sabemos que agora será difícil ser consistente para estar em quase todas as corridas no pódio”, acrescentou o aspirante ao tricampeonato da F1 em 2012.
“A meta é, obviamente, tentar fazer isso novamente e tentar tirar o máximo de nós mesmos. Então vamos ver como iremos com o carro novo, o RB8”, concluiu Vettel.
Tido como um dos pilares do sucesso da Red Bull, Adrian Newey, comandante do projeto do RB8, falou da evolução da equipe desde a temporada de 2009, quando a escuderia taurina deu um salto de qualidade e dominou a segunda metade daquele ano. O projetista, responsável também por modelos campeões na Williams e na McLaren, entende que a Red Bull pode começar 2012 em desvantagem em relação aos rivais, principalmente por não mais contar com o sistema de difusor aquecido, que deu à esquadra austríaca a primazia perante as rivais.
“Os últimos anos tem sido muito bons, muito bem-sucedidos. Tem sido uma jornada incrível para chegar lá. Esta é a quarta evolução do RB5, então, obviamente, a pressão está em tentar permanecer, se for possível para nós”, disse Adrian, sem saber o que esperar para uma nova temporada da F1.
“É difícil, perdemos a tecnologia dos escapamentos e, com a restrição desses escapamentos que conseguimos desenvolver e que talvez nos colocou à frente por alguns anos, tivemos de repensar isso durante o inverno. Se isso vai nos afetar mais do que os outros, é difícil saber. Projetamos o RB7, carro do ano passado, em torno do escapamento e provavelmente fomos os únicos a fazê-lo, então pode ser que temos perdido mais que os outros. Mas só o tempo vai dizer; será bom fazermos alguns testes e ver onde nós estamos”, declarou.
O projetista não escondeu a decepção com a restrição do uso dos gases do escapamento, que foi uma das polêmicas na temporada e foi motivo de reclamações de equipes rivais que não conseguiram copiar com a mesma eficiência o sistema adotado pela Red Bull.
“Mudanças na regra, como a perda do [sistema de] escapamento são um pouco frustrantes na verdade, porque são restrições, não estão abrindo novas oportunidades, apenas fecham as portas. Eu gosto de mudanças nas regras, agora, restrições no regulamento, isso eu lamento muito”, salientou.
Newey também falou sobre a nova dianteira adotada pela Red Bull para 2012, tendência depois que a categoria impôs altura máxima de 55 cm para o bico dos carros de F1 para esta temporada.
“A restrição de altura do bico, apenas na frente, não mudou muito a forma do chassi. Mantivemos mais ou menos a mesma forma do chassi, mas tivemos de abandonar o bico longo, assim como muitas outras equipes, e isso nos levou a colocarmos um bico que parece um pouco feio. Tentamos fazer com o melhor estilo possível, mas não optaria por usar esse recurso se não fosse pelo regulamento”, finalizou o engenheiro da Red Bull.
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