10 de junho de 2014

Chevrolet Tracker é um bom SUV mas é muito caro!


Fonte: http://www.novidadesautomotivas.blog.br/

Tracker era o nome do antigo Suzuki Grand Vitara vendido no Brasil como Chevrolet quando havia acordo entre as fabricantes. Aquele era um legítimo carro para off-road, com chassi sob monobloco, tração 4x4 e opção de motor diesel. O novo tem proposta totalmente diferente, essencialmente urbana. Não à toa, é oferecido apenas com tração dianteira e motor à gasolina.

As caixas de roda bem definidas conferem ao Tracker aspecto musculoso, mas é agradável. A grande frente, com para-choque bem próximo do solo, como em hatch compacto, e a grade dividida pronunciada conferem certa personalidade ao modelo, mas não tanto quanto os faróis com duplo projetor e setas na parte de cima, diferentes dos outros carros da marca. As rodas de 18 polegadas e a ausência de estepe na tampa do porta-malas só reforçam a teoria de que o habitat do Tracker é a selva de pedra. 

O Tracker é maior do que Renault Duster e Ford EcoSport, mas não deixa de ser compacto: São 4.24 m de comprimento, 1.77 m de largura e 1.64 m de altura, com entre eixos de 2,55 m. Ele é baseado na plataforma GSV, como Onix, Spin e Cobalt, mas seu parente mais próximo é o Sonic, que também sai da fábrica de San Luís Potosí, no México. 


É no interior que se nota o lado compacto do Tracker, não que ele seja pequeno, mas o espaço é apenas correto. Não falta espaço para as pernas de quem vai atrás, sentado em posição um pouco mais elevada, diga-se, mas o quinto passageiro pode passar certo aperto nos ombros e algum desconforto pela presença de um apoio de braços retrátil bem nas suas costas.
Os 306 litros de capacidade do porta-malas não são ponto forte, mas o problema está no fato de ser raso. Se faltar espaço os bancos traseiros podem ser totalmente rebatidos de forma fácil, deixando o assoalho plano. Vale lembrar que o Tracker tem dois porta-luvas, gaveta sob o banco dianteiro e mais um punhado de porta-objetos espalhados pelo interior, num total 25.

O painel do Chevrolet Tracker é bonito, com formas que deixam o ambiente do motorista independente do passageiro, conceito que a fabricante chama de dual cockpit, e que também abrange as portas. O quadro de instrumentos é digital, apenas com o conta-giros analógico. No console central quem chama atenção é o sistema de infoentretenimento MyLink, mas se considerarmos que esta unidade é a configuração mais cara, faz falta um ar-condicionado automático digital imediatamente abaixo dele.  Um mérito é o acabamento, que aparenta boa qualidade, com montagem benfeita das partes e sem aspecto de fragilidade. Nesta configuração os bancos são revestidos em couro bicolor.


O motorista não pode se queixar da posição de dirigir, pois o volante tem regulagem em altura e profundidade, assim como o banco do motorista que ainda conta com regulagem elétrica da lombar. Todos os comandos ficam à mão, botões do som e do computador de bordo no volante, dos vidros e espelhos laterais na lateral das portas, e da iluminação em baixo da saída de ar esquerda.
O Chevrolet Tracker é equipado com o mesmo motor do Cruze, o 1.8 16 válvulas Ecotec que gera 144 cv quando abastecido com etanol e 140 cv com gasolina, ambas a 6.300 rpm. O torque máximo, com etanol, é de 18,9 kgfm já aparece com 3.800 rpm. Com gasolina, o torque máximo é de 17,8 kgfm, na mesma rotação. 90% do torque já estão disponíveis com 2.200 rpm. Acima dos 3000 rpm  o ruído do motor se torna mais presente na cabine, sinalizando que o cancelamento de ruído poderia ser um pouco melhor.
A transmissão é a automática de seis marchas GF6, mas de segunda geração, que faz trocas mais rápidas e sem trancos, e reduções oportunas, além de engrenar a marcha mais alta possível quando a velocidade é mantida. E aí entra um fato: quando você precisar de força, dependerá da redução de marcha, e o kickdown que demora além do ideal para acontecer, algo que também se nota nas trocas sequenciais.

Este conjunto é valente, considerando os 1.390 kg do Tracker. O peso compromete as respostas do motor em arrancadas e retomadas, o que não quer dizer que ele seja lento. Apenas poderia ser mais rápido. Pena que as trocas devem ser feitas pelo polegar nos botões na lateral da alavanca de câmbio, e não por borboletas atrás do volante. 

Um ponto forte é o acerto de suspensão. Apesar da falta dos controles de tração e estabilidade o Chevrolet Tracker surpreende pelo bom comportamento em curvas, muito próximo de um automóvel. A carroceria rola muito pouco, sem transmitir insegurança aos passageiros. A suspensão cumpre bem a tarefa de absorver as irregularidades do asfalto, nem parece que os pneus são tão finos. Quem não se sai tão bem nisso é a direção com assistência hidráulica que, apesar de direta é um tanto inconsistente em relação a seu peso, passando ao motorista as irregularidades do piso. Além disso, o raio de giro poderia ser menor para facilitar as manobras.

O Chevrolet Tracker chega ao Brasil na série especial Freeride, com câmbio manual e sem MyLink e na versão topo de linha LTZ, que  já conta com ar-condicionado, bolsas infláveis frontais, freios antitravamento (ABS), rodas de 18 polegadas, bancos revestidos de couro, controle de velocidade e de cruzeiro, faróis de neblina, sistema Isofix para fixação de cadeiras infantis, central multimídia MyLink com navegador, computador de bordo, controle automático de velocidade, câmera e sensores traseiros para manobras e computador de bordo. A versão LTZ2 soma airbags laterais, bancos em couro bicolor e teto solar elétrico.

A questão é o preço, pois devido ao reestabelecimento do IPI para automóveis, a versão de entrada que no lançamento, no início de outubro, custava R$ 71.990 e hoje parte dos R$ 79.990. O LTZ2 partia de R$ 75.490 e hoje começa em R$ 83.990, ou R$ 85.215 com pintura metálica

Esta variação de preço simplesmente afastou o Tracker do Ford EcoSport, seu maior concorrente, pois a versão mais cara, Titanium Plus, custa R$ 82.300, e o aproximou da porta de entrada dos SUV médios, como Mitsubishi ASX e Hyundai iX35, e neste patamar sua competitividade é reduzida, os concorrentes são melhores.


Ficha Técnica

Motor: dianteiro, transversal, 4 cilindros em linha, 16V, comando duplo, válvulas de admissão variável 
Cilindrada: 1 800 cm³ 
Potência: Potência:140 cv com etanol 
Torque: 18,9 kgfm 
Câmbio: automático, 6 marchas, tração dianteira 
Carroceria: SUV 
Dimensões: largura, 178 cm; comprimento, 425 cm; altura, 166 cm; entre-eixos, 256 cm 
Porta-malas/caçamba: {porta-malas} 
Suspensão dianteira: McPherson 
Suspensão traseira: eixo de torção 
Freios: {freios} 
Direção: hidráulica



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