Fonte: http://grandepremio.uol.com.br/
Na segunda-feira, a Suprema Corte de Victoria, na Austrália soube que Van der Garde havia assinado um contrato de dois anos que lhe punha como reserva no primeiro e principal em 2015. A defesa da Sauber veio na sequência e jamais questionou o acordo em si – o que dava a entender, de cara, de que seu jurídico não havia encontrado nada que pudesse melá-lo. A alegação acabou sendo até patética: de que Van der Garde não conhecia o C34, o carro deste ano, e que sua vida estaria em risco se corresse neste fim de semana. Na continuação da audiência nesta quarta, o juiz só não riu durante o anúncio da sentença por ética e deu ganho de causa ao piloto. A Sauber, na sequência, disse que ia pensar no que fazer; depois, decidiu, puxa vida, apelar.
Na manhã desta quarta-feira (11) no horário local, o Tribunal procedente e deu ganho de causa ao caso de Giedo van der Garde, que pleiteia um lugar na equipe em virtude do contrato assinado no ano passado, quando era piloto reserva da equipe e tinha um acordo que o dava uma vaga de titular nesta temporada.
Isso significa que a Sauber vai ter de dar ao holandês uma das vagas que hoje pertencem a Felipe Nasr e Marcus Ericsson, que têm contratos válidos para este ano. Segundo o juiz do caso, Clyde Croft, Van der Garde "permanece pronto e capaz de retomar suas obrigações" de piloto. A decisão não é válida somente para o GP da Austrália, mas para todo o campeonato.
Ainda, o juiz informou que advogados enviaram um e-mail à Sauber comunicando a decisão e indicando que "o contrato de Van der Garde deve ser honrado". A equipe não respondeu à correspondência eletrônica.
Van der Garde comemorou o resultado com seus advogados e amigos. "Estou muito feliz por ter vencido o caso", disse. E deu de ombros para a situação que deixa na Sauber. "Sobre os outros dois pilotos, é coisa entre eles e a equipe. Não é problema meu", declarou.
O holandês se disse "em forma e muito forte" para sentar no C34. "Estou ansioso para voltar à equipe e vamos trabalhar muito para dar nosso melhor neste fim de semana. Estou em forma como nunca, treinei muito nos últimos três meses, e estou ansioso para voltar à equipe", repetiu. "Tenho uma boa relação com a equipe, uma relação muito boa", ressaltou.
A Sauber foi notificada da decisão judicial e, em nota, lamentou a decisão da Justiça australiana em favor de um "piloto despreparado". No entanto, a equipe não disse se vai apelar.
Agora, resta ver o que farão os dois pilotos. Os dois desembolsaram a mesma quantia, cerca de R$ 60 milhões, para ocupar os carros hoje azuis e amarelos da equipe. Havia a conversa até então de que os advogados dos dois pilotos entrariam com uma ação em caso de derrota nesta audiência.
Na última segunda-feira (9), o processo judicial movido por Van der Garde teve início. O holandês compareceu à Suprema Corte do estado de Vitória, onde fica a cidade de Melbourne, acompanhado de seus advogados. A Sauber também foi respaldada por seus representantes e levou Nasr e Ericsson ao tribunal.
“No começo de novembro de 2014, Van der Garde foi informado pela diretora-executiva da Sauber, Monisha Kaltenborn, que as duas vagas da Sauber haviam sido entregues para outros pilotos e que, consequentemente, Van der Garde não teria lugar como piloto no time em 2015. O réu recebeu ordens para não tomar nenhuma atitude com o efeito de impedir Van der Garde de seu direito de correr em 2015 como um dos dois pilotos titulares da Sauber”, diziam os documentos dos advogados do piloto à justiça da Austrália.
A Sauber se defendeu dizendo que Van der Garde não tinha a licença para correr nesta temporada tampouco um contrato com a FIA, dizendo que a alegação do holandês é "fútil", e que não haveria tempo disponível para fazer um banco para que o piloto corra o GP da Austrália. Na audiência, a escuderia chegou a apelar até para um 'inaceitável risco de morte'. "Van der Garde não tem experiência em guiar o C34 e não teria tempo suficiente para aprender", declarou Rodney Garrett, advogado da Sauber.
Van der Garde foi titular da Caterham em 2013 antes de assinar para ser reserva na Sauber no ano passado. Em 2015, o posto de reserva pertence ao italiano Raffaele Marciello, protegido da Ferrari.
Sabe-se que a Sauber tem até às 16h desta quinta-feira (2h em Brasília) para entregar a FIA o documento que indica quem serão seus pilotos neste fim de semana. Estima-se que a apelação dure até 23h30 (no horário brasileiro) para que a Corte, assim, chegue a um veredito. O time suíço trata a situação como delicadíssima – a ponto de começar a caçar bruxas internamente e já demitir pessoas ligadas a Van der Garde –, e vai fazer o impossível para que o holandês não entre no carro, até porque criaria um problema ou com Nasr ou com Ericsson.
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