Fonte: http://quatrorodas.abril.com.br/materia/ford-belina-ii-700192
Única perua da Ford na década de 70, a linha Belina recebeu um banho de
atualidade em 1978, quando passou a ser denominada Belina II: ela
incorporava as principais alterações da linha Corcel, com linhas retas e
angulosas capazes de disfarçar um projeto prestes a completar dez anos.
A bem da verdade, a Belina II mantinha a robustez e economia de sua
antecessora, em um pacote mais funcional e atraente.
Sua grande área envidraçada permitia ótima visibilidade e o porta-malas
(até o teto) chegava a 768 litros, só 6 litros menor que o da rival
Chevrolet Caravan. Reforços estruturais deixavam o monobloco mais seguro
e a lista de itens de segurança incluía pneus radiais, para-brisa
laminado e coluna de direção retrátil. Um dos segredos do baixo consumo
estava na aerodinâmica: suas linhas foram desenvolvidas em túnel de
vento, diminuindo o coeficiente de arrasto.
Ela continuou sendo explorada nos anos seguintes, com defletores que
diminuiam a turbulência sobre diversos componentes mecânicos. Uma
ventoinha com embreagem eletromagnética automática, oferecida como
opcional, ajudava a poupar preciosos 4 cv. As versões eram a L, mais
simples, e a LDO, luxuosa, mas o acabamento era esmerado em ambas, com
materiais de qualidade e arremates bem feitos. Também comum era a
aeração interna de grande vazão, que renovava o ar ambiente de forma
constante, evitando a sonolência do motorista.
A suspensão entregava a idade do projeto, com braços sobrepostos na
dianteira e eixo rígido na traseira. O rodar era macio, tipicamente
americano, e o comportamento no limite da aderência era subesterçante,
de fácil correção. Mesmo sem assistência, a direção da perua era leve e
precisa e as frenagens de emergência não provocavam desvios de
trajetória. Idealizada para ser econômica, espaçosa e confortável, era
difícil encontrar alguma esportividade na Belina II. O excelente
isolamento acústico suprimia o som do pequeno motor 1.4, capaz de
percorrer mais de 12 km com apenas 1 litro de gasolina.
O desempenho não impressionava: máxima de 133,8 km/h e 21,5 segundos
para atingir 100 km/h. No ano seguinte, surgiu o 1.6, com carburador de
corpo duplo e ignição eletrônica. O aumento no consumo era desprezível,
mas ganhava-se 10 km/h na velocidade final e o 0 a 100 km/h levava 18
segundos. Depois veio o câmbio de cinco marchas, que a colocava num
patamar superior ao da VW Variant II e mais atraente que as Caravan mais
simples. O tanque de 63 litros garantia autonomia de 750 km,
indispensável numa época de postos fechados.
A Belina II perdeu o reinado só em 1982, quando nasceu a Parati, menor,
mais ágil e potente. Nem a versão a álcool foi capaz de resistir ao
apelo jovem da perua da VW. A Belina ainda recebeu discretas melhorias
em 1984, nas versões L e GL. O motor passou a ser o CHT do Escort, com
câmaras de combustão de alta turbulência para melhor desempenho e
consumo, que chegava aos 13 km/l.
Motor | longitudinal, 4 cilindros em linha, 1 555 cm3, carburador de corpo duplo |
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Diâmetro x curso | 76,9 x 83,5 mm |
Taxa de compressão | 12.1:1 |
Potência | 73 cv (ABNT) a 5 200 rpm |
Torque | 11,9 mkgf a 3 600 rpm |
Câmbio | manual de 5 marchas, tração dianteira |
Dimensões | comprimento, 452 cm; largura, 166 cm; altura, 135 cm; entre-eixos, 243,8 cm |
Peso | 1046 kg |
Suspensão dianteira | independente, braços triangulares inferiores e superiores simples, molas helicoidais. |
Suspensão traseira | eixo rígido, barra estabilizadora, molas helicoidais |
Freios | disco nas rodas dianteiras e tambor nas traseiras, com servofreio |
Pneus | 185/70 SR 13 radiais |
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