Fonte: http://carros.uol.com.br/
icou mesmo para a Chery a honra de inaugurar a primeira fábrica nacional de uma montadora chinesa. No próximo dia 28, a empresa começa a operar oficialmente sua unidade fabril em Jacareí, interior de São Paulo. Ela foi anunciada em setembro de 2010 e prometida para o ano passado. A capacidade confirmada é de 150 mil unidades/ano. (Uma fábrica de motores foi anunciada depois e também confirmada para Jacareí.)
O curioso é que a discreta trajetória da Chery no Brasil teve vários tropeços desde agosto de 2009, quando lançou por aqui o SUV Tiggo. O subcompacto QQ, por exemplo, começou a ser importado numa fase de seu desenvolvimento em que dava vergonha alheia (o atual, que será fabricado no Brasil, evoluiu consideravelmente); nestes cinco anos, dois modelos foram lançados via importação e depois simplesmente abandonados (Cielo e S18, em janeiro deste ano);
Suas vendas, também afetadas pelos impostos, são menores que as da JAC este ano: 5.060 unidades até o final de julho. Mesmo assim, é a Chery que hoje desponta como dando o "grande salto adiante" da China no Brasil.
O aumento de 30 pontos percentuais no IPI (imposto sobre industrializados) de carros importados em setembro de 2011, que preparou o lançamento do novo regime automotivo (Inovar-Auto) para um ano depois, foi um golpe duríssimo nos planos das duas chinesas, e também na operação nacional da sul-coreana Kia.
Hoje, não resta dúvida de que chinesas e coreanas eram os "alvos preferenciais" de uma medida que, inicialmente, beneficiou apenas as filiadas à Anfavea. JAC e Chery estavam no mesmo barco durante esse dilúvio; a segunda chegou a entrar na Justiça e obteve o adiamento do tarifaço por 90 dias, talvez agindo como proxy da Abeifa (associação das importadoras).
A matriz da Chery assumiu em definitivo a operação brasileira, enviando seus executivos e incorporando a rede de distribuidores que era gerida pela importadora Venko (eram 105 pontos, agora são 67, com meta de chegar a 100 até o final do ano). O investimento na fábrica de Jacareí nunca mudou desde seu anúncio, quatro anos atrás: US$ 400 milhões.
Tanto JAC quanto Chery têm como meta deter, cada uma, 3% dos emplacamentos de automóveis e utilitários leves no Brasil por volta de 2018. Hoje, a JAC tem 0,29%, e a Chery, 0,25%.
Somadas, as capacidades produtivas de suas futuras fábricas chegam a 250 mil automóveis e utilitários leves por ano. Se ambas estivessem funcionando desde o começo de 2014, e se o mercado emplacar cerca de 3,3 milhões de unidades (projeção da Fenabrave, a associação das distribuidoras) até 31 de dezembro, JAC e Chery já poderiam disputar nada menos que 7,6% do mercado nacional.
Ou seja, há fôlego e até uma gordura de 1,6 ponto percentual para queimar até 2018. Mas tropeçar no próprio pé, não dá mais.
Linha de montagem da Chery em Jacareí (SP): fábrica custou US$ 400 milhões
A fábrica de Jacareí estreia com o novo Celer, (fotos acima) hatch e sedã, e depois fará o subcompacto QQ com motor tricilíndrico e o SUV Tiggo; o sedã médio Arrizo virá em 2015 como importado.
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