No distante 26 de agosto de 1883 aconteceu aquela que terá sido a 2.ª erupção vulcânica mais fatal da História e a 6.ª maior erupção do mundo.
Simon Winchester descreveu o evento no seu livro cujo título diz tudo: Krakatoa: The Day the World Exploded (Krakatoa: O dia em que o mundo explodiu). A erupção mudou toda a geografia local, baixou a temperatura global mais de um grau e deixou a Terra meio às escuras (com mudanças no nascer e pôr do Sol) durante 18 meses, mudando o planeta. As consequências ainda hoje são estudadas pelos cientistas.
A ilha inicial, que possuía 882 metros de altitude, desapareceu, partindo-se em três pequenas ilhas. Uma delas, a maior, tem o nome do seu pai e é lá que reside o perigo. Na cratera do vulcão inicial formou-se primeiro um lago, onde vivem várias espécies únicas de plantas e pássaros. Mas, depois disso, uma nova formação rochosa está a crescer: a Anak Krakatau (Anak Krakatoa, filho de Krakatoa), que já possui mais de 324 metros de altura e que a cada ano aumenta cinco metros de altura.
Os cientistas afirmam que a nova formação pode ser muito mais poderosa que o antigo Krakatoa. Com a antiga explosão, os três picos iniciais do primeiro vulcão foram transformados num só. A caldeira chega assim aos 50 km subterrâneos, o que é um gigantesco depósito de lava, talvez um dos maiores do mundo. Tratando-se de um vulcão extremamente ativo, e estando quase sempre em nível de alerta nível 2, é impossível saber quando pode entrar em erupção crítica. Mas se acontecer, não ficará muita gente para contar.
Se o Anak Krakatoa atingir a altura do ‘pai’ e se uma nova grande erupção da dimensão da de 1883 acontecer, parte da população mundial e grande parte de toda a fauna e flora poderiam morrer.
A caldeira de magma do Krakatoa pai era monstruosa, com 16 km de diâmetro. Mas pensava-se que o vulcão do monte Perboewatan e dos seus três picos estivesse extinto. Quando explodiu, naquele 26 de agosto, não parou de cuspir lava e pedras durante um dia fazendo mais de 36 mil mortos, segundo o Programa Global de Vulcanismo do Instituto Smithsonian, e outras pequenas explosões foram sentidas durante quase todo o ano.
A explosão atirou pedras a 27 km de altitude e o som da grande última explosão terá sido ouvida a cinco mil quilômetros, na ilha de Rodrigues. Os habitantes chegaram a pensar que estariam perante uma batalha naval. Houve outros relatos de pessoas que ouviram os fortes estrondos num raio de 15 km de distância, chegando até à Austrália, Filipinas e Índia, e relatos de pessoas que ficaram com problemas de audição.
A maioria das vítimas morreu também na sequência do tsunami que se formou, e não pela erupção que destruiu dois terços da ilha. As ondas, que chegaram à 40m de altura, atravessaram todo o oceano Índico e o Pacífico chegando à costa oeste dos EUA e à América do Sul. Além da destruição, chegaram à costa blocos de corais gigantes, com 600 toneladas.
As ondas do tsunami foram sentidas até em Liverpool, Inglaterra, e em alguns territórios de África e no Canadá. Um navio que se encontrava na área, o Berouw, foi arrastado terra adentro, tendo toda a tripulação morrido. Os corpos apareceram em Zanzibar.
Os efeitos atmosféricos da catástrofe, devido aos gases e partículas que foram lançados na atmosfera, causaram várias transformações na Terra, segundo os cientistas. A súbita queda de temperatura, estima-se hoje que em cerca de 1,2 graus, levaram a transformações no nascer e no pôr do Sol, levando ano e meio até que tudo voltasse ao normal. Todas as formas de vida animal e vegetal da ilha foram destruídas. E muito pode ter mudado na Terra, tanto que ainda hoje, continua a ser motivo de estudo.
Fonte: https://observador.pt
Fotos: Reprodução de internet.
1ª: Gravura publicada em Jornal Inglês em 1893
2ª: Ilustração de como era a ilha e como a mesma ficou
3ª: Foto da cratera do vulcão tirada em 1990
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