A reunião marcou também o primeiro encontro da nova comissão de segurança da CBA, composta por dirigentes e pilotos de diversas categorias. Uma das tarefas da equipe é definir com exatidão a proposta que será levada a licitação ainda em 2012 (e que ainda não tem custo definido) para a reforma do trecho que vitimou o piloto Gustavo Sondermann há pouco mais de um ano numa prova da divisão de acesso da Stock Car. Sérgio Sondermann, pai do piloto, é um dos membros do grupo de trabalho, que também conta com os pilotos Nonô Figueiredo e Max Wilson, da Stock, e Felipe Giaffone, da Fórmula Truck.
- É uma recomendação da FIA que, para haver uma área de escape que atenda seu propósito, é preciso ter pelo menos 50 metros entre a pista e a área de deslocamento, e lá não dispomos deste espaço. O máximo que nós conseguimos chegar é a 15 metros (por causa do muro externo). Então, fazer por fazer e não atender o propósito é algo que não me parece correto. Vários pilotos e a própria CBA já entendem que a chicane é a solução mais adequada - afirma Everaldo Junior, diretor de eventos da SPTuris.
As opções discutidas pela comissão junto à CBA e à Prefeitura se baseiam na utilização do espaço externo da curva, onde será feita uma variante de velocidade e uma pequena área de escape. São duas as alternativas mais prováveis: uma curva de baixa, com um contorno mais arredondado (na imagem, o tracejado amarelo), ou uma sequência em reta que emende com a subida da reta principal em um ângulo mais fechado (tracejado vermelho). O traçado usado pela Fórmula 1 segue inalterado, enquanto que o novo trecho será obrigatoriamente adotado por todos os campeonatos nacionais e regionais, de acordo com determinação do presidente da entidade, Cleyton Pinteiro. Os pilotos concordam com as mudanças.
- Estamos em um esporte de risco, mas quanto menor for este risco para todos, é sempre interessante. Eu preferia o circuito original com uma área de escape, mas ficou bem claro que não temos essa possibilidade. Sou piloto, também gosto de adrenalina, mas todo mundo tem que ter bom senso. Trocar adrenalina por uma vida é algo que não dá para comparar - reflete Max Wilson, campeão da Stock Car em 2010.
Entre as diversas propostas do plano diretor de dez anos está uma mudança que promete mexer com a estrutura do GP do Brasil de Fórmula 1. Em vez de um investimento na reforma da atual área de boxes e paddock da reta principal (que permanecerá intacta), será erguido um novo complexo na parte interna da reta oposta. Além das garagens das equipes, paddocks espaçosos e da pista e rolamento para os pit stops, aquele trecho será usado para as largadas e chegadas da categoria, que hoje acontecem na reta principal, pouco antes do S do Senna. Alteração semelhante foi feita recentemente na pista de Silvestone, que recebe o GP da Inglaterra.
O projeto proposto pela Prefeitura também contempla uma série de reformas em outros setores do circuito paulistano. Entre eles, a montagem de uma pista de arrancada no antigo retão, a construção de arquibancadas móveis ao longo da reta oposta, o recapeamento do kartódromo, a montagem de uma área interna de eventos com capacidade para 67.500 pessoas e a transformação de alguns pontos, como o lago, em áreas de lazer abertas às comunidades que vivem no entorno do autódromo. De acordo com o documento, a região também deve sofrer uma reurbanização entre a estação de trem mais próxima e o portão 9 (junto ao kartódromo), com um corredor de pedestres para facilitar chegada e a dispersão dos espectadores.
No entanto, as alterações na Curva do Café e o novo complexo de boxes têm prioridade. Estas duas obras deverão ficar prontas até 90 dias antes do GP do Brasil de Fórmula 1 de 2013, para que haja tempo de ser feita uma vistoria pelos comissários da Federação Internacional de Automobilismo. Como os atuais boxes não serão modificados, o circuito poderá continuar recebendo normalmente as provas do calendário nacional durante as obras.
Nenhum comentário:
Postar um comentário