18 de outubro de 2017

Chery põe à venda metade da operação no Brasil.

Fonte: http://carplace.uol.com.br

A montadora chinesa Chery colocou à venda 50% de sua operação no Brasil. O anúncio foi feito pela matriz à bolsa de valores de Changjiang, na China, na última segunda-feira (16/10).

A venda será feita por meio de uma oferta de ações. O prazo para manifestação de interesse se encerra no próximo dia 7, segundo o comunicado.

A Chery do Brasil é de propriedade de 3 empresas do governo chinês. Duas delas ofertaram todas as suas ações; elas respondem por 34,19% e 15,74% da filial, respectivamente. Uma terceira empresa, que detém 50,7% das ações, venderá 0,7%. Assim, serão colocadas no mercado 50% das ações.

A Chery vem enfrentando muitas dificuldades no Brasil. Está há seis anos no prejuízo, consequência do alto investimento de US$ 400 milhões para erguer a fábrica em Jacareí (SP), que trabalha muito abaixo de sua capacidade total. Inaugurada em 2014, a fábrica é a única da marca fora da China, tem 385 funcionários e ali são feitos os modelos Celer (hatch e sedã) e QQ. 

A marca nunca conseguiu fazer o sucesso esperado. Além da dificuldade em se estabelecer, o mercado automotivo entrou em crise e as vendas caíram a ponto de emplacar 2 mil unidades em 2016. A fábrica tem capacidade para produzir 50 mil carros por ano com apenas um turno – ou seja, ela opera com somente 4% de sua capacidade.

A paralisação na fábrica de Jacareí começou no último dia 28. De acordo com o sindicato local, os trabalhadores querem reajuste salarial de 9,2%, e renovação do acordo coletivo. Os representantes da categoria informaram que a empresa ofereceu apenas a reposição da inflação de 1,73% - do período de setembro de 2016 a agosto de 2017.

Uma primeira audiência, realizada na última terça (17), no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), terminou sem acordo. Vale ressaltar que as negociações sindicais sempre foram extremamente difíceis para a marca desde o início de sua operação. O sindicato da região onde está instalada a sua fábrica é um dos mais inflexíveis, mesmo em época de crise e vendas extremamente baixas.

No fim de 2016, a Chery já havia negociado com o Grupo Caoa para que ele assumisse a operação brasileira, ideia que acabou recusada. Porém, fontes da agência Auto Data dizem que a Caoa estaria interessada em comprar a montadora por R$ 200 milhões e que já viajaram à China para negociar.

Se a Caoa comprar a Chery, irá assumir o controle da fábrica em Jacareí, acesso à rede de concessionários e direito a importar novos produtos (como os SUVs Tiggo 5 e Tiggo 7, alguns que já foram cogitados para nosso mercado).

Chery Tiggo 2
Os novos rumos da Chery

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